São Paulo, quinta-feira, 08 de março de 2007

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CARLOS SARLI

Será de novo um duelo?

A pergunta e as expectativas do Mundial de surfe deste ano envolvem o atual campeão, Kelly Slater, e o vice, Andy Irons

A ELITE mundial de surfe profissional é composta de 45 atletas, mas nos últimos anos só dois têm efetivamente disputado o título. A primeira etapa da 32ª edição do circuito mundial, WCT, acabou ontem na Austrália e algumas perguntas são inevitáveis. A principal: "Será mais um ano polarizado entre Kelly Slater e Andy Irons?".
Conversei com alguns amigos editores, fotógrafos e empresários ligados ao esporte, e parece não haver dúvida de que eles voltarão a ser protagonistas neste ano, mas tudo indica que o quadro de estrelas para 2007 irá no mínimo dobrar.
Os nomes dos australianos Joel Parkinson e Mick Fanning foram unanimidades na minha pesquisa. Nenhuma surpresa, os dois foram top 5 nos últimos anos, têm vencido etapas, disputado finais e, acima de tudo, estão com um surfe altamente competitivo, mas outros elementos compõem a luta pelo título agora.
Há quem duvide de que Slater siga a temporada até o final caso não consiga bons resultados no início, aos 35 anos e octocampeão, pode fazer sentido a aposentadoria. Por outro lado, ele tem todos os elementos para continuar envolvido: não tem família, adora competir e, parece certo, seu patrocinador, a Quiksilver, ofereceu mesmo uma bolada, especula-se em US$ 10 milhões, caso ele chegue ao décimo título.
Irons leva a força da nação havaiana no Tour. A vitória na última etapa de 2006, em Pipeline, na final contra Slater, ampliou a rivalidade e o levou ao vice-campeonato. Mas, ao contrário de Slater, é possível ser fã de seu surfe, não de sua personalidade. Os australianos têm a responsabilidade de recolocar o país no topo do esporte. Sempre maioria, venceram 11 dos primeiros 15 Mundiais, mas, na segunda metade da história do circuito, conquistaram um único título, com Mark Occhilupo, em 1999.
Neste ano, o número de etapas caiu para dez, e, pelo critério de descarte, apenas os sete melhores resultados definirão o ranking, aumentando a importância das provas. A inaugural, o Quiksilver Pro, em Snapper Rocks, fez jus à expectativa em torno do WCT deste ano.
Ondas boas, mas difíceis, exigiram o máximo dos competidores, e o reflexo pôde ser percebido pelas notas: 9,67 foi a mais baixa entre as dez melhores da prova. Andy Irons, surpreendentemente, perdeu as duas baterias que disputou e ficou em último (33º). O estreante Josh Kerr mostrou porque é querido pela mídia australiana, protagonizou com Mick Fanning, nas quartas-de-final, a melhor bateria do torneio e acabou ao lado de Parkinson, em quinto.
Slater e Taj Burrow, finalistas na etapa em 2006, ficaram em terceiro. Bede Durbidge, que começou o ano sem patrocínio, foi vice. E Mick Fanning iniciou com o pé direito: "O que pode ser melhor que começar o ano surfando Snapper perfeito, ao lado de um parceiro e ganhar em casa", falou o campeão, confiante de que disputará o título neste ano.

MAIS WCT
Entre os brasileiros, os recém-operados Raoni Monteiro (9º) e Silvana Lima mostraram que estão recuperados das lesões nos joelhos. Silvana disputou o Roxy Pro na mesma praia e ficou em terceiro. Leo Neves fez uma boa estréia, mais pelo que mostrou na água -sua derrota para Parkinson nas oitavas foi discutível-, e ficou ao lado de Adriano de Souza em 17º.

CORRIDA DE AVENTURA
No sábado, às 5h, no RN, começa a etapa decisiva do Tryon Adventure Meeting. Trinta equipes irão enfrentar um roteiro de 200 km.

CULTURA URBANA
Tendo pranchas como telas, 20 artistas plásticos participarão da exposição "Las Tablas". A iniciativa é da Volcon, e a estréia será no próximo dia 12 no Studio SP.

sarli@trip.com.br


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