São Paulo, domingo, 08 de outubro de 2000

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FUTEBOL
Sem comando, atletas tentam aparecer para assegurar vaga no futuro
Seleção brasileira joga para impressionar novo técnico

Antônio Gaudério/ Folha Imagem
O técnico interino Candinho (à esq.), que optou por escalar no ataque da seleção a dupla vascaína Euller (centro) e Romário



SÉRGIO RANGEL
ENVIADO ESPECIAL A TERESÓPOLIS

Sem comando, a seleção brasileira enfrenta a Venezuela, às 17h (horário de Brasília), em Maracaibo, pelas eliminatórias sul-americanas da Copa do Mundo de 2002.
Despreocupados com o adversário, que é o pior time do torneio, os jogadores brasileiros não escondem que vão entrar em campo para agradar ao futuro técnico da seleção, que deverá estar assistindo ao jogo pela televisão no Brasil, apesar de Candinho dirigir o time interinamente do banco de reservas.
""A nossa preocupação é sempre com o adversário. Mas não deixa de ser um estímulo saber que o novo treinador da seleção estará assistindo ao jogo. Mesmo sabendo que tudo poderá ser diferente com a entrada de uma outra pessoa, uma boa exibição poderá nos ajudar aqui", disse o volante Donizete, do Cruzeiro, um dos ""calouros" da seleção nas eliminatórias sul-americanas.
""Estou tendo a minha primeira oportunidade na seleção. Por isso, vou fazer de tudo para jogar bem e me manter", afirmou o atacante Euller, que irá formar o ataque da equipe com Romário, seu companheiro no Vasco.
Na próxima semana, o presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Ricardo Teixeira, deverá anunciar o substituto de Wanderley Luxemburgo, demitido oito dias atrás, decorrência do fiasco olímpico.
O técnico do São Paulo, Levir Culpi, é o favorito. Carlos Alberto Parreira, campeão da Copa de 1994, e Luiz Felipe Scolari também poderão assumir o cargo.
Candinho, que está no lugar de Luxemburgo, já anunciou que deixará o cargo após o jogo.
Além de Candinho, quase toda a comissão técnica que estará em Maracaibo deverá sair após o anuncio do novo treinador por Ricardo Teixeira.
Sabendo que está enfraquecido, Candinho optou por escalar um time que tem sua base formada por jogadores do Vasco e do Cruzeiro. ""Por causa da situação que ocorreu, decidi colocar os jogadores dos dois melhores times do país para resolver a situação", declarou o técnico interino.
Sem muito ter o que falar para os atletas e com pouco tempo para treinar, ele quer tirar proveito do entrosamento dos jogadores para homenagear Luxemburgo, que o levou para a seleção.
""Sempre é bom vencer. Com certeza, a vitória na Venezuela vai ser dedicada ao Wanderley (Luxemburgo)", disse Candinho.
Nos três dias de treinamento na Granja Comary, em Teresópolis, Candinho estava constrangido com a sua situação.
Apesar de sempre atender aos jornalistas com educação, ao contrário de Luxemburgo, que às vezes brigava com os seus entrevistadores, o técnico interino da seleção já dava sinais de desgaste. Ele chegou até a criticar um dos símbolos da era Luxemburgo: a preparação emocional, que classificou de frescura.
Em quarto lugar nas eliminatórias, a seleção, que soma 14 pontos, precisa da vitória para tentar amenizar o clima na CBF.
Um resultado ruim pode até ter consequências políticas para a entidade. O comando da CBF teme que um tropeço em Maracaibo sirva como combustível para as CPIs que serão realizadas no Congresso Nacional.
NA TV - Globo, Bandeirantes e PSN, ao vivo, às 17h



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