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Andarilhos
MARTÍN FERNANDEZ
PAULO COBOS
ENVIADOS ESPECIAIS À CIDADE DO CABO
O prazo de validade dos
holandeses nos clubes é menor que o de atletas de outros
grandes países europeus.
Isso fica evidente no currículo dos 23 jogadores convocados pelo treinador Bert van
Marwijk que decidem no domingo, em Johannesburgo, a
Copa do Mundo da África do
Sul, na terceira final de Mundial da equipe laranja.
Segundo dados da Fifa, os
jogadores holandeses na Copa acumulam, juntos, 77 clubes diferentes na carreira
(nesse cálculo entram eventuais voltas aos times em que
eles iniciaram a carreira profissional), ou mais de três
agremiações por convocado.
Esses números ficam bem
acima da realidade das outras duas seleções europeias
que chegaram às semifinais.
Os alemães passaram por
51 times, e os espanhóis, por
54. Em ambos os casos, a movimentação dos atletas dessas duas seleções ficou concentrada dentro dos próprios
países, diferentemente dos
holandeses do Mundial.
Sneijder e Robben, hoje os
dois principais jogadores do
primeiro finalista da Copa do
Mundo, são ainda jovens
(ambos têm 26 anos).
Mas eles se mostraram incapazes até agora de virar
ídolos incontestáveis nos
clubes que defenderam (quase todos gigantes do futebol
europeu), justamente por
nunca terem fincado raízes.
Sneijder, depois de deixar
o Ajax, passou duas temporadas no Real Madrid. No ano
passado, transferiu-se para a
Internazionale, pela qual ganhou o Campeonato Italiano
e a Copa dos Campeões na
temporada 2009/2010.
E agora pode mudar de
ares de novo. O inglês Manchester United está disposto
a pagar o equivalente a R$ 70
milhões pelo meia, e o clube
azul e preto de Milão parece
disposto a fazer negócio.
Pesa contra o camisa 10 o temperamento forte.
No caso de Robben, a fragilidade do corpo faz com
que os clubes que ele defende não tenham paciência
com o atacante holandês.
Depois de revelado pelo
pequeno Groningen, Robben
tem no currículo passagens
por quatro grandes europeus
-PSV, Chelsea, Real Madrid
e Bayern de Munique, seu
atual clube. Em nenhuma
dessas equipes ele ficou mais
do que três anos, caso do inglês Chelsea, onde passou
muito tempo machucado.
RAÍZES FORTES
Astros alemães e espanhóis têm raízes muito mais
fortes nos clubes. Casillas fez
sua carreira toda no Real Madrid, assim como Puyol, Xavi
e Iniesta no Barcelona.
O meia Schweinsteiger
chegou ao Bayern de Munique ainda garoto, com 14
anos. Está no clube até hoje,
perto de completar 26.
Até quem é "estrangeiro"
na seleção alemã cria raízes
com um clube local. O brasileiro Cacau, um dos reservas
do ataque germânico no
Mundial, já está há sete anos
defendendo o Stuttgart.
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