São Paulo, quinta-feira, 08 de março de 2007

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Palmeiras perde o jogo, porém ganha a torcida em casa

Equipe sofre derrota para o concorrente direto Noroeste em pleno Parque Antarctica, mas sai aplaudida de campo

Palmeiras 1
Noroeste 2

PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

O Palmeiras não venceu, mas conquistou a confiança dos torcedores. Mesmo após sofrer ontem para o Noroeste a primeira derrota em casa no ano, o time saiu do Parque Antarctica de bem com os fãs. A torcida, que em tropeços anteriores pediu a cabeça do técnico Caio Júnior, aplaudiu os jogadores.
"O Palmeiras teve uma atuação boa, até segura", disse Marcos, mais sereno do que costuma ser quando seu time perde.
"A gente lutou de todas as formas. Tem que voltar a sorte no Parque Antarctica", lamentou o lateral Leandro, aludindo ao fato de o Palmeiras não vencer no estádio desde 25 de janeiro, quando bateu o Santo André por 1 a 0. A partir dali, no Estadual, foram quatro empates e o revés de ontem em casa.
Apesar do apoio da torcida, o Palmeiras desperdiçou chance de entrar na zona de classificação à semifinal do Paulista e parou no oitavo lugar (19 pontos).
A torcida, sob efeito da vitória sobre o Corinthians, mostrou-se disposta a apoiar desde o início, quando fez ecoar gritos de "Palmeiras, Palmeiras".
Só uma coisa conspirou contra a noite de reconciliação: o Noroeste, visitante indigesto, que dominou o primeiro tempo. Com jogadas pelas laterais que deixavam os atacantes no mano a mano com os rivais, testava os nervos dos palestrinos.
O Palmeiras tentava corresponder ao apoio vindo das arquibancadas. Mas os dribles de Valdivia, o esforço de Osmar e os toques de Edmundo -isolados à frente- eram pouco.
Caio Júnior tentou interferir no jogo. Com a troca precoce de Francis por Marcelo Costa, procurou dar mais poder ofensivo ao Palmeiras. Até conseguiu, mas, justo quando começava a tomar as rédeas do jogo, o Noroeste reagiu. E com gol.
Ao ver a bola na rede defendida por Marcos após um toque involuntário do zagueiro palmeirense David, aos 36min, o Parque Antarctica emudeceu.
Mas só durou segundos. A torcida até esboçava um protesto pelo placar desfavorável quando o goleiro Marcos representou toda a sua indignação. Aos gritos, ele interrompeu os festejos dos noroestinos, que provocavam as arquibancadas.
O gesto do goleiro levou a torcida de volta para junto do time até o fim da etapa inicial.
Após o intervalo, o Palmeiras melhorou. A pressão, das arquibancadas e dentro do campo, encurralava o Noroeste.
A recompensa da torcida veio aos 26min, após Valdivia invadir a área e sofrer pênalti. O chileno deixou para Edmundo bater. Ao som de "Au, au, au, Edmundo Animal", ele empatou.
Mas a felicidade no estádio não durou dois minutos inteiros. No primeiro ataque do Noroeste, Otacílio recolocou os visitantes à frente e fez o Palmeiras começar tudo de novo.
O time da casa não conseguiu chegar a outro gol. Perdeu o jogo. Mas ganhou a torcida.
"Quero agradecer à torcida, porque ela está entendendo a necessidade de apoiar. Só às vezes tem um babaca ou outro que fica atrás do banco enchendo o saco. Deve ser até torcedor de outro time", disse Caio Júnior, que no domingo testa o ânimo dos fãs, contra o Juventus, no Parque Antarctica.


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