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FUTEBOL
Técnico segue até aqui trilha vitoriosa de Geninho e Parreira no Corinthians
Passarella ouve "burro", mas exibe números de campeão
EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL
O treinador Daniel Passarella,
51, não conta ainda com a simpatia total dos torcedores corintianos, mas ao menos resgatou a
prancheta no Corinthians. Sob o
comando dele, o time do Parque
São Jorge voltou a mostrar, após
dois anos, números próximos aos
de suas últimas conquistas.
O argentino, chamado de "burro" pela torcida no Pacaembu
contra o Cianorte-PR por manter
o atacante Bobô em campo, ostenta aproveitamento de 71%.
Em oito jogos, Passarella venceu
cinco vezes, empatou duas e perdeu somente uma vez.
O número do argentino é o melhor desde Geninho, o último treinador a levar os corintianos a
uma conquista -o Paulista, em
2003. Nos seus oito confrontos
iniciais, ganhou seis, empatou
uma vez e foi derrotado outra-
eficiência de 79%.
De lá para cá, o Corinthians
afundou num período de mediocridade, sem disputar títulos e até
brigando para não ser rebaixado,
como no Paulista-2004. Nesse
tempo, a prancheta corintiana esteve nas mãos de três técnicos.
Após a saída de Geninho, Juninho Fonseca assumiu, e o resultado não foi animador -um começo com três vitórias e cinco derrotas. Ao todo, ele ficou 16 jogos comandando o time e deixou o clube com 37,5% de aproveitamento.
Oswaldo de Oliveira veio na seqüência e piorou o que já estava
ruim. Nos seus primeiros oitos jogos ganhou só dois e perdeu cinco
(29,2% de eficiência). Comandou
a equipe em mais nove partidas
até ser demitido.
Tite, que tirou o time da zona de
descenso do Brasileiro-2004, ganhou 50% dos pontos nos oito
primeiros duelos. Ao final, foi demitido com 56,9% de eficiência.
Com Passarella, o Corinthians
está nas oitavas-de-final da Copa
do Brasil (vai enfrentar o Figueirense) e pode terminar com o vice-campeonato estadual.
"O Passarella é um gênio. Depois do que o Corinthians fez contra o Cianorte pode fazer qualquer coisa", disse, empolgado, o
iraniano Kia Joorabchian, chefão
da MSI, que deu ao argentino um
time de quase R$ 150 milhões.
"Esse é um compromisso que o
time assumiu. No próximo jogo,
vão querer novamente isso", afirmou o técnico corintiano após o
histórico 5 a 1 no Pacaembu.
Com ele, aliás, a produtividade
ofensiva melhorou. Hoje, os corintianos marcam, em média, 2,13
gols por partida, contra 1,88 dos
tempos de Geninho.
O aproveitamento do argentino
no início é idêntico ao de um treinador que marcou época no clube: Carlos Alberto Parreira.
O atual comandante da seleção
brasileira deixou o Corinthians
em 2002 após levantar as taças do
Torneio Rio-São Paulo e da Copa
do Brasil, além de um vice-campeonato do Brasileiro.
"O objetivo é montar um time
competitivo para o Brasileirão",
diz o técnico. "O time combina
com o perfil de Passarella, que era
zagueiro raçudo", disse o presidente Alberto Dualib à rádio Jovem Pan. "Tenho certeza de que
assim vamos à Libertadores."
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