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No escuro, ginástica conhece hoje seu novo presidente
Sem o técnico ucraniano Oleg Ostapenko e sem contato com contratos e receitas para 2009, "crias" de atual mandatária disputam comando da confederação
CRISTIANO CIPRIANO POMBO
MARIANA BASTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Após 17 anos, a CBG (Confederação Brasileira de Ginástica) elege hoje novo presidente.
E o que mais chama a atenção
na eleição é que os dois candidatos ao cargo não têm ciência
do que de fato há pela frente.
Marco Martins e Maria Luciene Resende disputam hoje,
em Curitiba, o cargo de Vicélia
Angela Florenzano com diferentes opiniões sobre projetos
para a ginástica, mas, em entrevistas à Folha, revelaram desconhecimento sobre o que vão
herdar da atual administração.
Para piorar o cenário, pelo
menos para um dos candidatos,
Luciene, está definido que o
Brasil não terá o ucraniano
Oleg Ostapenko. O técnico, que
ajudou o Brasil a faturar o primeiro ouro em Mundial e a alcançar finais olímpicas, irá trabalhar na seleção de seu país.
"Sei mais ou menos quais são
os valores que a CBG recebe.
Porque a Vicélia não passa essas coisas para a gente. Já tentei ver os contratos, mas ela
disse que eram confidenciais.
Sei que a Caixa, em 2007, passou quase R$ 5 milhões, o COB
chegou a R$ 2 milhões. Mas o
ideal seriam R$ 10 milhões",
diz Martins, que pretendia
contar com a expertise de Oleg.
Para Maria Luciene, esses
pontos só ficarão claros após a
eleição. "Teremos noção após a
primeira reunião para traçar o
período de transição. Hoje, a
única coisa que sei é que nosso
patrocinador oficial é a Caixa."
O desconhecimento intriga
por serem os dois candidatos
"crias" de Vicélia, tendo ambos
ocupado a vice-presidência.
Na eleição, só os mandatários das 18 federações filiadas à
CBG têm direito a voto e, segundo a Folha apurou, Maria
Luciene ostenta mais aliados
-é apoiada pela maioria e é vista com bons olhos por Vicélia.
A atual mandatária diz não
conhecer os planos dos candidatos, mas que ouviu deles
-esteve em mais de uma oportunidade com os dois- projetos para usar a estrutura de Curitiba por seis meses.
E, sobre patrocínios, nem Vicélia sabe o que virá. "Quais
metas a CBG firmará no novo
ciclo? De quanto será o patrocínio da Caixa para 2009?"
A incerteza quanto ao futuro
se revela ainda na disparidade
dos candidatos. Se Martins é
contra sucessivas reeleições
-criada em 1978, a CBG terá
seu sexto presidente-, Maria
Luciene defende "a perpetuação" se o trabalho tiver aval.
Se ela se diz contra técnicos
estrangeiros, ele quer a capacitação a partir deles. Quanto às
seleções, ele admite períodos
de concentração, ela, a revisão
do conceito de "permanente".
Mas uma coisa é certa, até
pelo estatuto da CBG: se Martins for eleito, a confederação
irá para Brasília; se Maria Luciene triunfar, irá para Aracaju.
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