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TOSTÃO
Imaginária troca
Falta ao Brasil um volante como Pirlo, que marca, comanda o meio-campo e tem um excelente passe
APÓS DOIS anos, continua a dúvida. O Brasil deve jogar com
dois volantes, três meias (Robinho, Kaká e Ronaldinho) e mais
um centroavante, ou com três volantes, dois meias (hoje, sairia Ronaldinho) e mais um centroavante,
como fez contra Portugal? Anderson, contundido, vai ser substituído
na terça, contra a Itália, por um volante ou por Ronaldinho?
Para dar certo o time com três
meias e um centroavante, Dunga teria que definir, com clareza, as posições e funções dos três meias. Não
basta escalá-los e pedir que ajudem
na marcação e que se movimentem
bastante. Fica vago. Mesmo os craques gostam de ter deveres. Eles
sentem-se mais seguros. Na Copa de
1970, até Pelé tinha obrigações táticas. E as cumpria.
Como o Brasil joga com dois zagueiros e dois laterais que apoiam, é
compreensível a preferência de
Dunga por ter um volante mais recuado pelo meio (Gilberto Silva) e
mais um armador de cada lado, com
funções defensivas e ofensivas.
Tudo bem, desde que Gilberto Silva comande a marcação do meio para trás, tenha um bom e rápido passe
para iniciar as jogadas ofensivas e,
se possível, finalize de fora da área.
Há muito tempo que ele não faz nada disso.
Sei que alguns vão dizer que esse
talentoso volante é produto da imaginação de um comentarista romântico e saudosista. Não é. Esses volantes são poucos, porém existem. Basta ver Pirlo jogar pelo Milan e pela
seleção da Itália.
Sugiro uma troca impossível. A seleção italiana manda Pirlo e leva vários armadores, como Felipe Melo,
Júlio Baptista, Gilberto Silva, Josué,
Mineiro, Fernando, Elano, Dudu
Cearense e outros que têm sido convocados. Alguns desses estão bem
adaptados ao futebol italiano. Todos
são bons, mas nenhum faz falta à
seleção brasileira.
Se quiserem, podem levar de troco
alguns brasileiros que estão bem na
Itália e que atuam em outras posições, como Doni, Cicinho, Taddei,
Mancini, Fábio Simplício, Amauri,
Maxwell e outros de que não me
lembro.
Não entram nesta troca alguns jogadores da seleção brasileira que estão atuando na Itália, como Kaká,
Júlio César, Maicon, Thiago Silva,
Pato, Adriano e Juan.
Gilberto Silva não deveria ser
mais titular, mas não existe hoje um
jogador para assumir sua posição.
Hernanes, Ramires, Anderson e Lucas são armadores que se destacam
quando chegam ao ataque. Lucas é o
que poderia se adaptar melhor à
função. Mesmo assim, é melhor insistir com um desses do que escalar
Gilberto Silva.
Uma opção é jogar com três zagueiros. Sairia Gilberto Silva. Outra,
defendida por Luxemburgo no programa "Arena Sportv", seria jogar
sem centroavante. Funcionaria bem
quando o Brasil fosse pressionado e
utilizasse bastante o contra-ataque,
com os hábeis e velozes Kaká e Robinho auxiliados pelos passes de Ronaldinho. Como na maioria das vezes é o time brasileiro que pressiona,
é importante ter um atacante mais
fixo na frente.
Todas as outras principais seleções, como a Itália, possuem também deficiências. O Brasil não precisa jogar muito para vencê-las. Mas
queremos mais que isso. Temos o direito e a obrigação de sonhar com
um grande time.
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