São Paulo, domingo, 08 de maio de 2011

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Dívida bancária dos clubes sobe 49% em um ano

DE SÃO PAULO

Apesar do aumento de receita, os clubes da Série A tiveram de recorrer de forma mais intensa aos bancos em 2010 para fechar suas contas.
No total, a dívida bancária de 17 times da elite nacional, cujos balanços foram analisados pela Folha, saltou para R$ 463,7 milhões.
Isso representa um aumento de 49% em relação aos R$ 311,9 milhões registrados ao final de 2009 pelas mesmas entidades, sem contar a inflação (5,91%, IPCA).
Esses números mostram o peso do BMG junto aos clubes. Só o banco mineiro representa mais de um quarto do total dos empréstimos bancários contraídos pelos times da primeira divisão.
Entre eles, é o Palmeiras o clube com maior débito com os bancos entre os clubes analisados, total de R$ 74,3 milhões em suas contas.
É seguido de perto pelo São Paulo, que soma R$ 70 milhões com dívidas dessa natureza em seu balanço.
"Não é para se preocupar. Subiu em torno de 27% os empréstimos bancários. Tivemos crescimento de receita. Isso não pesa", disse Oswaldo Vieira de Abreu, diretor de finanças do São Paulo.
De fato, os são-paulinos estão longe de serem os maiores devedores em valores absolutos, como mostra um levantamento da consultoria BDO RCS, que tem entre seus sócios o dirigente corintiano Raul Corrêa da Silva.
A auditoria fez um levantamento sobre os balanços de 25 times brasileiros. Em cima desses números, a reportagem verificou que os 17 clubes da Série A têm um débito líquido (dívida total menos o dinheiro a que tem direito a receber) de R$ 3,2 bilhões.
Ou seja, a dívida bancária representa 14,7% do total. Ressalte-se que esses empréstimos costumam ter juros maiores, que podem até ultrapassar os 2% ao mês.
Mas o maior peso no passivo dos clubes continuam a ser as dívidas fiscais.
São as pendências com o governo que levam o Atlético-MG a figurar como o maior devedor do país, com R$ 528 milhões líquidos. A diretoria questiona: diz que o número é R$ 265 milhões menor.
É seguido pelos clubes cariocas -Botafogo, Fluminense, Vasco e Flamengo.
Em todos são considerados os débitos líquidos. Ao se levar em conta valores absolutos, sem descontar o dinheiro a receber, os números sobem bastante. (RM)


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