São Paulo, quarta-feira, 08 de março de 2006

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FUTEBOL

Como fazem Barcelona e seleção italiana, clube escala três atacantes para tentar manter reinado na Libertadores

São Paulo adota de vez a tática da moda

TONI ASSIS
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

O esquema ofensivo que vem dominando os pés e as cabeças de badalados times europeus e de algumas das principais seleções que estarão na Copa também já é praticado no Morumbi. E por uma causa louvável: a busca pelo tetracampeonato da Libertadores.
Apostando no 3-4-3, o São Paulo vai usar três atletas perto do gol para se manter 100% na Libertadores hoje, às 21h45, contra o Cienciano, em jogo que marca a sua estréia caseira na competição.
Assim, da mesma forma que o Barcelona usa Messi, Eto'o e Ronaldinho ou a Itália aposta em Gilardino, Toni e Del Piero, o São Paulo de Muricy Ramalho tem Alex Dias pela direita, Aloísio pelo meio e Danilo pela esquerda para compor seu trio ofensivo.
Além de ousado, o esquema com três atacantes é inédito se consideradas as campanhas que levaram ao Morumbi o cobiçado troféu continental. Na era Telê Santana, o time conquistou o bicampeonato (1992/1993) com um versátil 4-4-2. Com Paulo Autuori, um clássico 3-5-2 chegou a oscilar na cabeça de seu treinador, mas prevaleceu nos jogos finais da Libertadores do ano passado.
"O Danilo achou bem o seu espaço pela esquerda e hoje é um atacante. Chega muito bem para armar e fazer as conclusões. Temos uma boa base de marcação, e os jogadores de frente se sentem à vontade para se movimentar", afirmou Muricy para explicar a mudança do 3-5-2, que trouxe o tricampeonato do torneio com Autuori, para a tática atual.
E quem vem sendo a peça-chave nessa nova função é exatamente Danilo, artilheiro da equipe na temporada, com oito gols.
Além de povoar o seu ataque com três jogadores, Muricy Ramalho tem ainda duas válvulas de escape para abafar os inimigos. Com a adaptação do meia Souza na ala direita, e dando a Júnior a liberdade para se deslocar por onde quiser do meio para a frente, o treinador tem na movimentação o ponto forte da equipe.
"O Júnior e o Souza dão boa velocidade na saída de bola e também podem infiltrar pelo meio. O Alex Dias vai bem pela direita, e o Aloísio é o jogador de choque. O Danilo completa bem o setor esquerdo", falou o treinador.
Muricy passou para o grupo também um manual de como a equipe deve se portar em casa na Libertadores. "Temos que ser acelerados, saber que o juiz não marca falta a todo momento, ter alguém em cima da bola nas cobranças de falta deles e não revidar provocação. Não podemos deixar o Cienciano esfriar o jogo."
O clube peruano encara o duelo como uma missão quase impossível e vai jogar na defesa, à espera de um contra-ataque que possa render alguma surpresa. Na tabela, a situação do Cienciano já é preocupante, pois perdeu o primeiro jogo. O São Paulo, que estreou com vitória sobre o Caracas fora, defende a ponta do Grupo 1.


NA TV - Globo (só para SP) e Sportv, ao vivo, às 21h45


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