São Paulo, domingo, 08 de outubro de 2000

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PAINEL


Fúria
João Havelange está enfurecido com a CPI do Futebol, instalada no Senado. Nem as palavras de consolo ouvidas de Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), presidente da Casa, foram capazes de acalmar o ex-presidente da Fifa. Revoltado, ele acha que os parlamentares só querem atrair os holofotes e obter dividendos eleitorais.

Prestígio em xeque
Para Havelange, os senadores não têm interesse em melhorar o esporte no país, mas lucrar em cima do prestígio que ele ajudou a construir, o de melhor futebol do mundo. Os parlamentares rebatem. Dizem que só querem preservar o futebol que ajudou a construir João Havelange.

Briga em família
Dirigentes ligados ao ex-presidente da Fifa garantem que ele também está desgostoso com a administração de Ricardo Teixeira, seu ex-genro, à frente da CBF. Na opinião de João Havelange, o dirigente não poderia ter deixado a situação do futebol brasileiro ter chegado a tal ponto de degradação.

Mama África
A paciência com Teixeira está esgotada desde as trapalhadas envolvendo a escolha da Alemanha como sede da Copa do Mundo de 2006. Havelange, em 1999, havia aconselhado seu ex-genro a apoiar a África do Sul. O apoio veio tarde, e o continente africano, derrotado pelos alemães, novamente será adversário em disputa para abrigar o Mundial de 2010.

Inimigo íntimo
O senador José Roberto Arruda (PSDB-DF), principal articulador do Gama no imbróglio que recolocou, contra a vontade da CBF, o time brasiliense na primeira divisão do Campeonato Nacional, acredita que os grandes responsáveis pela criação da CPI do Futebol são mesmo o técnico Wanderley Luxemburgo e Ricardo Teixeira.

Honra manchada
As investigações do Senado, na opinião de Arruda, têm como objetivo central salvar a "honra" nacional, bastante manchada depois da má campanha da seleção nas eliminatórias sul-americanas para a Copa do Mundo de 2002 e do fiasco na Olimpíada de Sydney. Luxemburgo e Teixeira não escaparão da espinhosa missão de serem sabatinados em Brasília.

Jogo dos nomes
Rejeitado por Parreira, Tostão e Scolari, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, em declaração ao diário "Hoje em Dia", falou em Oswaldo de Oliveira, do Vasco, para ser o sucessor de Wanderley Luxemburgo na seleção. Levir Culpi, que já havia sido convidado, mas que foi bombardeado por Romário durante a semana, não foi citado.
Rixa
As CPIs estão acirrando a disputa dentro do Clube dos 13, que se manteve unido quando o assunto era a Lei Pelé. Agora, alguns dirigentes acham que será uma boa oportunidade de mudar o futebol. O bloco liderado por Eurico Miranda, homem-forte do Vasco, defenderá a CBF.
Sem força
A tropa de choque que a CBF montou para alterar a Lei Pelé não deve funcionar na CPI da Nike. Até aqui, Teixeira tem a seu lado só Darcísio Perondi (PMDB-RS), irmão do presidente da federação gaúcha. Miranda, que ainda não foi indicado pelo PPB, também promete dificultar as investigações.
A próxima vítima
Depois de Dida, o próximo a ser investigado pela polícia italiana por suspeita de usar passaporte falso é Roque Júnior. O próprio Milan, clube do zagueiro, desconfia da autenticidade de seus documentos.
Rota 66
Os iatistas brasileiros, que conquistaram um bronze e uma prata em Sydney, encontraram uma maneira de burlar o Fisco. Da Austrália, os barcos que a equipe utilizou seguiriam para a Itália. Tudo para fugir dos impostos da alfândega brasileira. E-mail: painelfc.folha@uol.com.br

DIVIDIDA
Do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, sobre as CPIs:
- Cansei da chantagem que me faziam com a CPI. Quero a "caixa preta" aberta. Provem que sou ladrão.



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