São Paulo, domingo, 08 de outubro de 2000

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Em seu ano mais produtivo, atacante comanda Brasil nas eliminatórias
O melhor Romário

A sete gols de recorde pessoal, vascaíno é o trunfo da seleção na partida contra a Venezuela, que enterra de vez a era Luxemburgo

PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Com 34 anos, idade em que o jogador de futebol já se prepara para a aposentadoria, o atacante Romário, que hoje, às 17h, defende a seleção brasileira contra a Venezuela, está muito perto de conseguir bater um recorde pessoal.
Com mais sete gols, ele irá transformar a temporada 2000 na melhor da sua vida como profissional, que começou em 1985.
Até agora, jogando pelo Vasco e pela seleção brasileira, Romário acumula 56 gols no ano. Seu recorde aconteceu em 1997, quando marcou 62 vezes.
O atacante vascaíno é a principal atração da primeira partida da seleção depois da demissão de Wanderley Luxemburgo.
O treinador, antigo desafeto de Romário, foi dispensado pela CBF depois do fiasco na Olimpíada, quando o Brasil foi eliminado nas quartas-de-final por Camarões, na prorrogação, mesmo atuando com dois homens a mais.
Nas eliminatórias, o país também faz campanha pífia.
Sem contar a rodada de ontem, a seleção ocupa um modesto quarto lugar no qualificatório sul-americano, que classifica justamente quatro equipes para a Copa do Mundo de 2002 -a quinta colocada ainda terá a chance de disputar uma repescagem contra um representante da Oceania.
Hoje, o time será dirigido interinamente por Candinho -a nova comissão técnica deve ser anunciada nos próximos dias.
Dois dados deixam claro que Romário não terá dificuldades para alcançar uma nova marca pessoal de gols marcados.
Até o final do ano, caso o Vasco vá às finais das competições que disputa, o atacante ainda poderá participar de 28 partidas, sem contar a de hoje, que será contra o maior saco de pancadas do Brasil na América do Sul -em oito jogos de eliminatórias entre as equipes, a Venezuela foi vazada 36 vezes, média de 4,5 por partida.
Com tantas oportunidades pela frente, o atacante deve bater o recorde com folga, já que a sua média de gols na temporada é uma das melhores da sua carreira.
Em 2000, Romário ostenta uma média de 1,14 gol por jogo. Na temporada de 1997, quando mais havia marcado até hoje, sua média foi de 0,97.
Desde que trocou o Flamengo pelo Vasco, no final do ano passado, depois de vários desentendimentos com treinadores e diretores, o atacante tem sido o principal artilheiro da maioria das competições que disputa.
Logo no começo da temporada, foi o maior goleador do Mundial de Clubes e do Torneio Rio-São Paulo -anotou 12 gols em dez jogos, uma ótima média de 1,2.
No Estadual do Rio, repetiu a dose, terminando a competição como o atleta mais eficiente no ataque -marcou 19 vezes.
Agora, no segundo semestre, a história parece que vai se repetir.
Pela Copa JH, o vascaíno já balançou a rede 12 vezes, aproximando-se do seu recorde pessoal em Nacionais -no Brasileiro-98, pelo Flamengo, fez 13 gols.
Na Copa Mercosul, em que marcou um gol antológico contra o San Lorenzo, em Buenos Aires, divide a liderança na lista dos goleadores da competição com outros dois atletas.
Romário, no entanto, não conseguiu transformar sua eficiência em títulos para o Vasco.
Mesmo com o maior goleador da temporada, o time carioca só acumulou fracassos no primeiro semestre.
No Mundial da Fifa e no Torneio Rio-São Paulo, foi derrotado na final, com atuações apagadas de sua estrela.
No Estadual do Rio, novo vexame. Depois de zombar da fraqueza do Flamengo, perdeu a decisão para o maior rival.
Mesmo com a falta de títulos, Romário voltou à seleção brasileira, no mês passado, para acabar com o jejum dos atacantes -havia sete rodadas que um jogador do setor não marcava. De cara, contra a Bolívia, Romário anotou três vezes.
Com seu desempenho, a contragosto de Luxemburgo, tomou a liderança no time. Na última semana, em Teresópolis, escancarou essa condição. À vontade, criticou seus desafetos, como o ex-técnico, o lateral Roberto Carlos e o ex-jogador Zico.



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