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União quer pacto para sanear clubes, que pedem mais dinheiro em troca
DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL BRASÍLIA
Em reunião com a CBF, o governo federal manifestou sua
intenção de criar um pacto de
responsabilidade de gestão para sanear os clubes. O objetivo é
que as agremiações gastem de
acordo com suas limitações financeiras, sem salários milionários em times endividados. A
confederação apoiou a ideia.
Mas essa proposta só seria
possível por meio de um acordo, pois, a não ser que seja mudada a natureza jurídica das
agremiações, a União não tem
como influenciar nas mesmas.
Em contrapartida, cartolas
dos principais times pedem dinheiro do governo federal para
poderem saldar suas dívidas.
Isso ocorreria por meio de empréstimos ou financiamentos
de bancos públicos.
Um plano para a reestruturação dos clubes será estudado
pela CBF e pelo Ministério do
Esporte. A FGV (Fundação Getulio Vargas) deve levantar a situação financeira dos clubes.
Segundo o ministro do Esporte, Orlando Silva Jr., a má
gestão dos clubes, que atrasam
salários dos atletas por estarem
endividados, contribui para o
êxodo de jogadores do país.
"Os clubes têm dívidas porque as receitas do futebol brasileiro estão aquém do que deveriam ser, por vários fatores",
disse ele. Mas, nos últimos
anos, as rendas dos clubes têm
crescido e as dívidas, também.
"O governo vai dar o quê?",
questionou o presidente do
Atlético-MG, Alexandre Kalil,
sobre a possibilidade de pacto.
Ele defende injeção de dinheiro
do governo para sanear as dívidas. E oferece fiscalização sobre os cartolas por tribunal.
"Poderia ter uma renegociação de todas as dívidas, inclusive as privadas. O BNDES e a
Caixa poderiam fazer um financiamento, e pagaríamos tudo", completou o presidente do
Flamengo, Delair Dumbrosck.
Ele propõe que, por um acordo, os clubes separem 20% de
suas receitas para pagar o empréstimo dos bancos, que serviriam para quitar todas suas dívidas. O débito do Flamengo
chega a R$ 400 milhões.
"Para conseguir um pacto
desses, você tem de conceder
vantagens e fazer algumas exigências. Se deixar isso solto, vai
ser difícil. É algo que exige cenoura e porrete", reforçou o
presidente do Palmeiras, Luiz
Gonzaga Belluzo, que está em
comissão do Clube dos 13 para
discutir as finanças dos clubes.
O governo federal já criou
uma loteria, a Timemania, para
refinanciamento da dívida fiscal dos clubes com condições
favoráveis. Mas não exigiu contrapartida para dar maior responsabilidade na gestão deles.
A oposição queria transformar os times em empresas com
esse objetivo, mas a medida foi
barrada pela base de Lula.
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