São Paulo, quarta-feira, 08 de abril de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

TOSTÃO

Longos, fracos e necessários


Estaduais servem para iludir, para os grandes golearem os pequenos e para cartolas e políticos trocarem favores


FORA O TALENTO de poucos jogadores e os momentos especiais de algumas equipes, os Estaduais são longos, fracos, com excesso de clubes, mas necessários.
Os Estaduais servem mais para atacantes medianos se tornarem artilheiros e supervalorizados, para os grandes golearem os fraquíssimos pequenos e para cartolas e políticos trocarem favores.
Se o Palmeiras perder hoje para o Sport, um resultado normal, estará quase fora da Libertadores. Será uma decepção. Isso poderá abater a equipe no Estadual.
O melhor jogador do Palmeiras não é Keirrison nem Diego Souza. É Cleiton Xavier. Ele marca, movimenta-se por todo o campo, dá ótimos passes e ainda finaliza muito bem. Keirrison é artilheiro, mas ainda não é um grande atacante para o nível de uma seleção brasileira. Poderá ser.
Se o Corinthians for o campeão, ainda mais invicto, será chamado, tecnicamente, de timão, o que não é. Se perder o título, mesmo invicto, será chamado de timinho, o que também não é. Independentemente do que acontecer, o Corinthians é apenas um time organizado, com jogadores razoáveis e bons. O Corinthians, mesmo sem perder, não agrada porque não tem futebol para jogar mais que isso.
Neymar vai evoluir nos jogos decisivos ou vai ser discreto, como nas duas partidas anteriores? Ele não é ainda um grande jogador, mas é a esperança do Santos se igualar aos outros grandes. Para ser campeão, um time não pode depender apenas dos gols de um artilheiro. A solução não é tirar Kléber Pereira. Seria absurdo. A solução é ter mais jogadores marcando gols.
No Rio, não há favoritos. O Vasco tem atuado melhor, o que não significa que será o melhor nos jogos finais.
Em Minas, Cruzeiro e Atlético devem fazer a final. Ninguém sabia. Os dois estão melhores do que no ano passado. O Cruzeiro contratou bons zagueiros e um excelente atacante, Kléber. Além dele, Fábio, Marquinhos Paraná e Ramires continuam sendo os destaques. O Atlético se reforçou bastante, com Diego Tardelli, Éder Luís e Júnior. O Cruzeiro tem um pouco mais de chances de ser o campeão.
Ramires continua atuando muito bem, chegando à frente, às vezes de surpresa, com muita velocidade. Ele evoluiu no passe e na finalização. Hernanes faz o mesmo, de uma maneira diferente, driblando e trocando passes. Assim, os dois são especiais, fazem o que os outros armadores não fazem. Os treinadores não devem colocá-los mais à frente, como meias ofensivos, esperando a bola na intermediária e de costas para o gol. Serão mais facilmente marcados.
No Rio Grande do Sul, o Inter é o grande favorito. No último clássico entre Inter e Grêmio e em muitos jogos de outros Estaduais, os árbitros confirmaram que não sabem marcar pênaltis nem faltas. Conhecem as regras, mas não conhecem nada de futebol.
Não dá para acompanhar todos os Estaduais. São muitos jogos, e ainda não aprendi a assistir a várias partidas ao mesmo tempo nem a analisar os jogos pelos melhores momentos e pelas informações e resumos da internet. Gosto de ver as coisas sem pressa. Estou fora de moda, perdido no tempo.


Texto Anterior: Tênis: Desespero?
Próximo Texto: Clubes ignoram o caixa por palco das semifinais
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.