São Paulo, quinta-feira, 08 de maio de 2008

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Morumbi funciona, e São Paulo avança

Com gols de Adriano e Dagoberto, time bate Nacional e agora pega o Fluminense nas quartas-de-final da Libertadores

São Paulo 2
Nacional 0

Ricardo Nogueira/Folha Imagem
O atacante Adriano chuta para marcar o primeiro gol do São Paulo na vitória sobre o Nacional, que valeu ao time brasileiro a passagem às quartas-de-final da Libertadores, ontem, no Morumbi

MÁRVIO DOS ANJOS
DA REPORTAGEM LOCAL

O Morumbi permanece sólido. Na 14ª decisão de mata-mata vencida das 15 disputadas no seu estádio até hoje pela Libertadores, o São Paulo manteve seu caminho na luta pelo tetra.
Contra o Fluminense, rival das quartas-de-final, o estádio paulistano abrirá a disputa, na próxima semana. Antes, neste sábado, o time paulista receberá a visita do Grêmio, pela primeira rodada do Brasileiro.
Limitado, sem a arma que se chama Jorge Wagner, mas sério e aplicado taticamente, o time de Muricy Ramalho jogou consciente da sua necessidade de vitória, já que empatou em 0 a 0 no jogo de ida, em Montevidéu. Com paciência, construiu um 2 a 0 que incendeia a torcida para a próxima fase.
E prossegue. É favorito. Baterá o recorde de jogos de um time brasileiro na Libertadores, que é do Palmeiras, com 128. O São Paulo, com os dois nas quartas, chegará a 129 -e o clube do Morumbi nunca foi eliminado nessa etapa.
Era uma noite de 14C em São Paulo, que só esquentou no gramado do Morumbi depois de 30 minutos decorridos no primeiro tempo. Até então, poucas conclusões, nenhuma perigosa. Foi a primeira vez que Adriano recebeu um cruzamento na cabeça e obrigou o goleiro Viera a se esticar muito para impedir o gol.
O meia Hugo, substituto de Jorge Wagner, parecia pesado em campo. Sem desenvoltura, não dava continuidade às jogadas. Da mesma forma, Richarlyson errava passes e começava a ser perseguido e apupado pela torcida são-paulina, que pedia por Júnior.
Irritava um pouco mais a torcida o fato de que o juiz Hector Baldassi não colaborava, invertendo faltas em favor dos uruguaios. A trégua veio com o gol de Adriano, o sétimo do time em oito jogos na Libertadores.
Num cruzamento meio chutado de Éder Luis, dois zagueiros do Nacional falharam em impedir que a bola chegasse até o atacante, que só teve o trabalho de desviar de Viera, aos 39min do primeiro tempo. Era o quarto gol do jogador nesta Taça Libertadores.
Na volta do intervalo, com um minuto de jogo Caballero fez falta violenta em Richarlyson, na lateral do campo, e recebeu o vermelho de Baldassi.
Mas demorou a haver novas chances. Numa saída esquisita de Viera, Adriano cruzou na área, e a bola sobrou para Richarlyson emendar de longe, mas o goleiro salvou. Depois, foi a vez de Borges, mais uma vez, mostrar azar. Após um escanteio, a bola disputada por Adriano sobrou para ele na pequena área. Foi travado por um oponente, aos 14min.
Aos 17min, Muricy decidiu dar mais força na frente. Tirou Éder Luis e pôs Dagoberto. O São Paulo tinha três atacantes em campo. Minutos depois, com um a menos e precisando de mobilidade no ataque, Gerardo Pelusso tirou o gigante Richard Morales e pôs Vera. O Nacional partia para o tudo ou nada. Sobrou-lhe nada.
Perto do término do jogo, Dagoberto, que não marcava havia cerca de seis meses, matou o resultado, fazendo o segundo gol são-paulino. "Às vezes, quando você está mal as pessoas se esquecem. Mas eu acreditei em Deus, e o resultado está aí", disse o atacante, ovacionado no fim da partida.
A Libertadores da América, como se sabe, começa nos mata-matas. E, ontem, o São Paulo finalmente estreou.


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