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São Paulo, sábado, 08 de março de 2003

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AUTOMOBILISMO

Pelo hexa na F-1, a partir de hoje, alemão tem como maior rival o regulamento; time quer 5º título seguido

Schumacher e Ferrari desafiam as regras

FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A MELBOURNE

Michael Schumacher já ganhou duelos contra Ayrton Senna, Jacques Villeneuve, Mika Hakkinen. Bateu dezenas de recordes e, no ano passado, se consagrou com o pentacampeonato.
Na próxima madrugada, porém, começa uma disputa inédita. O alemão e sua Ferrari terão que correr contra todas as regras.
Correrão contra regras formais, elaboradas sob encomenda para diminuir a chatice dos últimos Mundiais. E contra regras que não estão escritas, mas que as últimas décadas transformaram em utopias, em dogmas, em tabus.
O maior exemplo, a possibilidade do hexacampeonato da F-1, algo que nenhum homem jamais atingiu. Outro? A iminência de Schumacher se tornar o primeiro piloto a quebrar a barreira dos mil pontos na carreira. Mais um? A chance -remota, se é que isso se aplica a ele- de superar o mítico recorde de poles de Senna.
Já a Ferrari correrá para sagrar-se a única equipe a levar cinco títulos seguidos de Construtores, superando a McLaren dos 80 e 90.
Entre as regras escritas, é difícil escolher uma. Todas têm um pouco da intenção de derrubar o domínio ferrarista: os novos sistemas de treinos, o fim da eletrônica, o veto às ordens de equipe...
O desafio está prestes a começar. A largada do GP da Austrália, prova que abre o Mundial de F-1, acontece à meia-noite, com TV.
"Prefiro não acreditar numa conspiração anti-Ferrari", afirmou Schumacher, em Melbourne, meio que desprezando o impacto das novas medidas.
Apesar do discurso de otimismo, o alemão deve perder neste Mundial um de seus trunfos: a eficiência nas estratégias. Neste início, há pouco espaço para ousadia. Amanhã, a maioria dos times -se não todos- fará dois pits.
Schumacher, mais uma vez, parece não ter se abalado com isso: "Uma equipe como a Ferrari provavelmente sairá mais rápido dessas novas armadilhas."
Para as adversárias, o cenário parece menos promissor do que há alguns dias. Talvez fruto destas frases de efeito da Ferrari.
E, se apesar de todos os tabus, Schumacher disparar em Melbourne, não restará outra saída: terão que apelar para mais uma regra e torcer contra o alemão.
Nas cinco vezes em que ele venceu a abertura de um Mundial, tornou-se campeão. Se não ganhar amanhã, porém, não será nenhum desastre. Afinal, neste ano, sua missão é quebrar regras.


NA TV - GP da Austrália, Globo, ao vivo, à meia-noite


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