São Paulo, domingo, 08 de fevereiro de 2009

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Rio ganhará centro olímpico mesmo sem Olimpíada

Novas arenas devem começar a ser erguidas no meio do ano, ao lado do legado pouco utilizado do Pan-Americano

COB, que aguarda estudo para planejar uso do Maria Lenk e do Velódromo, fala em criar novo celeiro de talentos em Jacarepaguá

MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL

RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC

O Rio de Janeiro ainda não descobriu como utilizar com eficiência o legado do Pan. Mesmo assim, contará com novas e modernas instalações olímpicas mesmo se não vencer a corrida pelos Jogos de 2016.
O projeto, batizado de Centro Olímpico de Treinamento e bancado ao menos em parte pelo Ministério do Esporte, deve começar a ser erguido no segundo semestre desse ano -o anúncio da sede da Olimpíada será feito em 2 de outubro.
Os valores para construção das arenas não foram divulgados, mas o custo estimado no ano passado era de cerca de US$ 284,8 milhões.
"O Brasil terá um centro de referência na formação de atletas e poderá oferecer um instrumento de desenvolvimento do esporte também para a América Latina e a África. Será uma oportunidade para desenvolver novos talentos, com equipamentos e profissionais de primeiro nível", justifica, via assessoria, a Rio-2016.
O novo complexo será construído em cima do antigo autódromo de Jacarepaguá. Mesmo local que já abriga três instalações construídas para o Pan e pouco usadas para desenvolver o esporte desde então.
Em março de 2008, o Parque Aquático Maria Lenk e o Velódromo passaram da prefeitura para o Comitê Olímpico Brasileiro. Desde aquela data, foram feitos, segundo o COB, dois eventos aquáticos e oito de patinação e ciclismo.
"As duas instalações estão em perfeitas condições de uso e de manutenção. O COB aguarda o término de um estudo de utilização dos locais, encomendado à Ernest & Young, para traçar um plano de atividades para o Velódromo e o Parque Aquático", afirmou, por e-mail, a assessoria da Rio-2016.
Das duas instalações, apenas o velódromo, diz o comitê, é usado para treinamentos.
"Após o Pan, conseguimos autorização da prefeitura para dar aulas para iniciantes. Não tínhamos nem sala para os equipamentos. Mas depois que o COB assumiu, tivemos de parar", afirmou Iêda Botelho, ex-presidente da federação de ciclismo do Rio e candidata em chapa de oposição derrotada na eleição da confederação.
Antes mesmo do Pan, o plano dos dirigentes do ciclismo era usar o Velódromo para treinamento de atletas de três níveis: formação, intermediário e seleção permanente. Esperava-se que pelo menos 200 deles usassem a pista, que custou R$ 10 milhões aos cofres públicos.
Plano semelhante era esboçado para o Maria Lenk. A Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos chegou a apresentar projeto de utilização do espaço com ações de base e alto nível para a prefeitura. "Agora a confederação está buscando entendimentos com o COB", disse Ricardo de Moura, supervisor técnico da CBDA.
O parque, que custou R$ 75 milhões aos cofres públicos, não deve ser utilizado para as provas de natação caso o Rio seja escolhido para sediar os Jogos de 2016. Se isso ocorrer, deverá ser erguida nova piscina, possivelmente provisória.
A escolha da sede olímpica definirá tamanho e custos do novo centro. Se o Rio perder, haverá mudança nos projetos arquitetônico e urbanístico -as instalações temporárias, por exemplo, não serão feitas.
"O governo federal está discutindo a adoção de parcerias com a iniciativa privada para implantação e sustentabilidade dos espaços", disse o Ministério do Esporte, por e-mail.
O valor e os detalhes do projeto serão divulgados no dia 13, um dia após o Rio entregar seu dossiê de candidatura ao Comitê Olímpico Internacional.


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