São Paulo, quinta-feira, 08 de julho de 2004

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VÔLEI

Com seis jogadoras para quatro vagas, Zé Roberto faz rodízio e corre contra o tempo entre as viagens do Grand Prix

Brasil roda para definir o time olímpico

MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL

Em pouco mais de 20 dias de competição, o técnico José Roberto Guimarães terá de decidir o que não conseguiu nos últimos dois meses: a seleção ideal.
E a tarefa será complicada. Com um time que ainda carece de ajustes técnicos, que só podem ser bem feitos nos treinamentos, ele inicia na madrugada de amanhã a maratona do Grand Prix.
A estréia acontece às 5h, contra a República Dominicana, ouro no Pan do ano passado. Em Miao Li (Taiwan), o time ainda enfrenta a Alemanha, no sábado, às 3h, e a China, no domingo, às 3h30.
"É terrível. Faltam... até perdi a conta de quantos dias faltam para a Olimpíada. Mas é pouco, e é o tempo que temos. Vamos fazer o que dá", lamentou Zé Roberto.
Por causa da Superliga, o treinador só contou com todas as jogadoras em maio. Com um grupo cansado, privilegiou os treinos físicos e só colocou a equipe para jogar no mês passado.
O Brasil conquistou o título de um torneio amistoso na Itália, mas expôs suas fragilidades.
"Nosso saque não estava preciso, o bloqueio chegava quebrado, o passe estava muito irregular. Estamos tentando corrigir isso", comentou Zé Roberto.
Os confrontos na Europa não foram suficientes para o treinador sanar suas dúvidas. Por isso, ele decidiu fazer como a seleção masculina e estabeleceu um rodízio.
A idéia, no entanto, foi dificultada pela recusa da federação internacional em permitir a troca de duas jogadoras por etapa, adotada na Liga Mundial.
O Brasil levou 14 atletas para a Ásia, e seis delas (duas meios e quatro opostas) estão na briga direta por quatro vagas nos Jogos.
A primeira etapa será a chance de as opostos Bia, Leila e Elisângela mostrarem que podem seguir no grupo. Mari ficará fora.
A revelação da última Superliga é a mais cotada para abocanhar uma vaga em Atenas e teve boa atuação no torneio na Itália.
"A Mari eu já conheço um pouco mais. Ela está com uma tendinite no braço, e vale a pena deixá-la fora agora porque será útil lá na frente", afirmou o treinador.
O primeiro rodízio, que acontece há 35 dias os Jogos, não servirá só para clarear as dúvidas de Zé Roberto. Em um grupo com atletas consagradas, a iminência de um corte pode provocar desgaste.
Para tentar amenizar o clima, técnico reuniu a seleção e propôs um pacto: encarar o GP como teste e não se abalar com a reserva.
Para novatas como as meios-de-rede Fabiana e Carol, que também não joga em Taiwan, cumprir o acordo não é tão difícil. Mas para Leila, que disputa seu último GP e quer se despedir da seleção em Atenas, a posição é incômoda.
"Sabemos que o Zé não teve tempo de ver o time jogando, ainda tem dúvidas e, por isso, vai rolar corte", disse a oposto, bronze em Atlanta-1996 e Sydney-2000.
"Mas eu olho para trás, vejo o quanto ralei para conseguir minha posição... É estressante, não vou mentir. Fiquei três anos fora, surgiram novos talentos, e vou agora ter de brigar de novo."
Leila verá do banco os dois primeiros jogos. Elisângela e Bia serão titulares, nesta ordem.
O revezamento vai até a fase final, no dia 28, quando Zé Roberto saberá exatamente quantos dias faltam para a Olimpíada e quem vai com ele para a Grécia.


NA TV - Sportv, ao vivo, a partir das 5h de amanhã


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