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Odepa volta atrás, e vela ganha aval para ficar no Pan
Dirigente afirma que, mesmo não tendo condições ideais, Marina da Glória, vetada inicialmente, será sede de regatas
Anúncio oficial deve sair em duas semanas; federação pan-americana de iatismo lembra que só água e vento bastam e comemora decisão
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
A Odepa (entidade que rege o
esporte na América) irá confirmar a competição de vela do
Pan na Marina da Glória. O esporte corria o risco até de deixar a programação do Rio-07.
Uma semana depois de vetar
o projeto reduzido apresentado
pelo Co-Rio (comitê organizador dos Jogos), Júlio Maglione,
chefe da comissão de inspeção
da Odepa, voltou atrás. O dirigente afirma que, embora o novo plano não apresente as condições ideais, será o viável para
a realização das provas.
"A vela é um dos esportes
mais importantes dos Jogos.
Não dá para fazer um Pan sem
vela", afirmou o uruguaio, que
não quis comentar se ficou plenamente de acordo com o relatório divulgado pelo Co-Rio.
"Não é questão de estar satisfeito ou não. O projeto original,
apresentado há quatro anos,
era o mais adequado. As provas
vão se ressentir um pouco por
não terem as condições olímpicas", lamentou Maglione, dando a entender que a ressalva
pode prejudicar a candidatura
do Rio à Olimpíada de 2016.
Segundo o dirigente, o anúncio oficial deve ser feito em até
duas semanas. "Vou informar
minha posição ao [Mario] Vázquez Raña [presidente da [Odepa] e acredito que ele terá a
mesma conclusão. Ele também
quer ter vela no Pan."
O imbróglio em relação às reformas na Marina da Glória se
deve a problemas judiciais.
Há quatro meses, as obras estão embargadas pela Justiça
porque a EBTE (Empresa Brasileira de Terraplenagem e Engenharia), que ganhou a concessão para explorar a área, não
obteve autorização do Iphan
(Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).
No mês passado, o Co-Rio
enviou ao Ministério Público
Federal um estudo sobre a viabilidade de locais alternativos
para abrigar a vela no Pan.
O relatório vetou o Iate Clube do Rio, que foi a sede do Pré-Pan, em outubro, e a Escola Naval. Por outro lado, aprovou a
Marina da Glória com área de
ampliação reduzida de 16 mil
m2 para 11 mil m2 ou apenas
usando a área já existente.
A notícia foi festejada por
Carlos de Mare, presidente da
Federação Pan-Americana de
Vela, que desdenha o fato de a
estrutura não ser a mais adequada. "O essencial para a vela
são água e vento. Isso é mais
importante que a infra-estrutura. Seria um desastre se nosso esporte ficasse fora do Pan."
A vela é uma das modalidades mais tradicionais do Pan.
Está presente desde a primeira
edição do evento, disputada em
Buenos Aires-1951. Só ficou fora do Pan seguinte, realizado
na Cidade do México, em 1955.
A modalidade é a segunda
que mais trouxe ouros para o
Brasil na competição, com 24, e
a quarta que mais amealhou
medalhas (55) -está atrás só
de atletismo, natação e judô.
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