|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
foco
Subaproveitado, estádio do Pan do Rio recebe
o apelido de "Vazião"
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, NO RIO
O grito de Denise Costa
ecoa pelas arquibancadas do
Estádio Olímpico João Havelange, o Engenhão, na zona
norte do Rio. Ela incentiva o
saltador Marcelo Aparecido
da Costa, da equipe BM&F
Bovespa, a alcançar marca
para a final do salto triplo no
Troféu Brasil.
No lado oposto do estádio,
o atleta pode ouvi-la, já que o
silêncio e as cadeiras permanentemente vazias dominam
o ambiente. "Vazião" é o apelido dado ao Engenhão por vizinhos e torcedores de futebol, dando a medida do abandono do local pelo público.
Palco das competições de
atletismo e futebol dos Jogos
Pan-Americanos do Rio, em
2007, e com capacidade para
45 mil pessoas, o estádio vê
suas arquibancadas, então lotadas, amargarem quase dois
anos de esquecimento. Até a
torcida do Botafogo, clube
que arrenda e administra o
estádio da Prefeitura do Rio,
pouco comparece.
"Cadê você, cadê você? No
Maraca, eu nunca vi. No Engenhão, nunca vai lá", gritam
os rivais nos clássicos locais.
A média de público do Botafogo no Campeonato Brasileiro não passou até agora dos
11.542 pagantes. No campeonato carioca deste ano, de
acordo com a Ferj (Federação
de Futebol do Estado do Rio
de Janeiro), é da ordem de 12
mil. Clássicos estaduais e partidas decisivas ainda são disputadas no Maracanã.
Durante o Troféu Brasil, de
entrada gratuita, as pouco
mais de 10 mil pessoas, segundo estimativa da CBAt,
que visitaram o estádio no
fim de semana movimentaram a região, mas não conseguiram lotar nem um dos lados das cadeiras inferiores.
"Pelo fato de ser um estádio
novo, pode ser que esteja vazio por falta de costume da
torcida. Mas é aquela velha
história: não há divulgação de
evento esportivo", disse Marilson Gomes dos Santos, fundista bicampeão da Maratona
de Nova York e recordista
sul-americano nos 5.000 m e
nos 10.000 m.
A quantidade de público,
no entanto, não é considerada impedimento para a qualidade das dependências da
arena. O Engenhão é apresentado pela prefeitura como
"o estádio mais moderno da
América Latina" e faz parte
do plano do Comitê Olímpico
Brasileiro para a candidatura
do Rio à Olimpíada de 2016.
"O estádio tem uma pista
de nível internacional para
competições, com posição de
vento e iluminação excelentes, o que ajuda a melhorar as
marcas", disse Élson Miranda, técnico de Fabiana Murer,
campeã e recordista pan-americana no salto com vara.
Com o início das obras para
a Copa de 2014 no Maracanã,
no entanto, a tendência é que
clássicos regionais, decisões e
eventos de grande público
voltem ao Engenhão, desfazendo a fama do estádio.
(TN)
Texto Anterior: Estrelas do atletismo vivem dia distinto Próximo Texto: Equipe campeã lamenta clima de rivalidade Índice
|