São Paulo, segunda-feira, 08 de junho de 2009

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Título faz Sampras se curvar a Federer

Também apontado como melhor da história, americano diz que suíço se consolidou no posto ao vencer Roland Garros

Primeira conquista em Paris faz tenista igualar o recorde de Grand Slams (14) e ainda se tornar sexto homem a vencer os 4 grandes torneios

Bogdan Cristel/Reuters
Federer, no momento em que se sagrou campeão em Paris

DA REPORTAGEM LOCAL

"Agora a questão é: eu sou o melhor da história?", perguntou ontem Roger Federer após conquistar Roland Garros, fechar o Grand Slam e igualar o recorde de títulos de Pete Sampras nos grandes torneios (14).
O suíço afirmou que não sabia a resposta, mas alguns dos grandes nomes do tênis se sentiram seguros para opinar.
"Agora que ele foi campeão em Paris, eu acho que está consolidado seu lugar na história como o melhor jogador do esporte", afirmou Sampras, que divide o recorde com Federer, mas encerrou a carreira sem triunfar em Roland Garros.
Ao derrotar o sueco Robin Soderling por 6/1, 7/6 e 6/4, o tenista nascido em Basileia se transformou no sexto homem a fechar o Grand Slam -ser campeão no Aberto do Austrália, em Roland Garros, em Wimbledon e no Aberto dos EUA.
Dos seis, somente dois (o americano Don Budge, em 1938, e o australiano Rod Laver, em 1962 e 1969) conquistaram o Grand Slam real, que consiste em faturar os quatro maiores torneios no mesmo ano.
Os defensores do australiano, dono de 11 títulos de Grand Slams na carreira, como o maior da história argumentam que o australiano não pôde incrementar seu currículo por ter se profissionalizado em 1963.
Somente na Era Aberta (a partir de 1968), os profissionais puderam disputar os torneios. No período em que teve sua participação vetada, Laver deixou de jogar 21 Grand Slams.
"Sou um grande fã do Laver, e ele teve alguns anos sem a oportunidade de vencer Grand Slams", reconheceu Sampras. "Mas você não pode comparar as eras. Atualmente, a competitividade é muito mais acirrada do que na época de Rod."
O americano Andre Agassi, um dos cinco que completaram o Grand Slam, também se curvou a Federer, a quem entregou o troféu ontem, em Paris.
"Isso encerra a discussão do lugar que ele merece na história do tênis", afirmou o marido de Steffi Graf, segunda maior campeã de Grand Slams (22 títulos), atrás só da australiana Margaret Smith Court (24).
"Em quadra, eu nunca me senti confortável contra ele [Federer]", afirmou Agassi, dono de oito Grand Slams. "Era algo que nunca sentia contra ninguém", completou o americano, que disputou 11 partidas contra Federer (três vitórias) e 34 contra Sampras (14).
Entre os tenistas da atualidade, o discurso é recorrente -e ontem não foi diferente.
"Você realmente me deu uma lição de como jogar tênis", afirmou Soderling após a decisão de ontem. "E, para mim, você é o melhor da história."
Responsável pelo fim da invencibilidade de Rafael Nadal em Roland Garros (31 vitórias seguidas), Soderling tentou fazer uma comparação entre os dois líderes do ranking -o espanhol é o número um.
"Com o Rafa, é diferente. É mais fácil ser agressivo", afirmou o sueco. "Mas contra o Roger, para mim, é impossível tentar ditar o ritmo do jogo."
Se o título não encerra a discussão sobre o melhor tenista da história, pelo menos para Federer trará sossego.
"É talvez a minha maior vitória e certamente é uma das que mais tiram a pressão dos meus ombros", disse ele, minutos após se ajoelhar em quadra para festejar a taça. "Agora e até o fim da minha carreira, vou poder jogar em paz e nunca mais vou precisar ouvir a frase: "Você nunca ganhou Roland Garros"."

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