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Nervoso, Flamengo vive angústia de 90 minutos
Com quase 80 mil no Maracanã, time erra passes e se salva com gol de zagueiro
Flamengo 2
Grêmio 1
Ricardo Nogueira
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Lance do gol da virada do Flamengo contra o Grêmio
DO ENVIADO AO RIO
DA SUCURSAL RIO
A dois minutos do fim do primeiro tempo, o goleiro Bruno
recebe uma recuada na área.
Nervoso, fica indeciso sobre o
que fazer com a bola. Adversários se aproximam e ele chuta
para fora, livrando-se de uma
tomada de bola dos rivais.
Foi um lance emblemático
da ansiedade rubro-negra durante a partida. Refletia o que
acontecia fora do campo, onde
cada toque de bola de um jogador era seguido de suspiros e
gritos de angústia, fruto do jejum de 17 anos sem conquistar
o Campeonato Brasileiro.
Por isso, os jogadores tocavam a bola lateralmente para
não errar. Quando tentavam
um passe vertical em direção ao
gol, erravam e esbarravam na
forte marcação gremista.
O time gaúcho tinha sete reservas, mas estava mais tranquilo. E até conseguia tocar a
bola em contra-ataques.
O nervosismo transformou-
-se em desatenção aos 21min.
Diante de uma defesa parada,
Roberson aproveitou um escanteio à meia altura, entrou
em velocidade e abriu o placar.
"Eles marcaram o gol na única chance que tiveram", lamentou o zagueiro Ronaldo Angelim, ainda no intervalo do jogo.
O silêncio dominou o Maracanã. O time rubro-negro tornou-se mais nervoso e começava a cruzar bolas seguidas na
área, até em bolas de longe.
A zaga gremista rebatia quase tudo. Mas, em um cruzamento da esquerda, Adriano,
mesmo pressionado pela defesa rival, conseguiu dominar.
Os gremistas pediram falta, e
os rubro-negros, pênalti. O árbitro Heber Roberto Lopes não
deu nada. E, com a zaga parada,
Deivid chutou e fez o gol, nove
minutos após o tento gaúcho.
A festa estourou na arquibancada. Mas durou pouco. A
angústia voltava, com força.
Após o intervalo, o Flamengo
voltou mais veloz, e pressionando o Grêmio. Mas as falhas
nos passes continuavam. E não
era apenas neste fundamento.
Artilheiro do Brasileiro-09,
Adriano errou a maior parte
dos lances que tentou. Chutou
por cima com a bola dominada
e suas cabeçadas pararam no
goleiro ou iam para fora.
A entrada de Éverton no lugar de Toró tornou o time mais
veloz e aumentaram as chances
rubro-negras. O time se abria
todo. Só que os passes finais ou
as conclusões a gol não eram
bem-sucedidos.
Até que Petkovic foi bater um
escanteio aos 24min. Ronaldo
Angelim escorou de cabeça no
canto. Da arquibancada, o pulo
da torcida fez tremer o estádio.
Até quem estava em setores nobres do estádio tinha a sensação de estar em um barco.
"O jogo estava muito difícil.
Quase perdemos. Mas Deus
abençoou o Angelim", disse o
volante Aírton.
Mesmo assim, o nervosismo
não passou. O Grêmio não se
apresentava perigoso, mas as
seguidas faltas rubro-negras
lhe davam oportunidade.
Foi assim aos 32min, quando
uma bola à meia altura quase
repetiu o primeiro gol do Grêmio. Mário Fernandes emendou para fora após o rebote.
O jogo tornou-se truncado. O
Flamengo conduzia a bola lentamente, e o Grêmio não reagia.
O alívio da torcida veio após
três minutos de acréscimos.
"A torcida estava engasgada.
Agora, pode chorar, esbravejar", resumiu Toró.
(RODRIGO MATTOS E SÉRGIO RANGEL)
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