São Paulo, quinta-feira, 08 de fevereiro de 2007

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Odepa volta atrás, e vela ganha aval para ficar no Pan

Dirigente afirma que, mesmo não tendo condições ideais, Marina da Glória, vetada inicialmente, será sede de regatas

Anúncio oficial deve sair em duas semanas; federação pan-americana de iatismo lembra que só água e vento bastam e comemora decisão

ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

A Odepa (entidade que rege o esporte na América) irá confirmar a competição de vela do Pan na Marina da Glória. O esporte corria o risco até de deixar a programação do Rio-07.
Uma semana depois de vetar o projeto reduzido apresentado pelo Co-Rio (comitê organizador dos Jogos), Júlio Maglione, chefe da comissão de inspeção da Odepa, voltou atrás. O dirigente afirma que, embora o novo plano não apresente as condições ideais, será o viável para a realização das provas.
"A vela é um dos esportes mais importantes dos Jogos. Não dá para fazer um Pan sem vela", afirmou o uruguaio, que não quis comentar se ficou plenamente de acordo com o relatório divulgado pelo Co-Rio.
"Não é questão de estar satisfeito ou não. O projeto original, apresentado há quatro anos, era o mais adequado. As provas vão se ressentir um pouco por não terem as condições olímpicas", lamentou Maglione, dando a entender que a ressalva pode prejudicar a candidatura do Rio à Olimpíada de 2016.
Segundo o dirigente, o anúncio oficial deve ser feito em até duas semanas. "Vou informar minha posição ao [Mario] Vázquez Raña [presidente da [Odepa] e acredito que ele terá a mesma conclusão. Ele também quer ter vela no Pan."
O imbróglio em relação às reformas na Marina da Glória se deve a problemas judiciais.
Há quatro meses, as obras estão embargadas pela Justiça porque a EBTE (Empresa Brasileira de Terraplenagem e Engenharia), que ganhou a concessão para explorar a área, não obteve autorização do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).
No mês passado, o Co-Rio enviou ao Ministério Público Federal um estudo sobre a viabilidade de locais alternativos para abrigar a vela no Pan.
O relatório vetou o Iate Clube do Rio, que foi a sede do Pré-Pan, em outubro, e a Escola Naval. Por outro lado, aprovou a Marina da Glória com área de ampliação reduzida de 16 mil m2 para 11 mil m2 ou apenas usando a área já existente.
A notícia foi festejada por Carlos de Mare, presidente da Federação Pan-Americana de Vela, que desdenha o fato de a estrutura não ser a mais adequada. "O essencial para a vela são água e vento. Isso é mais importante que a infra-estrutura. Seria um desastre se nosso esporte ficasse fora do Pan."
A vela é uma das modalidades mais tradicionais do Pan. Está presente desde a primeira edição do evento, disputada em Buenos Aires-1951. Só ficou fora do Pan seguinte, realizado na Cidade do México, em 1955.
A modalidade é a segunda que mais trouxe ouros para o Brasil na competição, com 24, e a quarta que mais amealhou medalhas (55) -está atrás só de atletismo, natação e judô.


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