DO PAINEL FC

E DA REPORTAGEM LOCAL

O advogado e psicólogo Bruno Balsimelli, 45, é um dos irmãos que fundaram a BWA em março de 1987.
No início, trabalhava apenas na confecção de crachás funcionais de plástico. Com o tempo, conseguiu clientes como Varig, Kodak e De Millus.
Com sede em um verdadeiro bunker, a BWA passou a fabricar cartões para bancos.
Para entrar no milionário negócio do futebol, contou com a ajuda de duas instituições. A primeira, em 1992, foi a Unicór, que pertencia ao empresário Renato Duprat. Por meio da extinta rede de assistência médica, assinou contrato para fornecer ingressos no Morumbi.
Mas a BWA só se firmou como potência nacional após se aproximar da Federação Paulista, de Eduardo José Farah. Em 1995, o cartola tinha a ambição de chegar à presidência da CBF. Chamou a empresa de Balsimelli para confeccionar os ingressos da final Corinthians x Palmeiras, em Ribeirão Preto.
Para fazer do Paulista uma vitrine de sucesso, aliou-se à VR em 1997, que injetou R$ 41 milhões no Estadual-98. O negócio foi intermediado por Balsimelli, que mais tarde devolveria a honraria chamando o então presidente da FPF para ser seu padrinho de casamento. Convite aceito, estava selada uma união que renderia mais de R$ 5 milhões a Balsimelli pela corretagem de acordos.
Em um deles, firmado entre FPF e Globo, parceiras desde os anos 70, a B&B Comunicação Visual recebeu R$ 2,2 milhões. Em agosto de 2002, Marcelo Campos Pinto, diretor-executivo da Globo Esportes, disse à Folha que a B&B jamais participou da negociação. O empresário nega o fato até hoje.
Entre janeiro de 1998 e fevereiro de 2000, a BWA ganhou R$ 3.325.952,67 pela venda de ingressos magnéticos e instalação de catracas eletrônicas.
Questionado sobre sua relação com Farah e os demais clubes, Balsimelli diz que nunca foi beneficiado. "Lutei contra muita gente que não queria ver a BWA modernizar os ingressos. Não tenho monopólio nem padrinhos. Tenho competência." (FM, MVM E PC)



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