|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PAINEL
Fúria
João Havelange está enfurecido com a CPI do Futebol, instalada no Senado. Nem as palavras de consolo ouvidas de Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), presidente da Casa, foram
capazes de acalmar o ex-presidente da Fifa. Revoltado, ele
acha que os parlamentares só
querem atrair os holofotes e obter dividendos eleitorais.
Prestígio em xeque
Para Havelange, os senadores
não têm interesse em melhorar
o esporte no país, mas lucrar em
cima do prestígio que ele ajudou
a construir, o de melhor futebol
do mundo. Os parlamentares
rebatem. Dizem que só querem
preservar o futebol que ajudou a
construir João Havelange.
Briga em família
Dirigentes ligados ao ex-presidente da Fifa garantem que ele
também está desgostoso com a
administração de Ricardo Teixeira, seu ex-genro, à frente da
CBF. Na opinião de João Havelange, o dirigente não poderia
ter deixado a situação do futebol
brasileiro ter chegado a tal ponto de degradação.
Mama África
A paciência com Teixeira está
esgotada desde as trapalhadas
envolvendo a escolha da Alemanha como sede da Copa do
Mundo de 2006. Havelange, em
1999, havia aconselhado seu ex-genro a apoiar a África do Sul. O
apoio veio tarde, e o continente
africano, derrotado pelos alemães, novamente será adversário em disputa para abrigar o
Mundial de 2010.
Inimigo íntimo
O senador José Roberto Arruda (PSDB-DF), principal articulador do Gama no imbróglio
que recolocou, contra a vontade
da CBF, o time brasiliense na
primeira divisão do Campeonato Nacional, acredita que os
grandes responsáveis pela criação da CPI do Futebol são mesmo o técnico Wanderley Luxemburgo e Ricardo Teixeira.
Honra manchada
As investigações do Senado,
na opinião de Arruda, têm como objetivo central salvar a
"honra" nacional, bastante
manchada depois da má campanha da seleção nas eliminatórias
sul-americanas para a Copa do
Mundo de 2002 e do fiasco na
Olimpíada de Sydney. Luxemburgo e Teixeira não escaparão
da espinhosa missão de serem
sabatinados em Brasília.
Jogo dos nomes
Rejeitado por Parreira, Tostão
e Scolari, o presidente da CBF,
Ricardo Teixeira, em declaração
ao diário "Hoje em Dia", falou
em Oswaldo de Oliveira, do Vasco, para ser o sucessor de Wanderley Luxemburgo na seleção.
Levir Culpi, que já havia sido
convidado, mas que foi bombardeado por Romário durante
a semana, não foi citado.
Rixa
As CPIs estão acirrando a disputa dentro do Clube dos 13,
que se manteve unido quando o
assunto era a Lei Pelé. Agora, alguns dirigentes acham que será
uma boa oportunidade de mudar o futebol. O bloco liderado
por Eurico Miranda, homem-forte do Vasco, defenderá a CBF.
Sem força
A tropa de choque que a CBF
montou para alterar a Lei Pelé
não deve funcionar na CPI da
Nike. Até aqui, Teixeira tem a
seu lado só Darcísio Perondi
(PMDB-RS), irmão do presidente da federação gaúcha. Miranda, que ainda não foi indicado pelo PPB, também promete
dificultar as investigações.
A próxima vítima
Depois de Dida, o próximo a
ser investigado pela polícia italiana por suspeita de usar passaporte falso é Roque Júnior. O
próprio Milan, clube do zagueiro, desconfia da autenticidade
de seus documentos.
Rota 66
Os iatistas brasileiros, que
conquistaram um bronze e uma
prata em Sydney, encontraram
uma maneira de burlar o Fisco.
Da Austrália, os barcos que a
equipe utilizou seguiriam para a
Itália. Tudo para fugir dos impostos da alfândega brasileira.
E-mail:
painelfc.folha@uol.com.br
DIVIDIDA
Do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, sobre as CPIs:
- Cansei da chantagem que
me faziam com a CPI. Quero a
"caixa preta" aberta. Provem
que sou ladrão.
Texto Anterior: Candinho teme o mais fraco rival Próximo Texto: Contra-ataque: Futurologia Índice
|