São Paulo, sexta-feira, 08 de julho de 2011

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Clube abandona técnico, não base

SÃO PAULO
Carpegiani cai após três derrotas, mas diretoria quer manter aposta em jovens


RAFAEL REIS
DE SÃO PAULO

Cerca de dois meses depois de quase demitir Paulo César Carpegiani, o São Paulo se despediu do técnico ontem e já deu a dica do que espera de seu novo treinador.
"Ele nos deixa o legado em relação ao trabalho com os jogadores da base", disse o vice-presidente de futebol João Paulo de Jesus Lopes.
Foi por cumprir a determinação do presidente Juvenal Juvêncio e transformar o CT de Cotia, onde treinam os jovens do time, em um fornecedor para a equipe profissional que Carpegiani conseguiu durar nove meses (47 partidas) como treinador.
Tirado do Atlético-PR em outubro, o técnico falhou em todas as competições que disputou. Ficou sem vaga na Libertadores deste ano, caiu nas semifinais do Paulista e teve uma eliminação traumática na Copa do Brasil.
A despedida no torneio nacional, com derrota por 3 a 1 para o Avaí no dia 12 de maio, deixou claro que o treinador não teria vida longa no clube do Morumbi.
O meia Rivaldo, 39, reserva do time e aliado do goleiro Rogério, principal líder do grupo, foi à imprensa reclamar do treinador. Um dirigente trabalhou por sua demissão e contou para os jornalistas que o técnico seria substituído naquela ocasião.
Mas, amparado pela ausência de bons nomes livres no mercado e em reconhecimento ao sucesso na consolidação dos jovens Lucas e Casemiro entre os titulares, Carpegiani acabou ficando.
Emendou uma sequência de cinco vitórias no início do Brasileiro. Mas sucumbiu às limitações de um elenco que ficou inexperiente e pequeno com a saída de veteranos, como Alex Silva, Miranda, Cléber Santana e Fernandão.
Levou 5 a 0 do Corinthians e perdeu mais dois jogos seguidos. Após a derrota por 1 a 0 para o Flamengo, no Rio, anteontem, não resistiu.
Carpegiani, o quarto técnico do São Paulo após a vitoriosa passagem de Muricy Ramalho, foi demitido em reunião ontem à tarde com Jesus Lopes e o diretor de futebol Adalberto Baptista.
Recebeu cerca de R$ 700 mil reais, o equivalente a dois salários seus, como indenização pela saída. O São Paulo diz que o valor se deve a encargos trabalhistas, e não à multa do contrato que ia até o fim da temporada.
Segundo o vice de futebol, o anúncio do novo técnico deve acontecer "em questão de dias, não de horas".
O São Paulo deseja alguém como Carpegiani, que trabalhe com jovens. Mas que traga resultados. "Vamos procurar quem tenha esse perfil", afirmou Jesus Lopes.
No sábado, contra o Cruzeiro, o time será dirigido pelo auxiliar Milton Cruz, o mesmo que "tapou o buraco" depois das demissões de Muricy Ramalho e Ricardo Gomes -Sérgio Baresi foi uma espécie de "interino fixo" antes de Carpegiani chegar.


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