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FUTEBOL
Sexo na Copa
TOSTÃO
COLUNISTA DA FOLHA
Felipão não proibiu os jogadores de terem relações sexuais nos dias de folga, como disseram. Ele apenas afirmou que
"jogador que não consegue evitar
o sexo durante 40 dias é um animal irracional".
Estudos mostram que a relação
sexual às vésperas das partidas
não prejudica o desempenho dos
atletas. Pelo contrário: faz bem,
desde que seja realizada com prazer, sem culpa, perda de sono e
uso de bebidas alcóolicas.
Os jogadores precisam ter no
mínimo um dia de folga por semana, para fazerem o que quiserem, do jeito que quiserem. Uns
vão rezar, fazer compras, passear
de escada rolante no shopping
center. Outros, mais tarados, como disse o técnico, sairão à procura do sexo, por prazer, para mostrarem que são "machos" ou apenas para satisfazer suas necessidades fisiológicas.
Os treinadores precisam entender os desejos e as individualidades dos jogadores, dentro e fora de
campo.
"Não sois máquinas. Homem é
que sois." (Charles Chaplin)
O choro do craque
Ronaldo fez um grande esforço
para retornar bem ao futebol e
conseguiu. Sonhou com uma
grande atuação no jogo final e
que seria campeão italiano. Daí,
sua decepção e choro compulsivo.
Ronaldo se sente em dívida com
a Inter, com o futebol brasileiro
-por causa da final da Copa da
França-98- e principalmente
consigo mesmo, com seu orgulho.
Queria começar a pagar no último domingo. Terá a segunda
chance no Mundial.
Livros sobre futebol
Ano de Copa é tempo de novos
livros sobre o futebol. Citaria: "O
Brasil em todas as Copas", do historiador cearense Airton Fontenelle; "Todas as Copas", do jornal
"Lance", e "O Banho de Bola", do
colunista do "Jornal do Brasil"
Roberto Assaf.
Os 23 da Copa
Houve evolução nas convocações do Felipão. Provavelmente o
grupo seria melhor se fosse definido daqui a um mês.
Para o gol foram chamados os
três melhores. Estão no mesmo nível. Na lateral, ou na ala esquerda, Serginho, Kléber e Zé Roberto
seriam opções mais interessantes
do que Júnior. Zé Roberto atua
bem de lateral, ala, volante, meia-esquerda e ponta-esquerda.
Edmílson, Roque Júnior e Bel-letti são fracos para atuarem na
seleção, mas não há outros tão superiores. Prefiro o Antônio Carlos
e até o Aldair no final de carreira.
A troca do Euller pelo Vampeta
melhorou a distribuição dos jogadores. Mesmo com a opção do
Gilberto Silva na zaga, a presença
de quatro zagueiros sugere que o
Felipão poderá mudar o esquema
tático até o Mundial.
Kaká é mais jovem e melhor do
que o Djalminha, e o técnico não
corre riscos de levar cabeçada.
Djalminha não é reserva do La
Coruña porque o técnico não gosta dele. Valeron, titular da seleção
espanhola, é superior a ele.
Repito pela milésima vez que há
na seleção muitos meias-atacantes -Ronaldinho, o gaúcho, Kaká, Juninho e Rivaldo- e nenhum meia-armador habilidoso
e organizador de jogadas no
meio-campo, como Ricardinho,
do Corinthians, e Juninho Pernambucano, do Lyon.
Na frente, faltou o França. Na
verdade, o jogador do São Paulo
está contundido e não aproveitou
as poucas oportunidades. França
é um desses jogadores que precisariam de um tempo maior, de
apoio para se adaptar na seleção.
A grande esperança do time
brasileiro é o trio ofensivo formado pelo Rivaldo e os dois Ronaldos. Se os três estiverem em forma, o Brasil passa a ser um dos
principais favoritos, um pouco
abaixo de França e Argentina.
Mas os três não são ainda certeza de excepcional futebol na Copa. Ronaldo não está em forma.
Parece que o esforço feito no último mês prejudicou o jogador na
partida final do Italiano. Ele estava lento e sem imaginação.
Rivaldo continua com pequenas contusões e fora de forma. Ronaldinho foi muito endeusado
nos dois últimos amistosos da seleção. Na França, não está brilhando tanto assim. Ele impressiona os franceses pelo toque bonito, mas não tem sido tão eficiente. Sua equipe, o Paris Saint-Germain, fracassou no Campeonato Francês, que é bastante inferior aos outros da Europa.
São grandes as esperanças de o
time brasileiro crescer durante a
Copa de 2002. As três primeiras
partidas, mais fáceis, servirão
também para ajustar a equipe. A
vitória do Brasil não será mais
surpresa.
E-mail:
tostao.folha@uol.com.br
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