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Mundial alemão confirma velhas freguesias da bola
Tabus ou desafios de longa data acabaram mantidos na
Copa da Alemanha, que não deu vez a revanches históricas
Brasil, que tentava o
troco na França depois da final
de 1998, ruiu novamente,
mas manteve a sina de nunca
perder para times africanos
DO ENVIADO A STUTTGART
A Copa da Alemanha foi cruel
com os fregueses e deliciosa para os carrascos. Que o digam as
grandes forças do futebol.
Desde a primeira fase, alguns
compromissos que apareciam
como tabus ou desafios de longa data não caíram. Oportunidades de revanche, como a do
Brasil contra a França, surgiram, mas os algozes fizeram
prevalecer a escrita recente.
Portugal de Luiz Felipe Scolari é um grande exemplo de como os retrospectos parecem ter
sido decisivos. No mata-mata, o
time de Scolari despachou tanto Holanda quanto Inglaterra,
times que havia batido na Euro-2004 com o gaúcho no comando da seleção portuguesa.
Os holandeses só conseguiram uma vitória em dez jogos
contra Portugal na história. Sucumbiram de novo e tiveram a
fama de time que joga bonito
arranhada no jogo mais violento da história das Copas. Os ingleses, por sua vez, não podem
nem ouvir o nome de Scolari.
Foi o terceiro torneio importante seguido caindo nas quartas-de-final diante do brasileiro. A imprensa inglesa vê Scolari como uma maldição já na vida do English Team, tanto que
muitos o queriam na equipe.
A Inglaterra já havia penado
na primeira fase com um antigo
carrasco. A Suécia pode não ser
uma potência, mas não perde
dos ingleses desde 1968 -são
agora 12 jogos no período. O 2 a
2 na Alemanha manteve o tabu
sueco diante do time de Sven-Göran Eriksson, já ex-técnico.
As duas semifinais consagraram fregueses. Se Portugal vai
bem contra Inglaterra e Holanda, morre de medo da França.
Scolari, jogadores, dirigentes e
jornalistas lusos sempre lembraram da dificuldade do país
em bater franceses. Eliminados
pelos rivais nas semifinais da
Euro em 1984 e em 2000, caíram de novo por 1 a 0. Zidane,
que havia feito gol de pênalti na
morte súbita na Euro-2000, repetiu a dose no tempo normal
-Portugal segue sem dobrar a
França desde os anos 70.
A Alemanha, por sua vez, tem
um histórico mais que complicado contra a Itália. Os italianos levam boa vantagem e jamais foram derrotados em Copas -já venceram final, em
1982, e semifinal épica, em
1970. Desta vez, coube à Azzurra eliminar os alemães dentro
de sua própria casa.
O Brasil ruiu de novo diante
da França de Zidane, algoz na
final do Mundial de 1998, mas
ao menos manteve seu tabu de
jamais ter perdido para um
africano em Copas. Manteve
essa sina ao bater Gana.
A Argentina, exceção feita à
final da Copa-78, quando jogou
em casa, não derrota a Holanda. Na primeira fase, ficou no
empate com os holandeses (0 a
0), que já a eliminaram em 1974
e 1998. Espanhóis, assim como
brasileiros, fizeram excelente
campanha na fase inicial da Copa, mas caíram diante dos franceses. A França venceu a final
da Euro-84 ante os espanhóis.
Venceu também nas quartas da
Euro-00.0
(RODRIGO BUENO)
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