São Paulo, segunda-feira, 07 de dezembro de 2009

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Nervoso, Flamengo vive angústia de 90 minutos

Com quase 80 mil no Maracanã, time erra passes e se salva com gol de zagueiro

Flamengo 2
Grêmio 1

Ricardo Nogueira
Lance do gol da virada do Flamengo contra o Grêmio

DO ENVIADO AO RIO
DA SUCURSAL RIO

A dois minutos do fim do primeiro tempo, o goleiro Bruno recebe uma recuada na área. Nervoso, fica indeciso sobre o que fazer com a bola. Adversários se aproximam e ele chuta para fora, livrando-se de uma tomada de bola dos rivais.
Foi um lance emblemático da ansiedade rubro-negra durante a partida. Refletia o que acontecia fora do campo, onde cada toque de bola de um jogador era seguido de suspiros e gritos de angústia, fruto do jejum de 17 anos sem conquistar o Campeonato Brasileiro.
Por isso, os jogadores tocavam a bola lateralmente para não errar. Quando tentavam um passe vertical em direção ao gol, erravam e esbarravam na forte marcação gremista.
O time gaúcho tinha sete reservas, mas estava mais tranquilo. E até conseguia tocar a bola em contra-ataques.
O nervosismo transformou- -se em desatenção aos 21min. Diante de uma defesa parada, Roberson aproveitou um escanteio à meia altura, entrou em velocidade e abriu o placar.
"Eles marcaram o gol na única chance que tiveram", lamentou o zagueiro Ronaldo Angelim, ainda no intervalo do jogo.
O silêncio dominou o Maracanã. O time rubro-negro tornou-se mais nervoso e começava a cruzar bolas seguidas na área, até em bolas de longe.
A zaga gremista rebatia quase tudo. Mas, em um cruzamento da esquerda, Adriano, mesmo pressionado pela defesa rival, conseguiu dominar.
Os gremistas pediram falta, e os rubro-negros, pênalti. O árbitro Heber Roberto Lopes não deu nada. E, com a zaga parada, Deivid chutou e fez o gol, nove minutos após o tento gaúcho.
A festa estourou na arquibancada. Mas durou pouco. A angústia voltava, com força.
Após o intervalo, o Flamengo voltou mais veloz, e pressionando o Grêmio. Mas as falhas nos passes continuavam. E não era apenas neste fundamento.
Artilheiro do Brasileiro-09, Adriano errou a maior parte dos lances que tentou. Chutou por cima com a bola dominada e suas cabeçadas pararam no goleiro ou iam para fora.
A entrada de Éverton no lugar de Toró tornou o time mais veloz e aumentaram as chances rubro-negras. O time se abria todo. Só que os passes finais ou as conclusões a gol não eram bem-sucedidos.
Até que Petkovic foi bater um escanteio aos 24min. Ronaldo Angelim escorou de cabeça no canto. Da arquibancada, o pulo da torcida fez tremer o estádio. Até quem estava em setores nobres do estádio tinha a sensação de estar em um barco.
"O jogo estava muito difícil. Quase perdemos. Mas Deus abençoou o Angelim", disse o volante Aírton.
Mesmo assim, o nervosismo não passou. O Grêmio não se apresentava perigoso, mas as seguidas faltas rubro-negras lhe davam oportunidade.
Foi assim aos 32min, quando uma bola à meia altura quase repetiu o primeiro gol do Grêmio. Mário Fernandes emendou para fora após o rebote.
O jogo tornou-se truncado. O Flamengo conduzia a bola lentamente, e o Grêmio não reagia. O alívio da torcida veio após três minutos de acréscimos.
"A torcida estava engasgada. Agora, pode chorar, esbravejar", resumiu Toró. (RODRIGO MATTOS E SÉRGIO RANGEL)


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