São Paulo, segunda-feira, 08 de maio de 2006

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VÔLEI

As mudanças

CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

Fim da temporada de clubes, e a semana ferveu no vôlei. Um dos motivos foi a surpreendente demissão da comissão técnica do Osasco, encabeçada por Paulo Coco. O time fez grandes jogos, decidiu o título com o Rio na quinta partida das finais, foi vice-campeão brasileiro, mas não adiantou.
O que valeu na hora da decisão foi o desagrado da diretoria do Osasco com a comissão técnica por não ter aproveitado algumas atletas formadas pelo clube, como Adenízia, a melhor bloqueadora do último Mundial juvenil, que ficou fora da equipe, e a levantadora Dani Lins, emprestada para o Pinheiros.
Uma pena já que Paulo Coco e sua equipe fizeram um bom trabalho na Superliga. O novo técnico, Luizomar Moura, ex-Macaé, tem a missão de formar um time com o novo ranking da CBV. Cada equipe só pode ter duas atletas com sete pontos e, na soma geral, não pode ultrapassar 32 pontos.
O objetivo do ranking é louvável: tornar a Superliga mais disputada e menos previsível. Neste ano, quem não sabia que Osasco e Rio, que reúnem juntos dez atletas da seleção, fariam de novo a final? O ranking impede a concentração de muitas jogadoras com pontuação alta em um time.
O Osasco tem três com pontuação máxima: Paula, Valeskinha e Mari. Uma delas vai ter que deixar o time. O mesmo acontece com o Rio que conta com Sassá, Fabiana e Jaqueline. O problema é que, por causa das dificuldades econômicas dos outros clubes, talvez não tenha equipe para todas as atletas.
Ou seja, o novo ranking também aumenta a possibilidade de muitas jogadoras se transferirem para clubes do exterior. O que não seria nada bom para o vôlei brasileiro, que vive uma fase de transição no feminino, com atletas ainda muito jovens que deveriam jogar ainda mais algum tempo no Brasil.
A novidade para a próxima temporada é o Minas, que vai investir alto no feminino. Contratou o técnico Cebola, que nos dois últimos anos dirigiu a equipe masculina do Bento Gonçalves, e já fez propostas para Jaqueline e Valeskinha. A idéia é formar um time para concorrer com Osasco e Rio de Janeiro.
A situação de Jaqueline está na dependência das negociações do seu noivo, o atacante Murilo, com o Minas. Se ele assinar contrato com o time de Belo Horizonte, ela deve seguir o mesmo caminho. Se Murilo acertar com um time italiano, Jaqueline também pode se transferir para a Itália.
No masculino, o Minas também quer formar um bom time. Nas duas últimas temporadas, foi vice-campeão da Superliga. Como o técnico Jon Uriarte assumiu o comando da seleção argentina, o clube está à procura de um substituto. Já fez proposta para o técnico Zé Roberto Guimarães.
A tendência é que Zé Roberto fique só com a seleção, já que neste ano tem Mundial e ele só estará livre para dirigir clubes em novembro. Mas o técnico estuda a proposta para continuar na Unisul. Se houver acerto financeiro, o auxiliar Chiquita dirige o time até Zé Roberto voltar.

Italiano
O Treviso, do central Gustavo, e o Macerata, do também central Rodrigão, disputam hoje o primeiro jogo, da série de cinco, das finais do Italiano. O Macerata, dono da melhor campanha, eliminou nas semifinais o Cuneo, dos atacantes Giba e Anderson. O Treviso, atual bicampeão, bateu o Trentino, de André Nascimento e André Heller.

Surpresa
O Modena, do levantador Ricardinho, não terá mais o comando de Júlio Velasco. O treinador, responsável pelos anos de ouro do vôlei italiano na década de 90, pediu demissão. Velasco afirmou que não estava conseguindo fazer o trabalho da maneira como gostaria. Com ele, o Modena não foi bem: caiu nas quartas-final nesta temporada e quase foi rebaixado na anterior.


E-mail cisadan@uol.com.br


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