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AUTOMOBILISMO
Pelo hexa na F-1, a partir de hoje, alemão tem como maior rival o regulamento; time quer 5º título seguido
Schumacher e Ferrari desafiam as regras
FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A MELBOURNE
Michael Schumacher já ganhou
duelos contra Ayrton Senna, Jacques Villeneuve, Mika Hakkinen.
Bateu dezenas de recordes e, no
ano passado, se consagrou com o
pentacampeonato.
Na próxima madrugada, porém, começa uma disputa inédita.
O alemão e sua Ferrari terão que
correr contra todas as regras.
Correrão contra regras formais,
elaboradas sob encomenda para
diminuir a chatice dos últimos
Mundiais. E contra regras que
não estão escritas, mas que as últimas décadas transformaram em
utopias, em dogmas, em tabus.
O maior exemplo, a possibilidade do hexacampeonato da F-1, algo que nenhum homem jamais
atingiu. Outro? A iminência de
Schumacher se tornar o primeiro
piloto a quebrar a barreira dos mil
pontos na carreira. Mais um? A
chance -remota, se é que isso se
aplica a ele- de superar o mítico
recorde de poles de Senna.
Já a Ferrari correrá para sagrar-se a única equipe a levar cinco títulos seguidos de Construtores,
superando a McLaren dos 80 e 90.
Entre as regras escritas, é difícil
escolher uma. Todas têm um
pouco da intenção de derrubar o
domínio ferrarista: os novos sistemas de treinos, o fim da eletrônica, o veto às ordens de equipe...
O desafio está prestes a começar. A largada do GP da Austrália,
prova que abre o Mundial de F-1,
acontece à meia-noite, com TV.
"Prefiro não acreditar numa
conspiração anti-Ferrari", afirmou Schumacher, em Melbourne, meio que desprezando o impacto das novas medidas.
Apesar do discurso de otimismo, o alemão deve perder neste
Mundial um de seus trunfos: a eficiência nas estratégias. Neste início, há pouco espaço para ousadia. Amanhã, a maioria dos times
-se não todos- fará dois pits.
Schumacher, mais uma vez, parece não ter se abalado com isso:
"Uma equipe como a Ferrari provavelmente sairá mais rápido dessas novas armadilhas."
Para as adversárias, o cenário
parece menos promissor do que
há alguns dias. Talvez fruto destas
frases de efeito da Ferrari.
E, se apesar de todos os tabus,
Schumacher disparar em Melbourne, não restará outra saída:
terão que apelar para mais uma
regra e torcer contra o alemão.
Nas cinco vezes em que ele venceu a abertura de um Mundial,
tornou-se campeão. Se não ganhar amanhã, porém, não será
nenhum desastre. Afinal, neste
ano, sua missão é quebrar regras.
NA TV - GP da Austrália,
Globo, ao vivo, à meia-noite
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