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Título faz Sampras se curvar a Federer
Também apontado como melhor da história, americano diz que suíço se consolidou no posto ao vencer Roland Garros
Primeira conquista em Paris faz tenista igualar o recorde de Grand Slams (14) e ainda se tornar sexto homem a vencer os 4 grandes torneios
Bogdan Cristel/Reuters
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Federer, no momento em que se sagrou campeão em Paris
DA REPORTAGEM LOCAL
"Agora a questão é: eu sou o
melhor da história?", perguntou ontem Roger Federer após
conquistar Roland Garros, fechar o Grand Slam e igualar o
recorde de títulos de Pete Sampras nos grandes torneios (14).
O suíço afirmou que não sabia a resposta, mas alguns dos
grandes nomes do tênis se sentiram seguros para opinar.
"Agora que ele foi campeão
em Paris, eu acho que está consolidado seu lugar na história
como o melhor jogador do esporte", afirmou Sampras, que
divide o recorde com Federer,
mas encerrou a carreira sem
triunfar em Roland Garros.
Ao derrotar o sueco Robin
Soderling por 6/1, 7/6 e 6/4, o
tenista nascido em Basileia se
transformou no sexto homem a
fechar o Grand Slam -ser campeão no Aberto do Austrália,
em Roland Garros, em Wimbledon e no Aberto dos EUA.
Dos seis, somente dois (o
americano Don Budge, em
1938, e o australiano Rod Laver,
em 1962 e 1969) conquistaram
o Grand Slam real, que consiste
em faturar os quatro maiores
torneios no mesmo ano.
Os defensores do australiano, dono de 11 títulos de Grand
Slams na carreira, como o
maior da história argumentam
que o australiano não pôde incrementar seu currículo por ter
se profissionalizado em 1963.
Somente na Era Aberta (a
partir de 1968), os profissionais
puderam disputar os torneios.
No período em que teve sua
participação vetada, Laver deixou de jogar 21 Grand Slams.
"Sou um grande fã do Laver, e
ele teve alguns anos sem a
oportunidade de vencer Grand
Slams", reconheceu Sampras.
"Mas você não pode comparar
as eras. Atualmente, a competitividade é muito mais acirrada
do que na época de Rod."
O americano Andre Agassi,
um dos cinco que completaram
o Grand Slam, também se curvou a Federer, a quem entregou
o troféu ontem, em Paris.
"Isso encerra a discussão do
lugar que ele merece na história do tênis", afirmou o marido
de Steffi Graf, segunda maior
campeã de Grand Slams (22 títulos), atrás só da australiana
Margaret Smith Court (24).
"Em quadra, eu nunca me
senti confortável contra ele
[Federer]", afirmou Agassi, dono de oito Grand Slams. "Era
algo que nunca sentia contra
ninguém", completou o americano, que disputou 11 partidas
contra Federer (três vitórias) e
34 contra Sampras (14).
Entre os tenistas da atualidade, o discurso é recorrente -e
ontem não foi diferente.
"Você realmente me deu
uma lição de como jogar tênis",
afirmou Soderling após a decisão de ontem. "E, para mim, você é o melhor da história."
Responsável pelo fim da invencibilidade de Rafael Nadal
em Roland Garros (31 vitórias
seguidas), Soderling tentou fazer uma comparação entre os
dois líderes do ranking -o espanhol é o número um.
"Com o Rafa, é diferente. É
mais fácil ser agressivo", afirmou o sueco. "Mas contra o Roger, para mim, é impossível
tentar ditar o ritmo do jogo."
Se o título não encerra a discussão sobre o melhor tenista
da história, pelo menos para
Federer trará sossego.
"É talvez a minha maior vitória e certamente é uma das que
mais tiram a pressão dos meus
ombros", disse ele, minutos
após se ajoelhar em quadra para festejar a taça. "Agora e até o
fim da minha carreira, vou poder jogar em paz e nunca mais
vou precisar ouvir a frase: "Você
nunca ganhou Roland Garros"."
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