São Paulo, sexta-feira, 08 de abril de 2005

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FUTEBOL

Técnico segue até aqui trilha vitoriosa de Geninho e Parreira no Corinthians

Passarella ouve "burro", mas exibe números de campeão

EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

O treinador Daniel Passarella, 51, não conta ainda com a simpatia total dos torcedores corintianos, mas ao menos resgatou a prancheta no Corinthians. Sob o comando dele, o time do Parque São Jorge voltou a mostrar, após dois anos, números próximos aos de suas últimas conquistas.
O argentino, chamado de "burro" pela torcida no Pacaembu contra o Cianorte-PR por manter o atacante Bobô em campo, ostenta aproveitamento de 71%.
Em oito jogos, Passarella venceu cinco vezes, empatou duas e perdeu somente uma vez.
O número do argentino é o melhor desde Geninho, o último treinador a levar os corintianos a uma conquista -o Paulista, em 2003. Nos seus oito confrontos iniciais, ganhou seis, empatou uma vez e foi derrotado outra- eficiência de 79%.
De lá para cá, o Corinthians afundou num período de mediocridade, sem disputar títulos e até brigando para não ser rebaixado, como no Paulista-2004. Nesse tempo, a prancheta corintiana esteve nas mãos de três técnicos.
Após a saída de Geninho, Juninho Fonseca assumiu, e o resultado não foi animador -um começo com três vitórias e cinco derrotas. Ao todo, ele ficou 16 jogos comandando o time e deixou o clube com 37,5% de aproveitamento.
Oswaldo de Oliveira veio na seqüência e piorou o que já estava ruim. Nos seus primeiros oitos jogos ganhou só dois e perdeu cinco (29,2% de eficiência). Comandou a equipe em mais nove partidas até ser demitido.
Tite, que tirou o time da zona de descenso do Brasileiro-2004, ganhou 50% dos pontos nos oito primeiros duelos. Ao final, foi demitido com 56,9% de eficiência.
Com Passarella, o Corinthians está nas oitavas-de-final da Copa do Brasil (vai enfrentar o Figueirense) e pode terminar com o vice-campeonato estadual.
"O Passarella é um gênio. Depois do que o Corinthians fez contra o Cianorte pode fazer qualquer coisa", disse, empolgado, o iraniano Kia Joorabchian, chefão da MSI, que deu ao argentino um time de quase R$ 150 milhões.
"Esse é um compromisso que o time assumiu. No próximo jogo, vão querer novamente isso", afirmou o técnico corintiano após o histórico 5 a 1 no Pacaembu.
Com ele, aliás, a produtividade ofensiva melhorou. Hoje, os corintianos marcam, em média, 2,13 gols por partida, contra 1,88 dos tempos de Geninho.
O aproveitamento do argentino no início é idêntico ao de um treinador que marcou época no clube: Carlos Alberto Parreira.
O atual comandante da seleção brasileira deixou o Corinthians em 2002 após levantar as taças do Torneio Rio-São Paulo e da Copa do Brasil, além de um vice-campeonato do Brasileiro.
"O objetivo é montar um time competitivo para o Brasileirão", diz o técnico. "O time combina com o perfil de Passarella, que era zagueiro raçudo", disse o presidente Alberto Dualib à rádio Jovem Pan. "Tenho certeza de que assim vamos à Libertadores."


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