São Paulo, quarta-feira, 08 de maio de 2002

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TÊNIS

História já conhecida

RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA

Há quem diga que a temporada de saibro é a mais excitante do circuito profissional.
Provavelmente porque é nesta época do ano que os brasileiros têm mais chances de avançar nos torneios. Certamente porque ela termina com o Aberto da França, Grand Slam que imortalizou Gustavo Kuerten.
Não há como negar, porém, que a temporada de saibro mostra, ironicamente, ano após ano, que pouco muda com os tempos. Até certo modo previsível, nem tudo é excitação nesse momento.
Veja por exemplo o que rolou no longínquo 1998: o espanhol Carlos Moyá ficou com o título em Montecarlo, o chileno Marcelo Ríos faturou o troféu em Roma. Em Roland Garros, deu novamente Moyá, em uma final contra o compatriota Alex Corretja.
A temporada de saibro em 1999 também não mostrou muita variação: em Casablanca, no Estoril e em Barcelona, espanhóis levantando o troféu de campeão.
Em Montecarlo, deu Kuerten. Em Munique, um argentino, Franco Squillari. Outro argentino, Mariano Zabaleta, foi vice de Ríos em Hamburgo. Ah, Kuerten também ganhou em Roma naquele 1999. Em Roland Garros, Andre Agassi fechava seu Grand Slam. Mas Agassi ganhar um título é surpresa?
Lembra do ano 2000? Teve argentino ganhando na Cidade do México (Juan Ignacio Chela), em Bogotá (Mariano Puerta), em Munique (Squillari) e terminando como vice de Kuerten em Santiago (Puerta também). Teve espanhol em Estoril (Moyá), Casablanca (Fernando Vicente) e o jovem Juan Carlos Ferrero como vice de Marat Safin em Barcelona.
Ok, um sueco (Magnus Norman) ganhou em Roma, em cima de Kuerten. Mas, para não dizer que houve surpresa, o brasileiro conquistou o título em Hamburgo e em Roland Garros.
A temporada de saibro do ano passado é recente: final argentina no Chile (Guillermo Coria x Gastón Gaudio), títulos espanhóis em Bogotá (Fernando Vicente), Barcelona (Ferrero), Mallorca (Alberto Martin), Roma (Ferrero) e Hamburgo (Albert Portas). E, você se lembra, Kuerten ganhou em Buenos Aires, Acapulco, Montecarlo e Roland Garros. Surpreso?
Pois agora repare no que aconteceu até agora neste ano. O que deu no Chile? O chileno Fernando Gonzalez. Em Buenos Aires? Outro chileno, Nicolas Massu. Em Acapulco? Moyá. Os argentinos ficaram com o troféu em Estoril (David Nalbandian), em Barcelona e Mallorca (ambos Gaudio).
O único Masters Series até agora teve como dono o espanhol Juan Carlos Ferrero, batendo na final o espanhol Carlos Moyá. E em Roma, nesta semana, alguém aposta em novidade?

Quer saber o que é rotina também nestes últimos anos? É a vida de Pete Sampras na terra batida.
O antes é sempre assim: "O saibro é um piso em que tenho tido problemas na carreira, mas estou confiante de que minha experiência pode ajudar. É difícil ganhar nesse piso, pois existem bons tenistas que sabem jogar no saibro, mas me sinto inspirado e melhor do que nos últimos anos."
Como em anos passados, Sampras acabou eliminado já na estréia em Roma. Diante de um espanhol, aliás: Felix Mantilla.
O depois é sempre assim: "Estou desapontado. Ele jogou bem e não me deu chances".

Futuro promissor
Havia dito que qualquer conclusão sobre o estado físico e técnico de Guga até o fim deste mês seria precipitado. E é. De qualquer maneira, quem não ficou feliz com as atuações dele em Mallorca e em Roma? Ele próprio diz estar satisfeito com o rendimento. Em Mallorca, ganhou dois jogos antes de ser eliminado pelo depois campeão, Gaston Gaudio. Em Roma, ontem, jogou seguro, firme.

Futuro promissor
Bons infanto-juvenis estão jogando em Chapecó, Santa Catarina, no Country Club. São quase 200 tenistas disputando a terceira etapa do Circuito Unimed, nas categorias que vão de 12 a 18 anos.

Futuro incerto
Anna Kournikova, você conhece. E Svetlana Kuznetsova? Pois Kournikova perdeu ontem para Kuznetsova no Torneio de Varsóvia (POL). Está cada dia mais difícil para a russa manter a pose.

E-mail randaku@uol.com.br



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