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Arquitetos criticam o Rio-2016
Profissionais da área condenam licitação para Centro Olímpico
DO RIO
Um processo de seleção
lançado pelo Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos do
Rio-2016 para a construção
do Centro Olímpico de Treinamento do Rio está sendo
criticado pelo IAB (Instituto
de Arquitetos do Brasil).
O instituto condena a divisão de responsabilidades determinada pelo edital e os critérios adotados para escolher
a empresa vencedora.
Para o presidente do IAB-RJ, Sérgio Magalhães, a licitação peca pela falta de
transparência e por dar mais
importância ao custo do que
à qualidade do projeto.
A Folha tentou ouvir responsáveis do comitê organizador dos Jogos do Rio, durante todo o dia de ontem,
mas não obteve resposta.
Segundo Magalhães, o
edital lançado em 19 de agosto prevê que uma empresa
desenvolva o conceito do
projeto para o Centro Olímpico. Essa mesma empresa deve criar um estudo preliminar -os projetos de cada edifício, apresentados por meio
de croquis e plantas.
O comitê organizador pretende lançar outra licitação
para definir quem vai aprofundar esses projetos e transformá-los em obras reais. O
projeto básico de arquitetura
e de paisagismo, por exemplo, caberá ao vencedor dessa segunda licitação.
"Nunca vi isso: uma empresa faz o estudo preliminar
e outra o detalha. Quem faz o
estudo preliminar sempre dá
sequência à obra, mas o comitê inventou essa novidade", critica Magalhães, que
também não aprovou a importância atribuída ao preço
durante a escolha do projeto.
"Uma intervenção dessa
expressão não pode ser entregue a alguém com base em
um quesito tão fortuito como
preço", opina Magalhães.
Ele vê também no prazo
exíguo para a entrega do escopo do trabalho, de apenas
dez semanas, uma ameaça à
qualidade do Centro Olímpico carioca. "Esse prazo não é
compatível com a importância do projeto", diz.
CONCURSO
Para Magalhães, o ideal
seria realizar um concurso
arquitetônico no qual o preço
seria definido pelo comitê e,
com base nisso, os interessados enviariam seus projetos
para uma comissão julgadora responsável pela escolha.
Segundo o edital do comitê, a seleção será feita em três
etapas. A primeira é de mera
habilitação administrativa.
Depois serão avaliadas as
propostas técnicas e, por fim,
serão comparados os preços
de cada concorrente.
Vence o processo de seleção a empresa que somar
mais pontos nas etapas.
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