São Paulo, terça-feira, 08 de abril de 2008

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voto vencido

Federação coloca Palmeiras na parede

FPF define o primeiro clássico das semifinais no Morumbi e dá 48 horas para o clube escolher palco de jogo decisivo

Presidente Marco Polo Del Nero veta Parque Antarctica, defende 2 partidas na capital e diz ter a Polícia Militar e o Ministério Público a seu lado

RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL

De um lado, Polícia Militar, Ministério Público, Federação Paulista e São Paulo. Do outro, apenas o Palmeiras. No primeiro round da luta que define os locais das semifinais do Paulista, o time alviverde foi nocauteado. Saiu da reunião com grande chance de precisar jogar duas vezes no estádio do rival.
Na reunião realizada ontem na sede da FPF, o Parque Antarctica foi rechaçado, e o Morumbi acabou enaltecido pelo próprio Marco Polo Del Nero, presidente da federação.
"Já tenho informações extra-oficiais de que a PM e o Ministério Público preferem o Morumbi. Eu também quero o jogo no Morumbi. Temos de pensar no conforto dos torcedores", afirmou o dirigente.
A FPF marcou o primeiro confronto para o estádio são-paulino, no próximo domingo, às 16h. A segunda partida ainda está sem endereço definido.
"Vou aguardar avaliação da PM e do Ministério Público para ver se outro estádio, que não seja o Palestra Itália, tem condições. Em 48 horas, indicaremos o local", completou Del Nero.
O Palmeiras precisará da autorização dos dois órgãos competentes avalizando o segundo clássico longe do Morumbi.
"Se tivermos esse laudo para um desses estádios, será feito. O Morumbi é a última opção", afirmou o vice de futebol do Palmeiras, Gilberto Cipullo.
Segundo o gerente de futebol Toninho Cecílio, o clube teve descartada a sugestão de receber o jogo em sua própria casa.
"O Palestra não tem as mínimas condições. Recebemos manifestações incisivas da PM e do Ministério Público vetando jogos por lá. A rua Turiassu [sede do estádio] é um estopim", reclamou Del Nero.
Os estádios Santa Cruz, em Ribeirão Preto, e Teixeirão, em São José do Rio Preto, foram sugeridos pela diretoria. O histórico recente, porém, é complicado: no último dia 16, houve confusão no clássico entre os dois times no Santa Cruz.
Na venda de ingressos, a PM usou gás pimenta para dispersar tumulto na porta do estádio. No jogo, teve de impedir que as torcidas derrubassem as grades que dividiam as facções.
A Folha apurou que o clube já entrou em contato com o Batalhão da Polícia Militar do Interior, que fará a segurança do clássico caso aconteça em Ribeirão Preto. O porta-voz do Comando Regional da PM, capitão Naby Affiune, disse que a decisão depende da FPF.
No dia 18, engenheiros do Departamento de Engenharia de Estruturas da Escola de Engenharia da USP de São Carlos vistoriaram o local e o Francisco de Palma Travassos, o outro estádio da cidade, a pedido do Ministério Público, que instaurou um inquérito em 2006 para apurar falhas estruturais e de segurança nos dois estádios.
O laudo está previsto para sair na quinta, um dia após o prazo da FPF. "O Palmeiras não considera o Morumbi campo neutro", disse o presidente Affonso della Monica.
O São Paulo, representado na reunião de ontem pelo vice de futebol Carlos Augusto de Barros e Silva, foi direto sobre a decisão. "O São Paulo pretende jogar [ambos os clássicos] na capital." Indagado se acreditava em mudança na decisão da FPF, disse que achava "difícil".


Colaborou LUCAS REIS, da Folha Ribeirão


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