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CARLOS SARLI
Será de novo um duelo?
A pergunta e as expectativas do Mundial de surfe deste ano envolvem o atual campeão, Kelly Slater, e o vice, Andy Irons
A
ELITE mundial de surfe profissional é composta de 45
atletas, mas nos últimos anos
só dois têm efetivamente disputado
o título. A primeira etapa da 32ª edição do circuito mundial, WCT, acabou ontem na Austrália e algumas
perguntas são inevitáveis. A principal: "Será mais um ano polarizado
entre Kelly Slater e Andy Irons?".
Conversei com alguns amigos editores, fotógrafos e empresários ligados ao esporte, e parece não haver
dúvida de que eles voltarão a ser
protagonistas neste ano, mas tudo
indica que o quadro de estrelas para
2007 irá no mínimo dobrar.
Os nomes dos australianos Joel
Parkinson e Mick Fanning foram
unanimidades na minha pesquisa.
Nenhuma surpresa, os dois foram
top 5 nos últimos anos, têm vencido
etapas, disputado finais e, acima de
tudo, estão com um surfe altamente
competitivo, mas outros elementos
compõem a luta pelo título agora.
Há quem duvide de que Slater siga
a temporada até o final caso não
consiga bons resultados no início,
aos 35 anos e octocampeão, pode fazer sentido a aposentadoria. Por outro lado, ele tem todos os elementos
para continuar envolvido: não tem
família, adora competir e, parece
certo, seu patrocinador, a Quiksilver, ofereceu mesmo uma bolada,
especula-se em US$ 10 milhões, caso ele chegue ao décimo título.
Irons leva a força da nação havaiana no Tour. A vitória na última etapa
de 2006, em Pipeline, na final contra
Slater, ampliou a rivalidade e o levou
ao vice-campeonato. Mas, ao contrário de Slater, é possível ser fã de
seu surfe, não de sua personalidade.
Os australianos têm a responsabilidade de recolocar o país no topo do
esporte. Sempre maioria, venceram
11 dos primeiros 15 Mundiais, mas,
na segunda metade da história do
circuito, conquistaram um único título, com Mark Occhilupo, em 1999.
Neste ano, o número de etapas
caiu para dez, e, pelo critério de descarte, apenas os sete melhores resultados definirão o ranking, aumentando a importância das provas. A
inaugural, o Quiksilver Pro, em
Snapper Rocks, fez jus à expectativa
em torno do WCT deste ano.
Ondas boas, mas difíceis, exigiram
o máximo dos competidores, e o reflexo pôde ser percebido pelas notas:
9,67 foi a mais baixa entre as dez melhores da prova. Andy Irons, surpreendentemente, perdeu as duas
baterias que disputou e ficou em último (33º). O estreante Josh Kerr
mostrou porque é querido pela mídia australiana, protagonizou com
Mick Fanning, nas quartas-de-final,
a melhor bateria do torneio e acabou
ao lado de Parkinson, em quinto.
Slater e Taj Burrow, finalistas na
etapa em 2006, ficaram em terceiro.
Bede Durbidge, que começou o ano
sem patrocínio, foi vice. E Mick Fanning iniciou com o pé direito: "O que
pode ser melhor que começar o ano
surfando Snapper perfeito, ao lado
de um parceiro e ganhar em casa",
falou o campeão, confiante de que
disputará o título neste ano.
MAIS WCT
Entre os brasileiros, os recém-operados Raoni Monteiro (9º) e
Silvana Lima mostraram que estão
recuperados das lesões nos joelhos.
Silvana disputou o Roxy Pro na
mesma praia e ficou em terceiro.
Leo Neves fez uma boa estréia,
mais pelo que mostrou na água
-sua derrota para Parkinson nas
oitavas foi discutível-, e ficou ao
lado de Adriano de Souza em 17º.
CORRIDA DE AVENTURA
No sábado, às 5h, no RN, começa
a etapa decisiva do Tryon Adventure Meeting. Trinta equipes irão enfrentar um roteiro de 200 km.
CULTURA URBANA
Tendo pranchas como telas, 20
artistas plásticos participarão da
exposição "Las Tablas". A iniciativa
é da Volcon, e a estréia será no próximo dia 12 no Studio SP.
sarli@trip.com.br
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