São Paulo, quarta-feira, 08 de maio de 2002

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FUTEBOL

Sexo na Copa

TOSTÃO
COLUNISTA DA FOLHA

Felipão não proibiu os jogadores de terem relações sexuais nos dias de folga, como disseram. Ele apenas afirmou que "jogador que não consegue evitar o sexo durante 40 dias é um animal irracional".
Estudos mostram que a relação sexual às vésperas das partidas não prejudica o desempenho dos atletas. Pelo contrário: faz bem, desde que seja realizada com prazer, sem culpa, perda de sono e uso de bebidas alcóolicas.
Os jogadores precisam ter no mínimo um dia de folga por semana, para fazerem o que quiserem, do jeito que quiserem. Uns vão rezar, fazer compras, passear de escada rolante no shopping center. Outros, mais tarados, como disse o técnico, sairão à procura do sexo, por prazer, para mostrarem que são "machos" ou apenas para satisfazer suas necessidades fisiológicas.
Os treinadores precisam entender os desejos e as individualidades dos jogadores, dentro e fora de campo.
"Não sois máquinas. Homem é que sois." (Charles Chaplin)

O choro do craque
Ronaldo fez um grande esforço para retornar bem ao futebol e conseguiu. Sonhou com uma grande atuação no jogo final e que seria campeão italiano. Daí, sua decepção e choro compulsivo.
Ronaldo se sente em dívida com a Inter, com o futebol brasileiro -por causa da final da Copa da França-98- e principalmente consigo mesmo, com seu orgulho. Queria começar a pagar no último domingo. Terá a segunda chance no Mundial.

Livros sobre futebol
Ano de Copa é tempo de novos livros sobre o futebol. Citaria: "O Brasil em todas as Copas", do historiador cearense Airton Fontenelle; "Todas as Copas", do jornal "Lance", e "O Banho de Bola", do colunista do "Jornal do Brasil" Roberto Assaf.

Os 23 da Copa
Houve evolução nas convocações do Felipão. Provavelmente o grupo seria melhor se fosse definido daqui a um mês.
Para o gol foram chamados os três melhores. Estão no mesmo nível. Na lateral, ou na ala esquerda, Serginho, Kléber e Zé Roberto seriam opções mais interessantes do que Júnior. Zé Roberto atua bem de lateral, ala, volante, meia-esquerda e ponta-esquerda.
Edmílson, Roque Júnior e Bel-letti são fracos para atuarem na seleção, mas não há outros tão superiores. Prefiro o Antônio Carlos e até o Aldair no final de carreira.
A troca do Euller pelo Vampeta melhorou a distribuição dos jogadores. Mesmo com a opção do Gilberto Silva na zaga, a presença de quatro zagueiros sugere que o Felipão poderá mudar o esquema tático até o Mundial.
Kaká é mais jovem e melhor do que o Djalminha, e o técnico não corre riscos de levar cabeçada. Djalminha não é reserva do La Coruña porque o técnico não gosta dele. Valeron, titular da seleção espanhola, é superior a ele.
Repito pela milésima vez que há na seleção muitos meias-atacantes -Ronaldinho, o gaúcho, Kaká, Juninho e Rivaldo- e nenhum meia-armador habilidoso e organizador de jogadas no meio-campo, como Ricardinho, do Corinthians, e Juninho Pernambucano, do Lyon.
Na frente, faltou o França. Na verdade, o jogador do São Paulo está contundido e não aproveitou as poucas oportunidades. França é um desses jogadores que precisariam de um tempo maior, de apoio para se adaptar na seleção.
A grande esperança do time brasileiro é o trio ofensivo formado pelo Rivaldo e os dois Ronaldos. Se os três estiverem em forma, o Brasil passa a ser um dos principais favoritos, um pouco abaixo de França e Argentina.
Mas os três não são ainda certeza de excepcional futebol na Copa. Ronaldo não está em forma. Parece que o esforço feito no último mês prejudicou o jogador na partida final do Italiano. Ele estava lento e sem imaginação.
Rivaldo continua com pequenas contusões e fora de forma. Ronaldinho foi muito endeusado nos dois últimos amistosos da seleção. Na França, não está brilhando tanto assim. Ele impressiona os franceses pelo toque bonito, mas não tem sido tão eficiente. Sua equipe, o Paris Saint-Germain, fracassou no Campeonato Francês, que é bastante inferior aos outros da Europa.
São grandes as esperanças de o time brasileiro crescer durante a Copa de 2002. As três primeiras partidas, mais fáceis, servirão também para ajustar a equipe. A vitória do Brasil não será mais surpresa.

E-mail:
tostao.folha@uol.com.br



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