São Paulo, segunda-feira, 08 de junho de 2009

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Gol no fim contém vaias e dá alívio a Luxemburgo

Maurício Ramos marca aos 46min do 2º tempo, e Palmeiras ganha de virada

Palmeiras 2
Vitória 1

RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Não houve trégua da torcida a Vanderlei Luxemburgo. Mas, antes que as vaias pudessem tomar conta do Parque Antarctica, ontem à tarde, o zagueiro Maurício Ramos salvou a pele da equipe e do comandante.
Depois de um sufoco imposto pelo Vitória, que saiu na frente e teve inúmeras chances de ampliar a vantagem, o gol da virada do time da casa, já aos 46min da etapa final, amenizou as críticas dos torcedores ao fraco desempenho do time.
"Dedico essa vitória ao professor. A torcida está criticando, mas o grupo está com ele", afirmou Maurício Ramos, que chamou a equipe para abraçar Luxemburgo ao festejar o gol.
"Nosso time merecia isso para voltar a fazer as pazes com a torcida", disse o goleiro Marcos, outro herói da partida.
Na verdade, antes que a história do confronto fosse alterada pela cabeçada do zagueiro, o arqueiro havia impedido que ela se tornasse trágica.
Fora a polêmica gerada pela defesa feita no final do primeiro tempo, quando o goleiro foi buscar cabeçada do atacante Roger já dentro da meta -o juiz não deu gol-, Marcos voltou a fazer uma grande exibição.
"Por ser goleiro, não gostaria que o jogo fosse tão emocionante assim", disse o camisa 12, em tom de alívio, após o duelo.
Além da competência, Marcos também contou com a sorte, quando um chute de Leandro Domingues carimbou seu travessão no segundo tempo.
Àquela altura, Apodi já havia aberto o placar, e Ortigoza, que entrara no lugar de Mozart, deixara tudo igual. E as vaias, iniciadas ao término do primeiro tempo, aumentavam de volume a cada toque errado.
Após duas oportunidades perdidas na cara de Marcos, porém, o Vitória foi castigado com o gol de Maurício Ramos.
Se houvesse empate, Luxemburgo igualaria o pior retrospecto em toda sua história no Palmeiras, quando ficou seis jogos sem ganhar em 2002.
Mesmo assim, como aconteceu naquele ano, a relação do treinador com parte da torcida vem se desgastando gradualmente na atual temporada.
No empate com o Nacional do Uruguai pela Libertadores, em 28 de maio, o técnico reclamou da inércia dos torcedores. Ontem, mudou o discurso.
"A participação da torcida foi importantíssima. Com esse ambiente que eu vi hoje e com a resposta que a equipe deu dentro de campo, você conquista as coisas no futebol", declarou Luxemburgo.
O treinador não se viu livre, no entanto, dos gritos de "burro" proferidos pela chamada "Turma do Amendoim", a parcela da torcida concentrada nas cadeiras cobertas.
Luxemburgo preferiu, porém, minimizar os protestos, atrelando-os a uma facção.
"A perseguição não é da torcida do Palmeiras, é da Mancha Verde [atual Mancha Alviverde], que direcionou a mim a crítica. Tenho um respeito muito grande com a torcida do Palmeiras, porque tenho uma história aqui dentro", afirmou.
O treinador terá novo encontro com seus desafetos no próximo domingo, quando a equipe pega em casa o Cruzeiro.
"A Turma do Amendoim nunca vai se calar", disse Luxemburgo, já adiantando o que o espera daqui a uma semana.
Antes, o time vai viajar para Atibaia, amanhã à noite, repetindo estratégia utilizada antes do clássico contra o São Paulo, na terceira rodada.

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