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Jogo "interminável" acaba empatado
Chuva interrompe Corinthians x Portuguesa por quase uma hora e meia
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma tempestade que caiu sobre São Paulo, ontem à tarde,
bagunçou o jogo entre Corinthians e Portuguesa e tornou a
partida, que deveria durar pouco mais de uma hora e meia, um
evento de quase três horas.
Fez mais: transformou o resultado do jogo, um empate que
mantém o Corinthians invicto
e a Portuguesa na sua tentativa
de recuperação no Estadual,
num mero detalhe
A confusão começou por volta das 18h10. Ao identificar que
não havia condições de continuar a partida, aos 4min do segundo tempo, o árbitro Flavio
rodrigues Guerra suspendeu o
confronto -decisão depois reformada por determinação da
Federação Paulista de Futebol.
Foi o início de uma sequência
de informações desencontradas, protestos e incertezas das
duas equipes e que culminou
com o retorno dos jogadores a
campo mais de uma hora e
meia depois da interrupção.
O primeiro ato começou com
a reunião dos jogadores com o
árbitro, ainda em campo, em
que ficou determinado o adiamento do restante da partida
para outra data. "Ele falou que
o jogo havia acabado", disse o
lateral-direito César Prates, capitão da Portuguesa.
O sistema de som do Pacaembu chegou a anunciar a
suspensão definitiva do jogo, o
que levou muitos torcedores a
abandonarem o estádio.
No Corinthians, a reação
após a suspensão foi a típica de
um fim de jogo. Os atletas foram para o vestiário, tomaram
banho e trocaram de roupa.
André Santos quase deixou o
Pacaembu. Foi alertado por um
segurança do Corinthians de
que a partida recomeçaria.
Ele e seus companheiros já
estavam prontos para irem embora quando o representante
da FPF, José Salviatto, fez un
pronunciamento. Avisou que a
nova determinação, que passava por cima da decisão do juiz,
era a de que se aguardaria até as
19h. E que, caso o campo não tivesse condições, a partida recomeçaria hoje, às 15h, horário
próximo ao do clássico no Parque Antarctica, entre Palmeiras e Santos, o que poderia causar encontro de torcedores nas
ruas e nas estações de metrô.
Faltando cinco minutos para
as 19h o árbitro reexaminou o
campo e anunciou oficialmente
a decisão de recomeçar o jogo.
A partida foi retomada às
19h38, quase uma hora e meia
depois do início da chuva -que
àquela altura já não era tão forte- e de toda a confusão.
O gramado do Pacaembu resistiu bem à tempestade. A drenagem do estádio deixou o
campo praticamente sem poças e em condições de fazer a
bola rolar sem problemas.
Com a volta da disputa, a
pressão do Corinthians e o esforço da Portuguesa em mais se
defender do que ameaçar a meta de Felipe se intensificaram.
Sobretudo depois que Ediglê
foi expulso, ao levar o segundo
cartão amarelo.
A agonia, no entanto, tomou
conta da torcida corintiana remanescente no Pacaembu
quando, numa rara escapada ao
ataque, a Portuguesa abriu o
placar. Christian, aos 29min,
aproveitou falha de marcação
de Jean e chutou rasteiro
Mas a desvantagem logo foi
descontada, com Otacílio Neto.
Aos 35min, com um arremate
cruzado, quase da pequena
área, ele empatou a partida.
O 1 a 1 fez com que o final do
jogo se tornasse eletrizante, como que para compensar toda a
confusão da parada forçada pela chuva. Era o Corinthians
martelando pela virada, e a
Portuguesa tentando fechar
ainda mais sua defesa.
Mas, assim como a chuva,
que se tornou personagem do
duelo desde que começou e se
estendeu para além da longa
duração do jogo, persistiu o
empate até o final.
Corinthians 1 x 1 Portuguesa
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