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São Paulo, quinta-feira, 08 de maio de 2003

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FUTEBOL

Com Geninho, equipe tem marca histórica de faltas feitas, recebe mais cartões e perde mais jogadores contundidos

Corinthians perde trunfos da era Parreira

RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL

O "fair play", a precisão nos passes e a saúde de ferro dos jogadores, marcantes no Corinthians campeão da Copa do Brasil e do Rio-São Paulo de 2002, não existem mais no time de Geninho.
Os corintianos agora abusam das faltas, por isso recebem mais cartões, e só nos últimos dois jogos perderam três jogadores contundidos. Essa combinação acabou com outra marca registrada da equipe comandada por Carlos Alberto Parreira: o entrosamento.
No Brasileiro do ano passado, o clube do Parque São Jorge foi o que menos usou jogadores. Foram 23 atletas escalados em 31 jogos. Só em sete partidas do Nacional, Geninho já escalou 21.
Os cartões são responsáveis por parte dessas mudanças. Na Libertadores, por exemplo, o Corinthians já perdeu Kléber, que não joga na quarta-feira contra o River Plate, e Fumagalli expulsos.
No Brasileiro-03, Anderson e Fabinho receberam o vermelho.
As suspensões são consequência do jogo mais truculento adotado pelo time, principalmente após a conquista do Paulista-03.
Nas dez edições anteriores do Nacional, o Corinthians só foi mais violento do que agora em 1993, quando cometeu, em média, 28,8 faltas por confronto.
Segundo o Datafolha, os pupilos de Geninho usam esse recurso 28,6 vezes em cada partida. Com essa marca, a equipe é a sexta mais faltosa do Nacional. No ano passado, os corintianos foram os que menos bateram nos rivais, com média de 18,6 faltas por jogo.
"A falta é uma artimanha, é válida sempre que não for perto da área e não for violenta", disse o volante Cocito, que está contundido e não deve pegar o Criciúma.
Último reforço do clube para o Brasileiro, ele chegou preocupado em dizer que não é violento, mas já é o corintiano que mais comete faltas: em média, cinco por jogo.
Os atletas também se machucam mais, aumentando as trocas e afetando o entrosamento.
No último Paulista, já com Geninho, Kléber e Gil desfalcaram o time por causa de contusões. Só contra o Criciúma, no sábado, o técnico deve ficar sem três titulares machucados (Fabinho, Gil e Cocito). Fabinho e Gil sofreram contusões musculares, o que não ocorreu no Paulista. Cocito torceu o tornozelo. Além disso, Vampeta, que não deve jogar mais em 2003, e Lucas, fora da Libertadores, passaram por cirurgias.
Os corintianos também sofrem com a perda da qualidade nos passes. Com Parreira, o time foi o melhor nesse fundamento no Nacional-02. Acertava, em média, 88,9% das trocas de bola. Hoje, a equipe é a 11º colocada nesse ranking, com acerto de 86,6%.


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