São Paulo, terça-feira, 08 de setembro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Com Dunga, seleção espicha

Equipe, que faz amanhã contra o Chile a festa pela vaga na Copa-10, já é tão alta quanto a Alemanha

De 94, ano da conquista do tetra com o técnico como jogador, até hoje, a média de altura dos brasileiros subiu seis centímetros

Ayrton Vignola/Folha Imagem
Mais alto jogador da seleção, com 1,93m, Luisão (à frente) corre ao lado de Gilberto Silva (esq.), Felipe Melo e Maicon no estádio do Pituaçu, ontem, em Salvador

PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A SALVADOR

Com Dunga, a seleção brasileira cresceu, literalmente.
O time nacional é hoje tão alto quanto a Alemanha, talvez o símbolo maior dos times de "gigantes" na elite da bola, e muito mais alto do que os rivais sul-americanos, o que ajuda a explicar a superioridade brasileira sobre eles nos últimos anos.
Na média, os titulares do Brasil têm 1,83 m -nove jogadores ultrapassam 1,80 m.
Amanhã, contra o Chile, em Salvador, as mudanças que Dunga terá que fazer por causa de suspensões e contusões devem elevar a média da equipe em mais um centímetro.
Quando ganhou o tetracampeonato, em 1994, com Dunga como jogador, o Brasil tinha um time titular com média de 1,77 m de altura. No fracasso na Copa da Alemanha, em 2006, cresceu e passou para 1,81 m.
Contra os vizinhos sul-americanos, a diferença de tamanho chega a ser covardia. O Chile, por exemplo, começou seu último jogo, contra a Venezuela, com um time de só 1,75 m de média. Apenas o goleiro Bravo ultrapassa 1,80 m.
Ter um time de "gigantes" não significa que o Brasil de Dunga passou a viver das jogadas aéreas no ataque. Mas, com laterais, meias e atacantes grandalhões, marcar um gol na seleção pelo alto virou uma missão quase impossível.
Nas eliminatórias, segundo levantamento do Datafolha, o Brasil só levou um gol de cabeça. Isso significa uma participação de 14% nos tentos sofridos pela equipe, marca bem abaixo da registrada por outras equipes em diferentes competições. No Brasileiro-09, 20% dos gols foram marcados com a cabeça.
No ataque, o Brasil só usou a cabeça três vezes para balançar as redes, o que significa uma modesta participação de 11%. Em compensação, o time abusa das jogadas individuais. Foram sete gols feitos dessa forma.
Para o zagueiro Luisão, que com 1,93 m é o mais alto da equipe que vem jogando, o comprometimento dos homens de meio e ataque explicam a força na defesa.
"Nosso time tem hoje uma consciência de que é preciso dificultar a vida dos adversários desde o nosso ataque", disse.
O volante Gilberto Silva, 1,85 m, também elogia o jogo coletivo do time. "Encontramos uma forma de jogar com todo mundo se doando ao máximo".
Já classificado para o Mundial, o Brasil só cumpre tabela no jogo contra o Chile. O time de Dunga ainda fará dois jogos pelo qualificatório em outubro, contra Bolívia, em La Paz, e Venezuela, em Campo Grande.
Com mais cinco pontos nos três duelos, a equipe garante sua melhor campanha em eliminatórias no sistema em que todos os países se enfrentam.
Os jogadores dizem que a classificação antecipada para a Copa não vai fazer o time relaxar. "Não passa pela nossa cabeça a possibilidade de uma derrota para o Chile", afirmou o lateral-direito Daniel Alves.


Texto Anterior: Painel FC
Próximo Texto: Desigual: "Baixinhos" marcarão o atacante Adriano, de 1,89 m
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.