|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FUTEBOL
Com Geninho, equipe tem marca histórica de faltas feitas, recebe mais cartões e perde mais jogadores contundidos
Corinthians perde trunfos da era Parreira
RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL
O "fair play", a precisão nos
passes e a saúde de ferro dos jogadores, marcantes no Corinthians
campeão da Copa do Brasil e do
Rio-São Paulo de 2002, não existem mais no time de Geninho.
Os corintianos agora abusam
das faltas, por isso recebem mais
cartões, e só nos últimos dois jogos perderam três jogadores contundidos. Essa combinação acabou com outra marca registrada
da equipe comandada por Carlos
Alberto Parreira: o entrosamento.
No Brasileiro do ano passado, o
clube do Parque São Jorge foi o
que menos usou jogadores. Foram 23 atletas escalados em 31 jogos. Só em sete partidas do Nacional, Geninho já escalou 21.
Os cartões são responsáveis por
parte dessas mudanças. Na Libertadores, por exemplo, o Corinthians já perdeu Kléber, que não
joga na quarta-feira contra o River Plate, e Fumagalli expulsos.
No Brasileiro-03, Anderson e
Fabinho receberam o vermelho.
As suspensões são consequência do jogo mais truculento adotado pelo time, principalmente após a conquista do Paulista-03.
Nas dez edições anteriores do
Nacional, o Corinthians só foi
mais violento do que agora em
1993, quando cometeu, em média,
28,8 faltas por confronto.
Segundo o Datafolha, os pupilos
de Geninho usam esse recurso
28,6 vezes em cada partida. Com
essa marca, a equipe é a sexta mais
faltosa do Nacional. No ano passado, os corintianos foram os que
menos bateram nos rivais, com
média de 18,6 faltas por jogo.
"A falta é uma artimanha, é válida sempre que não for perto da
área e não for violenta", disse o
volante Cocito, que está contundido e não deve pegar o Criciúma.
Último reforço do clube para o
Brasileiro, ele chegou preocupado
em dizer que não é violento, mas
já é o corintiano que mais comete
faltas: em média, cinco por jogo.
Os atletas também se machucam mais, aumentando as trocas
e afetando o entrosamento.
No último Paulista, já com Geninho, Kléber e Gil desfalcaram o
time por causa de contusões. Só
contra o Criciúma, no sábado, o
técnico deve ficar sem três titulares machucados (Fabinho, Gil e
Cocito). Fabinho e Gil sofreram
contusões musculares, o que não
ocorreu no Paulista. Cocito torceu
o tornozelo. Além disso, Vampeta, que não deve jogar mais em
2003, e Lucas, fora da Libertadores, passaram por cirurgias.
Os corintianos também sofrem
com a perda da qualidade nos
passes. Com Parreira, o time foi o
melhor nesse fundamento no Nacional-02. Acertava, em média,
88,9% das trocas de bola. Hoje, a
equipe é a 11º colocada nesse ranking, com acerto de 86,6%.
Texto Anterior: Ex-treinadores se reerguem longe do Morumbi Próximo Texto: Técnico tenta revelar cobradores Índice
|