|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
VÔLEI
Com seis jogadoras para quatro vagas, Zé Roberto faz rodízio e corre contra o tempo entre as viagens do Grand Prix
Brasil roda para definir o time olímpico
MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL
Em pouco mais de 20 dias de
competição, o técnico José Roberto Guimarães terá de decidir o
que não conseguiu nos últimos
dois meses: a seleção ideal.
E a tarefa será complicada. Com
um time que ainda carece de ajustes técnicos, que só podem ser
bem feitos nos treinamentos, ele
inicia na madrugada de amanhã a
maratona do Grand Prix.
A estréia acontece às 5h, contra
a República Dominicana, ouro no
Pan do ano passado. Em Miao Li
(Taiwan), o time ainda enfrenta a
Alemanha, no sábado, às 3h, e a
China, no domingo, às 3h30.
"É terrível. Faltam... até perdi a
conta de quantos dias faltam para
a Olimpíada. Mas é pouco, e é o
tempo que temos. Vamos fazer o
que dá", lamentou Zé Roberto.
Por causa da Superliga, o treinador só contou com todas as jogadoras em maio. Com um grupo
cansado, privilegiou os treinos físicos e só colocou a equipe para
jogar no mês passado.
O Brasil conquistou o título de
um torneio amistoso na Itália,
mas expôs suas fragilidades.
"Nosso saque não estava preciso, o bloqueio chegava quebrado,
o passe estava muito irregular. Estamos tentando corrigir isso", comentou Zé Roberto.
Os confrontos na Europa não
foram suficientes para o treinador
sanar suas dúvidas. Por isso, ele
decidiu fazer como a seleção masculina e estabeleceu um rodízio.
A idéia, no entanto, foi dificultada pela recusa da federação internacional em permitir a troca de
duas jogadoras por etapa, adotada na Liga Mundial.
O Brasil levou 14 atletas para a
Ásia, e seis delas (duas meios e
quatro opostas) estão na briga direta por quatro vagas nos Jogos.
A primeira etapa será a chance
de as opostos Bia, Leila e Elisângela mostrarem que podem seguir
no grupo. Mari ficará fora.
A revelação da última Superliga
é a mais cotada para abocanhar
uma vaga em Atenas e teve boa
atuação no torneio na Itália.
"A Mari eu já conheço um pouco mais. Ela está com uma tendinite no braço, e vale a pena deixá-la fora agora porque será útil lá na
frente", afirmou o treinador.
O primeiro rodízio, que acontece há 35 dias os Jogos, não servirá
só para clarear as dúvidas de Zé
Roberto. Em um grupo com atletas consagradas, a iminência de
um corte pode provocar desgaste.
Para tentar amenizar o clima,
técnico reuniu a seleção e propôs
um pacto: encarar o GP como teste e não se abalar com a reserva.
Para novatas como as meios-de-rede Fabiana e Carol, que também não joga em Taiwan, cumprir o acordo não é tão difícil. Mas
para Leila, que disputa seu último
GP e quer se despedir da seleção
em Atenas, a posição é incômoda.
"Sabemos que o Zé não teve
tempo de ver o time jogando, ainda tem dúvidas e, por isso, vai rolar corte", disse a oposto, bronze
em Atlanta-1996 e Sydney-2000.
"Mas eu olho para trás, vejo o
quanto ralei para conseguir minha posição... É estressante, não
vou mentir. Fiquei três anos fora,
surgiram novos talentos, e vou
agora ter de brigar de novo."
Leila verá do banco os dois primeiros jogos. Elisângela e Bia serão titulares, nesta ordem.
O revezamento vai até a fase final, no dia 28, quando Zé Roberto
saberá exatamente quantos dias
faltam para a Olimpíada e quem
vai com ele para a Grécia.
NA TV - Sportv, ao vivo, a
partir das 5h de amanhã
Texto Anterior: Futebol: Argentina estréia com goleada na Copa América Próximo Texto: O personagem: Leila reencontra fãs e volta a se sentir pop star Índice
|