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Prancheta do PVC
PAULO VINICIUS COELHO pvc@uol.com.br
Semifinal-arte
FORAM 20 minutos de pura
marcação por pressão. Se
você acha que espetáculo é
só jogar com a bola no pé, a
Espanha jogou também.
Até mesmo os grandes times montados para jogar
assim -e são raros os montados para marcar por pressão- passam dez, 15 minutos no máximo, marcando
no campo de ataque.
Pois a Espanha roubou
uma bola de Trochowski
aos 20min e puxou mais um
ataque. O enésimo em 20
minutos. Daí ter mais de
60% do tempo com a bola
no pé no primeiro tempo.
A única questão era entrar na área. Eles tentaram.
Inverteram as posições de
seus meias. Iniesta começou
à direita, com Pedro à esquerda. Trocaram.
O armador central, Xavi,
não saía da marcação de
Khedira ou de Schweinsteiger. Quanto mais os dois volantes alemães marcavam,
menos pulmão tinham para
fazer o primeiro passe.
Mas o problema da Alemanha, que sofreu o jogo inteiro, não foi tanto a saída
da marcação por pressão,
mas sim prender a bola no
ataque. Sem Müller, a equipe chegava à frente e via a
bola escapar de Trochowski, Özil e Podolski.
O melhor time da Copa
até antes da semifinal se encolheu. A Alemanha não
conseguiu jogar. A Espanha
tem a bola e sabe que, para
tê-la, é preciso recuperá-la.
Ah, sim! Você já ouviu
tantas vezes de técnicos
brasileiros que esse é o conceito do futebol moderno. E
tantas vezes isso serviu como desculpa para marcar.
Na Espanha, a marcação é
o pretexto para jogar.
A Espanha tinha um vício, o gol de David Villa. Dos
seis marcados até então,
cinco eram do artilheiro da
Copa, empatado com Sneijder. O time também não tinha marcado de bola parada. O vício sumiu. Gol de escanteio, de Puyol. A Espanha joga bem, joga bonito e
está perto de ser campeã.
A GRANDE CHANCE
Por mais que a Espanha tenha tido a posse de bola, as grandes chances foram em tiros de fora da área. A maior exceção veio aos 13min do segundo tempo, em jogada de Iniesta. Villa errou por pouco.
MEIAS DE VERDADE
O grande defeito da Alemanha foi não prender a bola no ataque. Pressionada, acertava o passe, tinha zagueiros bem colocados, mas Özil, Podolski e Trochowski... Nada!
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