FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A SUZUKA

O GP Brasil, daqui a duas semanas, encerrará não só uma das temporadas mais competitivas dos últimos anos, como uma das eras mais velozes da F-1. Em 2007, os carros da categoria serão, em média, dois segundos mais lentos por volta.
O motivo: o fim da concorrência no fornecimento de pneus. Sem a sombra da Michelin, que fará sua despedida em Interlagos, a Bridgestone não terá mais que investir tempo e dinheiro no desenvolvimento de novos compostos. A fábrica japonesa já admite que, em nome da economia, seu produto regredirá em performance.
"Comparando com os compostos deste ano, os de 2007 serão mais duros. Seguirão uma construção antiga, com algumas pequenas modificações", afirmou o diretor Hisao Suganuma.
Nesta madrugada, o circuito receberia o GP do Japão, penúltima etapa do Mundial, e poderia consagrar Michael Schumacher octocampeão.
Segundo Suganuma, esses novos compostos, mais duros e, portanto, menos aderentes ao asfalto, deixarão a F-1 um pouco mais lenta.
A pedido de alguns times, a Bridgestone até estuda a possibilidade de levar dois tipos de pneus para cada GP, sendo um mais macio. Mas as chances de que isso aconteça são ínfimas.
O objetivo da FIA (entidade máxima do automobilismo) ao impor o monopólio foi justamente reduzir os custos dos times com testes de pneus. Abrir uma opção de composto incidiria novos gastos com viagens, aluguéis de autódromos e equipes de treinos, por exemplo.
No primeiro momento, entretanto, os testes serão bem intensos. Principalmente envolvendo as seis equipes que hoje são clientes da Michelin: Renault, McLaren, Honda, Red Bull, BMW e Toro Rosso.
Na F-1 desde 1997, a empresa japonesa viverá pela segunda vez a experiência do monopólio. Entre 1999 e 2000, foi a única fornecedora da categoria. Só em 2001 voltou a ter concorrência.

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