São Paulo, domingo, 08 de outubro de 2006

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entrevista

Em alta, Diego prefere Marcos fora do banco

DA REPORTAGEM LOCAL

Aos 23 anos, Diego Cavalieri toma conta do gol do Palmeiras. Em entrevista à Folha, ele disse concordar com Marcos, que preferiu não ir para os jogos como reserva, pois crê que poderia atrapalhar o jovem goleiro, com aumento de pressão da torcida sobre ele. (PGA)

 

FOLHA - Você sentiu a pressão por ter que substituir o Marcos?
DIEGO
- Quando você se concentra achando que não vai jogar, vai mais relaxado. Claro que senti um pouco. Dá um frio na barriga. Mas sabia da minha condição.

FOLHA - Seria uma decepção voltar a ser reserva?
DIEGO
- Eu penso em ser titular. Mas sei das condições dos meus companheiros.

FOLHA - Você tem conversado sobre isso com o Marcos?
DIEGO
- A gente sempre conversa. Quando eu vou bem o Marcos me elogia. Me liga para comentar sobre os jogos. É uma pessoa de um caráter muito grande.

FOLHA - Você tem metas para os próximos anos?
DIEGO
- Neste ano eu nunca ia imaginar que teria a chance de jogar. De repente apareceu. A seleção teve uma renovação muito grande. Mas tem goleiros que estão mais na minha frente, por estarem jogando há mais tempo. Eu falo do Júlio César [Inter de Milão], do Gomes [PSV], do Fábio [Cruzeiro].

FOLHA - O Marcos disse que que a presença dele na reserva atrapalharia você. Você concorda?
DIEGO
- Ele tem um carisma muito grande. Com a presença dele é claro que a torcida vai querer ele em campo. Ele é um jogador que teve a história mais bonita do Palmeiras e tem até essa preocupação de se vai atrapalhar ou não a minha atuação. É uma pessoa que se preocupa com as pessoas ao redor dele.

FOLHA - O que você acha de ele ter se despedido da seleção?
DIEGO
- Como admirador do futebol dele é triste ver isso. Mas se ele acha que já deu o tempo dele na seleção, ele o cumpriu perfeitamente. O ciclo dele se encerrou com uma carreira vitoriosa.

FOLHA - Você já é mais reconhecido pelos torcedores?
DIEGO
- Isso mudou um pouco. Às vezes você está andando na rua e alguém vem, comenta alguma coisa.

FOLHA - E alguém já disse que você é melhor que o Marcos? DIEGO - Já falaram algumas vezes. Também já falaram que eu não presto. Torcedor fala muito na emoção. Mas é engraçado.

FOLHA - Você renovou seu contrato até 2009. Não pensou em ser titular em outro time?
DIEGO
- O Palmeiras é um clube que eu tenho um carinho. Nasci lá dentro. É onde tenho vontade de ficar, ser titular e ganhar títulos.

FOLHA - Você tem vontade de ser visto daqui a 20 anos como um símbolo do time?
DIEGO
- Penso em me tornar uma parte importante da história. A gente sonha. E pensa em fazer uma história bonita como a do Marcos.

FOLHA - Jogar no gol do Palmeiras é diferente?
DIEGO
- É. A cobrança é maior porque todos sabem que o Palmeiras sempre tem bons jogadores no gol. E quando você entra todos te cobram para ver se você vai manter ou não essa tradição. Eu acho que é uma pressão maior que em outros times.

FOLHA - Depois que chegou o Marcelo Vilar você chegou a achar que iria para a reserva?
DIEGO
- Sempre fui tranqüilo quanto a isso. Sei que todos vão lutar com lealdade e amizade para ser titular.

FOLHA - Houve alguma explicação sobre o diretor de futebol Salvador Palaia ter mandado o Tite calar a boca?
DIEGO
- Não. Mas cargo de técnico no Brasil é muito complicado. Nós ficamos tristes pelo jeito como tudo aconteceu. Ainda mais pelo Tite ser a pessoa que é.

FOLHA - O time está perto da zona do descenso Isso atrapalha o seu desenvolvimento?
DIEGO
- Cada um tem que fazer sua função bem feita. O Palmeiras é um clube grande e sempre tem pressão. Então tenho que estar acostumado.


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