São Paulo, domingo, 08 de abril de 2007

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Eficientes, Santos e São Paulo esnobam Paulista

Já classificados e cumprindo tabela, líder e vice-líder põem times B na reta final

Para Luxemburgo, elenco consegue manter padrão de jogo; Muricy, que também disputa dois campeonatos, não quer sacrificar atletas


JULYANA TRAVAGLIA
TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

Para um jogo que pouco vale, nada melhor do que optar pela lei do mínimo esforço. Regra que hoje pode ser aplicada para os jogadores titulares de Santos e São Paulo, atuais líder e vice do Paulista, respectivamente.
Restando apenas duas rodadas para o fim da fase de classificação às semifinais, o Santos, líder com 44 pontos, não pode mais ser alcançado na ponta da competição por outra equipe que não seja o São Paulo, que tem quatro pontos a menos.
E para dar uma folga aos jogadores, que vêm encarando duas competições simultaneamente -ambas equipes disputam o Estadual e a Taça Libertadores- nada melhor que escalar um "mistão" para as rodadas derradeiras do Paulista.
Somando as duas competições, o Santos já disputou 24 jogos -17 pelo Estadual e sete no torneio sul-americano. Já os são-paulinos têm duas partidas a menos que os rivais do litoral na temporada -os santistas tiveram dois confrontos na fase preliminar da Libertadores.
E a opção bem-sucedida nos jogos contra o Palmeiras, pelo Paulista, e o Necaxa, na Libertadores, fortalece ainda mais a tese do técnico são-paulino Muricy Ramalho de poupar.
"No futebol de hoje, o que vale é a condição física. O time só rendeu muito bem contra o Necaxa porque descansou contra o Palmeiras. Não vou sacrificar nenhum atleta por causa desse calendário", disse o treinador.
Outro ponto que faz Muricy pensar em dar descanso aos titulares é o fato de não considerar uma tarefa fácil tirar o Santos da liderança do Paulista.
"O primeiro lugar está difícil. Se a gente vir que não tem mais chance, acho melhor cuidar dos nossos jogadores. O Santos está muito bem e vai ser muito complicado eles perderem a primeira vaga", pondera Muricy.
Também partidário da estratégia de poupar os atletas sempre que possível, o Santos já lançou mão de usar um time misto mesmo antes de ter a vaga assegurada nas duas competições. E não tem do que reclamar dos resultados.
Das 17 partidas disputadas no Campeonato Paulista, o técnico Vanderlei Luxemburgo escalou um time mesclando titulares e reservas em seis vezes.
"Todo o grupo está muito focado. Por isso, mesmo quando as trocas acontecem, o time consegue manter o mesmo padrão de atuações", justificou Luxemburgo, que não gosta de se referir aos jogadores como titulares e reservas, preferindo usar o termo "elenco".
A equipe litorânea derrotou o Defensor, no Uruguai, na última quinta-feira e se manteve 100% na Libertadores -mais uma vez vai depender do seu "elenco" para tentar garantir o primeiro lugar desta fase com uma rodada de antecipação.
Um dos reservas de luxo desse sistema que prevê descanso aos titulares entre uma partida e outra, Rodrigo Tabata acredita que esta é a chance de mostrar o seu potencial para o treinador. "É bom porque os titulares descansam e a gente tem a oportunidade de mostrar que está em forma e pode jogar a qualquer hora", disse o meia.


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