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Por Copa-14, Cuiabá usa até imposto
Outdoor na capital mato-grossense relaciona fim da evasão fiscal à construção do novo estádio, o Verdão, para o Mundial
Governo do Estado já se comprometeu a bancar nova arena, mas nega que dinheiro de taxas vá ser utilizado com esse objetivo
RODRIGO VARGAS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CUIABÁ
Uma campanha publicitária
lançada pela Secretaria da Fazenda de Mato Grosso relaciona o pagamento de impostos à
construção do novo estádio de
Cuiabá para a Copa de 2014.
Colocado na avenida mais
movimentada da capital mato-grossense, um grande outdoor
traz imagens do projeto do novo Verdão. No painel, uma
mensagem avisa: "Sem evasão
fiscal, se faz a Copa para você".
Em entrevista à Folha, o secretário de Estado da Fazenda,
Eder Moraes, negou que a publicidade do governo faça conexão entre o pagamento de impostos e a construção do estádio. "Ali fazemos alusão à Copa
do Mundo. Poderia ter utilizado imagens do Maracanã, por
exemplo. O objetivo era ilustrar a chegada do evento."
Segundo Moraes, a alimentação do fundo não será feita com
recursos dos impostos. Segundo ele, a possibilidade de participação da iniciativa privada no
estádio não está descartada.
"Há cinco grandes conglomerados interessados em participar dos investimentos. Se
alguma das parcerias for concretizada, o montante de gastos públicos será bem menor."
Mas o governo de Mato
Grosso diz já ter reservado R$
100 milhões em um fundo específico para a obra do estádio
de 42 mil lugares, orçado em
R$ 450 milhões. Ou seja, faltariam mais de três quartos da
verba total para a reforma.
Após o anúncio, em maio, de
Cuiabá como uma das 12 cidades da Copa, o governador Blairo Maggi (PR) falou que o principal compromisso do governo
estadual era construir o estádio
"com recursos próprios".
"Longe de se tornar um elefante branco, a ideia é ter um
estádio de múltiplo uso. Um
complexo como todo ao redor
do estádio. Pretendemos ter
centro de eventos e shopping",
disse ele, à ocasião.
No momento, Mato Grosso
não tem equipes nas séries A e
B do Campeonato Brasileiro.
A CBF recomenda que não
haja dinheiro público na construção ou na reforma de campos de futebol para 2014. Antes
da escolha do país para o evento, o presidente Ricardo Teixeira disse que o "único trabalho" dos governos seria "oferecer transporte público de qualidade, saúde e outras coisas".
Procurada pela Folha, a
CBF, por meio de sua assessoria, disse que o comitê organizador não possui poder legal
para impor veto ao gasto público. Informou também que os
projetos pertencem às cidades,
e que cada uma vai utilizar o
mecanismo que preferir.
Mas disse que desencoraja o
gasto de verba pública, pois alega que, no Brasil, estádio de futebol dá lucro. O governo federal afirma que não vai investir
em arenas para o Mundial.
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