São Paulo, domingo, 08 de outubro de 2000

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Medo da perda abalou nadador

DA ENVIADA A SALVADOR

Valério Bala ficou conhecido durante os Jogos de Sydney não só por ter conquistado a medalha de bronze, mas também por quase tê-la perdido.
Contrariando o regulamento do COI (Comitê Olímpico Internacional), que proíbe a estampa de qualquer marca a não ser a do fabricante da roupa, Edvaldo Valério participou da prova do revezamento 4 x 100 m livre usando um maiô com o nome do banco que o patrocina.
Caso a equipe alemã, que terminou a prova na quarta colocação, tivesse entrado com um recurso até meia hora depois do final da competição, o Brasil correria o risco de perder a medalha.
"Cada atleta nada com o maiô ou sunga em que se sente bem. Tem peça que prende a braçada, atrapalha. Eu fiz os melhores tempos da minha vida naquele maiô e queria usá-lo mais uma vez em uma hora tão importante quanto aquela", explica Valério.
Consciente da restrição do COI, Valério colou um esparadrapo por cima do nome do banco, que acabou descolando com a água. "Nem pensei nisso. Quando eu estava comemorando com todo mundo, tiraram a foto", conta.
Como os alemães não protestaram, não houve punição à equipe brasileira. Mas Valério só veio a saber o desfecho dois dias depois.
"Passou muita coisa pela minha cabeça, fiquei dois dias pensando que poderia fazer a equipe perder a medalha. Fiquei abalado", afirma o nadador baiano.
Depois de quase ficar sem ela, agora Valério não a deixa longe. Onde quer que vá, a medalha o acompanha, guardada dentro da sua pochete.
"Só ando com ela. É que todo mundo pede para ver. Se eu estiver sem ela, o pessoal reclama. Mas é só durante esta semana, depois vou guardá-la na caixa."



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