São Paulo, segunda-feira, 08 de março de 2010

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Prancheta do PVC

PAULO VINICIUS COELHO - pvc@uol.com.br

Futebol se joga assim

UMA ALTERAÇÃO pouco convencional mudou a cara do clássico, no segundo tempo do Canindé, e impediu o Santos de sofrer a segunda derrota no ano. Aos 34min do primeiro tempo, vendo a Portuguesa mandar no jogo, Dorival Jr. chamou o meia Marquinhos. Aumentar a marcação? Não, o objetivo era trocar mais passes, aproximar os jogadores de ataque e pressionar.
Marquinhos, um armador, entrou no lugar de Roberto Brum, camisa 4 às costas para se disfarçar de lateral-direito, mas que jogava como volante.
Lembra quando você posicionava seu time de botão com um volante, dois meias e três atacantes? Foi assim que o Santos ficou desenhado depois da entrada de Marquinhos. Antes, tinha dois volantes e um meia só. Este, Paulo Henrique Ganso, era vencido por Marco Antônio, que marcava e criava, desmarcado. No Santos, o 4-3-3 torto dos primeiros 34 minutos deixava três atacantes divorciados do resto da equipe.
Como perfeição não existe, o Santos envolveu a Portuguesa no segundo tempo, mas ofereceu o contra-ataque. O resultado, um jogaço.
Dorival Jr., o mesmo técnico que montou um time sem volantes e, com ele, classificou o Cruzeiro à Libertadores em 2007, diverte-se com seus meninos talentosos.
Contra o Paulista, na quinta-feira, inverteu as posições de Wesley e Roberto Brum no segundo tempo. Brum saiu da lateral para a cabeça da área, enquanto Wesley passou a ser ponta-direita - ficou sem lateral-direito, praticamente.
Esse lado do campo, o direito, é aquele em que o Santos apresenta o maior número de surpresas. Ora Neymar, ora Robinho no ataque, ora Roberto Brum, outras vezes Wesley na lateral. É também o foco do maior problema.
Na quinta, o Paulista não usou aquele lado. A Portuguesa sim. Por três vezes, no segundo tempo, esteve perto de matar o jogo com jogadas desse lado do campo.
Contra a Lusa, o resultado faz pouca diferença para o Santos. Mais importante descobrir que pode jogar no 4-3-3 com um volante só, à moda antiga. Haverá outros em que perder será a morte. No Paulistão traiçoeiro, um contra- -ataque nas semifinais pode tirar o título do time mais espetacular de 2010.



TIME TAMBÉM VENCE
O Corinthians esteve perto de completar quatro rodadas sem vitória. Seria a antítese da equipe que, em 2009, merecia elogios aqui. Embora empatasse demais, demonstrava haver algo diferente. Não perdia desde o meio de 2008. Ontem, a vitória não escondeu que ainda há problemas sérios para resolver.

O NOVO LOVE
No Flamengo, o coadjuvante de Adriano tornou-se o homem das assistências. Sai da área e faz passes precisos, como no sábado contra o Resende. Vagner Love é também o artilheiro do Estadual do Rio -dez gols. Muita coisa pode ter mudado em relação a 2009, no Palmeiras. Uma delas, paz para trabalhar.

FALTOU RONALDINHO
Contra a Roma, fora de casa, Ronaldinho não fez boa partida. Começou aberto pelo lado esquerdo, como sempre, e passou momentos por dentro, como armador. Em nenhuma das funções conseguiu executar a jogada para resolver o jogo e aproximar seu time, o Milan, da líder Inter. Na quarta, o jogo em que pode fazer toda a diferença. Será difícil Dunga não levar Ronaldinho se o mundo o vir arrebentando em Manchester na Copa dos Campeões.


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