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Santo André busca história e ídolos
Sensação do Estadual e segundo colocado, "Ramalhão" goleia Botafogo com apoio de três organizadas
RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL
"Salve! Salve! Ó grandioso...
Esporte Clube Santo André!
Salve! Salve! Ó glorioso... Santo
André da minha fé!"
O hino foi cantado a plenos
pulmões pelos jogadores da
equipe da casa ainda nos vestiários. Àquela altura, a vitória de
virada sobre o Botafogo nem
começara a ser construída.
O pai-nosso entoado no famoso estilo dos boleiros -alto,
rápido e em ritmo de qualquer
outra coisa, menos de uma oração- fechou a preleção do técnico Sérgio Soares.
"Um por todos!", puxou o goleiro Júlio César, capitão da
equipe. "Todos por um!", responderam os companheiros,
antes de subirem para o gramado do estádio Bruno José Daniel, em Santo André, e serem
recebidos por uma torcida ainda em busca de um craque, um
ídolo que represente o atual
momento do segundo melhor
time do Campeonato Paulista.
A camisa mais vista entre os
2.247 pagantes de ontem é a 10,
que atualmente veste o meia
Bruno César. A 11 de Rodriguinho, artilheiro do torneio com
dez gols, aparece pouco até
mesmo nos varais dos ambulantes em frente ao estádio.
Coincidentemente, pelo menos ontem Rodriguinho não foi
o herói da partida.
Parte dos méritos pelos 4 a 1 é
justamente do camisa 10. Foi
Bruno César, com um arremate
salvador aos 47min da etapa
inicial, quem empatou o encontro entre dois dos melhores times do Paulista -até a rodada
começar, ocupavam as posições intermediárias do G4.
Até então, o zagueiro Leandro Amaro calara com o primeiro gol da noite as três torcidas organizadas da casa, divididas em pequenos grupos espalhados pelas cadeiras repletas
de espaço do Bruno Daniel.
Na volta para o segundo tempo, o Santo André mostrou porque vencera com autoridade o
Palmeiras no meio da semana,
em pleno Parque Antarctica.
Com toques rápidos, envolveu o oponente. Com um chute
cruzado de Branquinho, aos
16min, virou o jogo e ganhou a
tranquilidade para dominar.
Aos gritos de "olé", Ricardo
Conceição ajeitou no peito a
bola que espirrou da defesa e
chutou de primeira. Um golaço,
digno da sétima vitória consecutiva do Santo André no campeonato. Nunes, aos 38min,
completou a goleada.
Pelo menos nos números, só
o estrelado Santos de Robinho,
Neymar e Ganso está à frente
do "Ramalhão", como é conhecido o clube andreense. Somente dois pontos (32 a 30).
"Rumo à classificação", disse
Ricardo Conceição. Rumo,
também, à história. O campeão
da Copa do Brasil de 2004 jamais ficou tão perto do topo no
Estado. A melhor campanha da
equipe no torneio foi um quarto lugar, na edição de 2005.
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