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Medo da perda abalou nadador
DA ENVIADA A SALVADOR
Valério Bala ficou conhecido
durante os Jogos de Sydney não
só por ter conquistado a medalha
de bronze, mas também por quase tê-la perdido.
Contrariando o regulamento do
COI (Comitê Olímpico Internacional), que proíbe a estampa de
qualquer marca a não ser a do fabricante da roupa, Edvaldo Valério participou da prova do revezamento 4 x 100 m livre usando um
maiô com o nome do banco que o
patrocina.
Caso a equipe alemã, que terminou a prova na quarta colocação,
tivesse entrado com um recurso
até meia hora depois do final da
competição, o Brasil correria o
risco de perder a medalha.
"Cada atleta nada com o maiô
ou sunga em que se sente bem.
Tem peça que prende a braçada,
atrapalha. Eu fiz os melhores tempos da minha vida naquele maiô e
queria usá-lo mais uma vez em
uma hora tão importante quanto
aquela", explica Valério.
Consciente da restrição do COI,
Valério colou um esparadrapo
por cima do nome do banco, que
acabou descolando com a água.
"Nem pensei nisso. Quando eu
estava comemorando com todo
mundo, tiraram a foto", conta.
Como os alemães não protestaram, não houve punição à equipe
brasileira. Mas Valério só veio a
saber o desfecho dois dias depois.
"Passou muita coisa pela minha
cabeça, fiquei dois dias pensando
que poderia fazer a equipe perder
a medalha. Fiquei abalado", afirma o nadador baiano.
Depois de quase ficar sem ela,
agora Valério não a deixa longe.
Onde quer que vá, a medalha o
acompanha, guardada dentro da
sua pochete.
"Só ando com ela. É que todo
mundo pede para ver. Se eu estiver sem ela, o pessoal reclama.
Mas é só durante esta semana, depois vou guardá-la na caixa."
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