São Paulo, domingo, 08 de outubro de 2000

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Atleta promete mais gols e quer alcançar Pelé


DO ENVIADO A TERESÓPOLIS

Considerado o salvador da seleção brasileira, o atacante Romário não tem segredo para justificar a boa fase. Ele diz que a sua excelente campanha nesta temporada é um fato normal.
Responsável por quebrar o jejum de gols do ataque da seleção brasileira nas eliminatórias após sete partidas, no confronto contra a Bolívia (5 a 0, três dele), o jogador promete mais gols hoje em Maracaibo e já faz planos de disputar a Copa do Mundo de 2002, no Japão e na Coréia do Sul.
Em alta na seleção, Romário diz que ainda tem um objetivo: superar a marca estabelecida por Pelé (95 gols), o maior artilheiro da história da equipe nacional.
Para isso, terá que marcar mais 33 gols com a camisa da seleção.
Polêmico, o jogador passou a semana como a principal atração da seleção. Logo no primeiro dia em Teresópolis, ele criticou o técnico Levir Culpi, favorito para suceder Wanderley Luxemburgo. Na entrevista, Romário também disse que não gostaria de dividir o ataque com Edmundo, seu desafeto confesso. (SÉRGIO RANGEL)

Pergunta - Neste ano, você já marcou 56 gols. Como justificar a excelente fase?
Romário -
Isso é fruto de muitos anos de futebol. Sei que, quando visto a camisa da seleção ou a do Vasco, estou preparado para tudo. Não sinto a pressão com cobrança da torcida, do treinador ou de ninguém. Apenas faço o meu trabalho.

Pergunta - Em Maracaibo, você é a atração da seleção.
Romário -
Sei que tenho uma obrigação diferenciada. Estou aqui para fazer o mais importante, que é o gol. Mesmo assim, não me importo. Assumo a responsabilidade e faço.

Pergunta - Você já ganhou uma Copa do Mundo (1994, nos EUA). Você ainda tem algum objetivo especial na seleção?
Romário -
Claro. Meu objetivo é tentar fazer o maior número possível de gols para chegar perto do Pelé na seleção. Mesmo assim, antes de entrar em campo, penso em vencer os jogos. Isso é o mais importante. Se eu não marcar em um jogo, mas o Brasil vencer, está tudo bem para mim.

Pergunta - Você tem um companheiro de ataque preferido para jogar na seleção?
Romário -
Não. Mesmo assim, já falei que não gostaria de jogar ao lado do Edmundo, mas eu não sou o treinador. Para mim, seria um prazer se ele não viesse.

Pergunta - Você acha que interferiu na convocação do Candinho, já que o Edmundo não foi chamado?
Romário -
Espero que não. Ou espero que sim (risos).

Pergunta - O Candinho disse durante toda a semana que a Venezuela deverá ser respeitada. Você concorda?
Romário -
Não. A Venezuela não está fazendo um grande papel nas eliminatórias da Copa do Mundo. A partir de agora, temos que jogar como Brasil. Temos que atacar e nos impor. Não podemos nos intimidar contra ninguém.



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