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Em seu ano mais produtivo, atacante comanda Brasil nas eliminatórias
O melhor Romário
A sete gols de recorde pessoal, vascaíno é o trunfo da seleção na partida contra a Venezuela, que enterra de vez a era Luxemburgo
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Com 34 anos, idade em que o jogador de futebol já se prepara para a aposentadoria, o atacante Romário, que hoje, às 17h, defende a
seleção brasileira contra a Venezuela, está muito perto de conseguir bater um recorde pessoal.
Com mais sete gols, ele irá
transformar a temporada 2000 na
melhor da sua vida como profissional, que começou em 1985.
Até agora, jogando pelo Vasco e
pela seleção brasileira, Romário
acumula 56 gols no ano. Seu recorde aconteceu em 1997, quando
marcou 62 vezes.
O atacante vascaíno é a principal atração da primeira partida da
seleção depois da demissão de
Wanderley Luxemburgo.
O treinador, antigo desafeto de
Romário, foi dispensado pela CBF
depois do fiasco na Olimpíada,
quando o Brasil foi eliminado nas
quartas-de-final por Camarões,
na prorrogação, mesmo atuando
com dois homens a mais.
Nas eliminatórias, o país também faz campanha pífia.
Sem contar a rodada de ontem,
a seleção ocupa um modesto
quarto lugar no qualificatório sul-americano, que classifica justamente quatro equipes para a Copa do Mundo de 2002 -a quinta
colocada ainda terá a chance de
disputar uma repescagem contra
um representante da Oceania.
Hoje, o time será dirigido interinamente por Candinho -a nova
comissão técnica deve ser anunciada nos próximos dias.
Dois dados deixam claro que
Romário não terá dificuldades
para alcançar uma nova marca
pessoal de gols marcados.
Até o final do ano, caso o Vasco
vá às finais das competições que
disputa, o atacante ainda poderá
participar de 28 partidas, sem
contar a de hoje, que será contra o
maior saco de pancadas do Brasil
na América do Sul -em oito jogos de eliminatórias entre as equipes, a Venezuela foi vazada 36 vezes, média de 4,5 por partida.
Com tantas oportunidades pela
frente, o atacante deve bater o recorde com folga, já que a sua média de gols na temporada é uma
das melhores da sua carreira.
Em 2000, Romário ostenta uma
média de 1,14 gol por jogo. Na
temporada de 1997, quando mais
havia marcado até hoje, sua média foi de 0,97.
Desde que trocou o Flamengo
pelo Vasco, no final do ano passado, depois de vários desentendimentos com treinadores e diretores, o atacante tem sido o principal artilheiro da maioria das competições que disputa.
Logo no começo da temporada,
foi o maior goleador do Mundial
de Clubes e do Torneio Rio-São
Paulo -anotou 12 gols em dez jogos, uma ótima média de 1,2.
No Estadual do Rio, repetiu a
dose, terminando a competição
como o atleta mais eficiente no
ataque -marcou 19 vezes.
Agora, no segundo semestre, a
história parece que vai se repetir.
Pela Copa JH, o vascaíno já balançou a rede 12 vezes, aproximando-se do seu recorde pessoal
em Nacionais -no Brasileiro-98,
pelo Flamengo, fez 13 gols.
Na Copa Mercosul, em que
marcou um gol antológico contra
o San Lorenzo, em Buenos Aires,
divide a liderança na lista dos goleadores da competição com outros dois atletas.
Romário, no entanto, não conseguiu transformar sua eficiência
em títulos para o Vasco.
Mesmo com o maior goleador
da temporada, o time carioca só
acumulou fracassos no primeiro
semestre.
No Mundial da Fifa e no Torneio Rio-São Paulo, foi derrotado
na final, com atuações apagadas
de sua estrela.
No Estadual do Rio, novo vexame. Depois de zombar da fraqueza do Flamengo, perdeu a decisão
para o maior rival.
Mesmo com a falta de títulos,
Romário voltou à seleção brasileira, no mês passado, para acabar
com o jejum dos atacantes -havia sete rodadas que um jogador
do setor não marcava. De cara,
contra a Bolívia, Romário anotou
três vezes.
Com seu desempenho, a contragosto de Luxemburgo, tomou
a liderança no time. Na última semana, em Teresópolis, escancarou essa condição. À vontade, criticou seus desafetos, como o ex-técnico, o lateral Roberto Carlos e
o ex-jogador Zico.
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