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FUTEBOL
Estréia animadora
JOSÉ GERALDO COUTO
COLUNISTA DA FOLHA
Gostei da estréia do Brasil
nas eliminatórias. O time foi
muito superior à Colômbia durante todo o tempo, e só sofreu gol
por causa de uma bobeira da zaga (houve outras, é verdade).
A tática brasileira, no primeiro
tempo, sob forte calor, estava correta: tocar a bola à espera do momento certo para dar o bote.
No lance do primeiro gol, por
exemplo, houve uma triangulação perfeita entre Roberto Carlos,
Zé Roberto e Ronaldo. Em poucos
e rápidos toques, o Brasil desnorteou a defesa rival, deixando Ronaldo livre para "escolher o canto". Foi uma espécie de justiça
poética: o primeiro gol brasileiro
nas eliminatórias para a Copa da
Alemanha foi marcado pelo artilheiro da Copa anterior.
No segundo tempo, o jogo ficou
mais aberto e corrido, e o meio-campo perdeu importância relativa. Talvez por isso a substituição de Alex pelo mais agudo Kaká tenha funcionado bem.
Foi bonito também ver campeões consagrados, como Ronaldo, Cafu e Roberto Carlos, jogando com vontade e prazer. Gostei
demais também de Zé Roberto e
de Alex, que deram leveza e qualidade ao jogo do meio-campo. E
Kaká mostrou mais uma vez que
tem estrela: seu primeiro toque na
bola foi para fazer um golaço.
Se as longas eliminatórias da
Copa 2006 estão apenas começando, o Brasileirão-2003 já cumpriu quase dois terços de seu percurso. Um balanço provisório já é
possível, mas talvez a única conclusão que não seja precipitada é
a de que o torneio foi praticamente cindido em duas partes pelas
vendas de jogadores ao exterior.
Alguns times, como o Grêmio, o
Flamengo, o Vasco e o Corinthians, se desfiguraram inteiramente -e sofrem as consequências disso na tabela de classificação. Outros, como o Cruzeiro e o
Santos, conseguiram evitar turbulências maiores e, mesmo sofrendo algumas modificações,
mantiveram o bom nível.
Nesse contexto, o São Paulo é
um caso à parte.
Atravessou as crises mais agudas antes dos outros clubes, no
início do campeonato, e teve tempo de se reerguer em novas bases.
O tricolor de hoje tem um perfil
bem diferente do que iniciou o
campeonato. É menos brilhante,
mas mais eficiente.
Depois de praticamente uma
década sem títulos de grande expressão, talvez esse pragmatismo
seja indispensável para acalmar
sua exigente torcida.
Tão acirrada quanto a luta pelo
título -que, ao que tudo indica,
deve ficar entre Cruzeiro, Santos,
São Paulo e Coritiba- deverá ser
a disputa por uma vaga na Libertadores. Nesse páreo mais amplo,
ainda estão, além dos citados, o
Internacional, o Criciúma, o São
Caetano, o Atlético-MG e, com
um pouco de boa vontade, o Flamengo e o Corinthians.
Outro fator que deve manter
aceso o interesse pela competição
até o final é o salve-se quem puder
das últimas colocações, sobretudo
pelo fato de um ex-campeão brasileiro e mundial, o Grêmio, estar
na lanterna.
Líder com mérito
O Palmeiras mostrou em Marília, no sábado, que não é líder
do Brasileiro da Série B por acaso. No campo do adversário,
saiu em desvantagem no placar
e teve um jogador expulso ainda no primeiro tempo, mas
soube reagir com garra e competência. Uma virada como essa seria impensável alguns meses atrás, quando um gol adversário provocava pânico e confusão nas hostes alviverdes.
Humor negro
O vice-presidente de futebol do
Corinthians, Antonio Roque
Citadini, garante: ninguém
mais irá deixar o Parque São
Jorge. Não é para menos. Além
de ter acabado a temporada européia de contratações, já foi
raspado o fundo do tacho alvinegro. Não sobrou o que vender para o exterior.
E-mail jgcouto@uol.com.br
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