São Paulo, quarta-feira, 08 de maio de 2002

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Seleção ignorou queixa de atleta contra Portugal

FÁBIO VICTOR
DA REPORTAGEM LOCAL

Embora Rivaldo procure, por diplomacia ou medo, poupar a comissão técnica da seleção de qualquer responsabilidade pelas dores que o incomodam o tempo todo, o atual calvário do jogador foi agravado com uma mãozinha da tropa de choque de Luiz Felipe Scolari.
Na antevéspera do amistoso contra Portugal, no dia 17 de maio último, Rivaldo chegou a Lisboa e deixou mais do que evidente, em seguidas entrevistas, que não estava em condições de disputar aquela partida.
"Sinto dores no joelho [direito] e no tornozelo [esquerdo]. É difícil você jogar 100% quando está com dor. Venho jogando muitas partidas no sacrifício. Incomoda bastante. É claro que fico com medo de me machucar seriamente, mas o que vou fazer?", afirmou, resignado.
De fato, ele não pôde fazer nada. Suas lamúrias foram ignoradas, e Scolari o escalou para atuar contra Portugal. Esteve em campo todo o primeiro tempo e 13 minutos do segundo, quando foi substituído por Denílson.
Foi a partida mais ríspida entre as últimas da seleção -no segundo tempo, atletas dos dois times se estranharam e quase brigaram.
Já faz 21 dias do amistoso contra Portugal, e desde então Rivaldo não voltou a entrar em campo.
Por causa das dores, foi obrigado a desfalcar o Barcelona nos confrontos mais importantes do time nos últimos anos, as semifinais da Copa dos Campeões contra o Real Madrid, em que os catalães foram derrotados.
Antes restrito às incessantes críticas de torcida e imprensa, o inferno astral do jogador é uma novidade em relação a contusões.
Até setembro do ano passado, Rivaldo passava uma impressão de jogador quase "inquebrável".
Disputava quase todos os jogos pelo Barcelona e pela seleção e, quando desfalcava um dos dois, raramente era por causa de contusão.
Uma lesão no ligamento lateral externo do joelho esquerdo no jogo contra a Argentina, pelas eliminatórias, deu início a uma tormenta que até agora não cessou.
O problema no joelho esquerdo, que o tirou dos campos por um mês e meio, foi tratado no Brasil, com o médico José Luiz Runco, da seleção, mas a ele se seguiram outros quatro, entre eles o do joelho direito, o que tem causado dores.
Nesses oito meses, sofreu duas infiltrações no local para atuar pelo Barcelona, ambas dois meses atrás.


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