|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Dinheiro público banca Copa na África do Sul
Iniciativa privada paga só 20% da conta, enquanto governo gasta R$ 1,09 bilhão em infra-estrutura para receber próximo Mundial
RICARDO PERRONE
DO ENVIADO A BERLIM
Polêmico no Brasil, o uso de
dinheiro público para que o
país receba a Copa é assumido
com orgulho pela África do Sul,
sede do Mundial de 2010.
Ontem, após o lançamento
oficial da competição, em Berlim, Jabu Moleketi, vice-ministro das Finanças, afirmou à Folha que o governo investirá
US$ 500 milhões (cerca de R$
1,09 bilhão) em infra-estrutura
para receber a competição.
Nessa conta estão gastos
com a construção de cinco estádios, a reforma de outros cinco, melhoria de estradas, de aeroportos e dos meios de transporte. Só 20% do dinheiro para
construir as arenas virá da iniciativa privada. "Os estádios serão construídos com dinheiro
dos municípios, dos Estados ou
do governo federal, que serão
os donos", declarou Moleketi.
Segundo ele, tudo deve estar
pronto no fim de 2008, já que
em 2009 a África do Sul recebe
a Copa das Confederações.
Para evitar atrasos, o governo decidiu apenas melhorar o
que já existe no transporte público. "Uma nova rede de metrô não ficaria pronta até lá."
"Com certeza, temos problemas mais importantes para resolver, mas com as receitas a
serem geradas no futuro poderemos construir hospitais e escolas", disse o vice-ministro.
Kofi Annan, secretário-geral
da ONU, esteve no evento. Disse apoiar a Copa por ser um
torneio que reúne povos diferentes de maneira pacífica.
O presidente da África do
Sul, Tabbo Mbeki, também
participou do lançamento.
Em 2014, a Copa pode ser no
Brasil. Há pressão de cartolas
até de fora do país para investimento pesado do governo federal. Anteontem, João Havelange, ex-presidente da Fifa, disse
que o presidente Lula é quem
tem de falar se o país irá erguer
estádios para o Mundial.
Texto Anterior: Supervisão: Cartolas dão as caras em treino Próximo Texto: "Ala cristã" aponta negligências Índice
|