São Paulo, segunda-feira, 07 de dezembro de 2009

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Prancheta do PVC

PAULO VINICIUS COELHO - pvc@uol.com.br

O peso do técnico

O FLAMENGO foi campeão porque teve o melhor jogador do campeonato. Você pode escolher. Para mim, Adriano, para a CBF, Petkovic. Então, quem ganhou campeonato é o craque, não o técnico. A ideia é reforçada pela presença de Andrade. O técnico que começou sua participação no Brasileirão como interino, que ouviu nomes de Paulo César Carpegiani e Vagner Mancini como seus prováveis substitutos e terminou o ano coroado com seu primeiro título como treinador.
"Durante a carreira de jogador, não dava para saber que ele seria treinador", afirma Zico, que ofereceu ao velho camisa 6 o primeiro emprego de técnico, no CFZ.
Andrade usa o maior time da história do Flamengo como referência tática, como ele próprio admite. Se o time de Cuca usava três zagueiros e Andrade não gosta de equipes que atuem assim, desmanchou o mito de que Leonardo Moura e Juan só podiam jogar se fossem alas. Juan passou a ser um jogador mais discreto -e disciplinado, também.
O mesmo vale para Leonardo Moura, embora este tenha sido o melhor jogador rubro-negro em momentos-chave, como a vitória sobre o Corinthians, em Campinas, quando o Fla assumiu a liderança pela primeira vez na campanha -e na penúltima rodada.
Então, Andrade mostra que qualquer um pode dirigir um time campeão? Não. Não use a ideia de que interino deve ser efetivado para economizar em pagamentos de salários e alcançar resultados melhores. Isso não é regra.
Regra é usar o bom senso para conduzir um elenco capaz de alcançar bons resultados. Celso Roth, do Atlético, tem fama de colecionar brigas e desafetos, quando suas equipes aproximam-se das disputas por títulos. Cuca pegou no pé de Adriano e não o largou enquanto o centroavante não decidiu entregar-se aos treinos no mesmo ritmo de seus colegas menos famosos. Andrade engole sapos e soma vitórias. Entender o craque é sua receita.
Se o maior Flamengo da história, afinal, sacrificava-se para Zico jogar, por que Willians, Aírton e Angelim não podem correr para Adriano e Petkovic brilharem? Podem.
Hoje, fala-se de todos eles, porque o Flamengo é um time. Dirigido por um ídolo.



PRESSÃO COLORADA
Mário Sérgio fez seu time marcar no campo de defesa em pontos-chave da campanha. Foi assim na vitória no Gre-Nal e ante o Atlético-MG. Mas, para levar a taça, era preciso mudar. O Inter avançou a linha ofensiva e não deixou o Santo André jogar. Dessa forma, ganhou o jogo. Faltou o campeonato.

A MISSÃO DE DEYVID
Deyvid Saconi é armador. Mas, ontem, precisou marcar Lúcio Flávio. Por isso o Botafogo criou as duas principais chances de gol. Muricy tentou corrigir o defeito na segunda etapa, pondo Sandro Silva para marcar o rival. Melhorou com bola rolando. Mas a bola parada de Lúcio Flávio matou o Palmeiras.

ADEUS ANO VELHO
O goleiro Rogério despediu-se deste ano balançando as redes pela segunda vez. Em 2009, não houve gol de pênalti, somente dois de falta, um na Vila Belmiro, no clássico contra o Santos, outro no Morumbi, na goleada de ontem sobre o Sport. Essa é uma das diferenças do São Paulo em relação às temporadas anteriores. Sem seu goleiro-artilheiro, a equipe do Morumbi completou o primeiro ano sem título desde a longínqua temporada de 2004.


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