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Rio ganhará centro olímpico mesmo sem Olimpíada
Novas arenas devem começar a ser erguidas no meio do
ano, ao lado do legado pouco utilizado do Pan-Americano
COB, que aguarda estudo
para planejar uso do Maria
Lenk e do Velódromo, fala
em criar novo celeiro de
talentos em Jacarepaguá
MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL
RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC
O Rio de Janeiro ainda não
descobriu como utilizar com
eficiência o legado do Pan.
Mesmo assim, contará com novas e modernas instalações
olímpicas mesmo se não vencer
a corrida pelos Jogos de 2016.
O projeto, batizado de Centro Olímpico de Treinamento e
bancado ao menos em parte pelo Ministério do Esporte, deve
começar a ser erguido no segundo semestre desse ano -o
anúncio da sede da Olimpíada
será feito em 2 de outubro.
Os valores para construção
das arenas não foram divulgados, mas o custo estimado no
ano passado era de cerca de
US$ 284,8 milhões.
"O Brasil terá um centro de
referência na formação de atletas e poderá oferecer um instrumento de desenvolvimento
do esporte também para a
América Latina e a África. Será
uma oportunidade para desenvolver novos talentos, com
equipamentos e profissionais
de primeiro nível", justifica, via
assessoria, a Rio-2016.
O novo complexo será construído em cima do antigo autódromo de Jacarepaguá. Mesmo
local que já abriga três instalações construídas para o Pan e
pouco usadas para desenvolver
o esporte desde então.
Em março de 2008, o Parque
Aquático Maria Lenk e o Velódromo passaram da prefeitura
para o Comitê Olímpico Brasileiro. Desde aquela data, foram
feitos, segundo o COB, dois
eventos aquáticos e oito de patinação e ciclismo.
"As duas instalações estão
em perfeitas condições de uso e
de manutenção. O COB aguarda o término de um estudo de
utilização dos locais, encomendado à Ernest & Young, para
traçar um plano de atividades
para o Velódromo e o Parque
Aquático", afirmou, por e-mail,
a assessoria da Rio-2016.
Das duas instalações, apenas
o velódromo, diz o comitê, é
usado para treinamentos.
"Após o Pan, conseguimos
autorização da prefeitura para
dar aulas para iniciantes. Não
tínhamos nem sala para os
equipamentos. Mas depois que
o COB assumiu, tivemos de parar", afirmou Iêda Botelho, ex-presidente da federação de ciclismo do Rio e candidata em
chapa de oposição derrotada na
eleição da confederação.
Antes mesmo do Pan, o plano
dos dirigentes do ciclismo era
usar o Velódromo para treinamento de atletas de três níveis:
formação, intermediário e seleção permanente. Esperava-se
que pelo menos 200 deles usassem a pista, que custou R$ 10
milhões aos cofres públicos.
Plano semelhante era esboçado para o Maria Lenk. A Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos chegou a apresentar projeto de utilização do
espaço com ações de base e alto
nível para a prefeitura. "Agora a
confederação está buscando
entendimentos com o COB",
disse Ricardo de Moura, supervisor técnico da CBDA.
O parque, que custou R$ 75
milhões aos cofres públicos,
não deve ser utilizado para as
provas de natação caso o Rio seja escolhido para sediar os Jogos de 2016. Se isso ocorrer, deverá ser erguida nova piscina,
possivelmente provisória.
A escolha da sede olímpica
definirá tamanho e custos do
novo centro. Se o Rio perder,
haverá mudança nos projetos
arquitetônico e urbanístico
-as instalações temporárias,
por exemplo, não serão feitas.
"O governo federal está discutindo a adoção de parcerias
com a iniciativa privada para
implantação e sustentabilidade
dos espaços", disse o Ministério
do Esporte, por e-mail.
O valor e os detalhes do projeto serão divulgados no dia 13,
um dia após o Rio entregar seu
dossiê de candidatura ao Comitê Olímpico Internacional.
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