DA REPORTAGEM LOCAL

"Anote os números dos meus cheques. Estou indo para a Amazônia com um cara que acabei de conhecer. Se ele me matar, pelo menos não leva meu dinheiro."
Após essa conversa com o pai, José, Patrícia Miranda iniciou viagem pelo Brasil ao lado do noivo, em 2003.
O casal ficou dois anos "sem presentes de Natal e de aniversário" para economizar o dinheiro que o levaria pela primeira vez ao país.
Patrícia já estivera outras vezes no Brasil. As lembranças mais vivas eram dos meses de férias de criança, em Belém, onde visitava a família da mãe, que morreu quando ela tinha dez anos.
Mas a experiência não livrou a norte-americana de se comportar como "um peixe fora d'água".
"Fizemos tudo que dizem para um turista não fazer", diz às gargalhadas ao se lembrar do começo da viagem.
A parada inicial foi Manaus. Patrícia e Levi Weikel-Magden desceram do avião e aceitaram a oferta do primeiro homem que viram. Logo estavam em um barco no meio do Amazonas. "Ficamos quatro dias com aquele cara. Foi um horror", diverte-se. "Tive dor de barriga. Quando decidia ir ao banheiro, porém, era pior. Os mosquitos, que estavam me deixando louca, picavam toda a minha bunda."
Para Weikel-Magden, os insetos foram bem mais perigosos. Ele, que tem uma doença crônica no intestino, pegou dengue.
Patrícia precisou levá-lo ao Pará, na casa de uma tia, até que Weikel-Magden se recuperasse e pudesse seguir.
A dupla ainda teve fôlego para conhecer outros seis Estados. Mas, apesar de terem achado "o país inteiro lindo", não conseguem esquecer a primeira impressão quando questionados sobre qual o lugar mais agradável que visitaram.
"O que tinha menos mosquitos", diz Patrícia. "Acho que era Foz do Iguaçu."
Refeito do susto, Weikel-Magden voltará ao Brasil após a Olimpíada para aprender o idioma do país.
"Quero que meus filhos falem português", sentencia a lutadora. (ML)



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