São Paulo, quarta-feira, 08 de abril de 2009

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TÊNIS

Desespero?

Federer precisa saber dar a volta por cima; para quem nunca esteve por baixo, talvez essa seja a tarefa mais difícil

RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA

HÁ DOIS ANOS , Roger Federer chegou sorrindo a um papo com repórteres em Miami. Surpreendentemente, havia sido derrotado na primeira rodada em Indian Wells, o torneio anterior.
"Diga o que aconteceu lá. Tudo bem?", soltou um colega americano. "Bom, existem coisas boas [dessa derrota]. Digo, ganhei um tempinho para descansar. Tenho tentado planejar alguma folga, vocês sabem, e pela primeira vez em anos tirei uma semana. Então consegui descansar, me divertir. Foi muito bom."
Perder, à época, parecia mais necessidade fisiológica de Federer do que possibilidade técnica real dos adversários. O suíço não encontrava rivais à frente. Naquele ano, ganharia três Grand Slams, seria vice no outro e faturaria o Masters.
Mas a maré mudaria. E 2008, que começou com expectativa de quebra de recordes e a consagração como o melhor de todos os tempos, acabou com Federer à sombra de Rafael Nadal, sem seu título de Wimbledon, muito menos o troféu de Roland Garros, nem o ouro olímpico. O suíço ainda seria destronado de seu cativo primeiro lugar do ranking. Aos 28 anos, quando se esperava que vivesse o auge, Federer passa por seu momento mais delicado desde que despontou do anonimato e se impôs no circuito. Não chega aos títulos que sugeriu ganhar, não alcança marcas históricas tão próximas, deixando a impressão de que elas nunca estiveram tão longe.
Na semana passada, de novo em Miami, Federer encarou os jornalistas após outra derrota, com um sorriso, sim, mas um sorriso amarelo. Foi uma derrota humilhante. Chegou a destruir raquete em meio a um jogo em que não sabia o que fazer. "Graças a Deus, a temporada de quadras duras terminou", disse Federer, ele que há dois anos só perdia quando queria nas quadras duras.
Agora, virá o saibro, em que Nadal, seu algoz, brilha e domina como poucos fizeram na história do tênis. Mais do que em qualquer momento, o suíço precisa manter o controle e saber dar a volta por cima. Para quem nunca esteve por baixo, talvez seja essa a tarefa mais difícil.

DESABAFO
Jornalista: "O quanto de pressão está sentindo lá na quadra?". Federer: "Não muita. Não ganho mais 20 torneios seguidos, então ninguém crê mais que serei campeão".

TOPO
Com as quartas em Miami, Bruno Soares, 27, chegou a 16º do ranking de duplas. Ao lado de Kevin Ullyett, tem tudo para crescer mais.

CIRCUITO UNIMED
Na 1ª etapa, no Joinville Tênis Clube, os campeões foram Rodrigo Schaefer, Marina Bohrer (18 anos), Karue Sell, Ana Pinto (16), Rafael Niemezewki, Jornada Peres (14), Renato Junior e Ana Batista (12).

reandaku@uol.com.br


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