São Paulo, domingo, 08 de outubro de 2006

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Até "bambala árabe" pára Ronaldinho

Seleção bate combinado do Kuait, mas camisa 10 passa em branco e completa 12 jogos sem marcar pelo time nacional

Com apenas três jogadores em campo durante os 90 minutos, time nacional faz teste que só serviu para expor fase ruim de astro



Kuait 0
Brasil 4
DA REPORTAGEM LOCAL

O adversário era tão inexpressivo que até identificá-lo foi difícil. A CBF diz que se tratava da seleção do Kuait, mas era mesmo um combinado baseado em um clube local.
E contra esse "bambala", palavra que virou sinônimo de time ruim pela boca de Luiz Felipe Scolari, Ronaldinho mais uma vez mostrou que está em litígio com a seleção brasileira, que venceu por 4 a 0 e manteve a invencibilidade na era Dunga -são agora quatro jogos, com três vitórias e um empate.
Com a camisa dez que pediu para vestir e também com a tarja de capitão, o meia-atacante novamente não marcou -são agora 12 jogos e quase 16 meses sem marcar pela seleção brasileira. E, pior ainda, nos 45 minutos que ficou em campo se escondeu. Foram, segundo o Datafolha, três chutes e cinco dribles, mas todos inofensivos.
O único consolo para o torcedor brasileiro é que o problema agora não parece ser a camisa amarela. O melhor do mundo nas últimas duas temporadas também não vem bem no Barcelona. Ele mesmo disse que não é uma máquina.
Dunga promete preservá-lo, assim como faz o holandês Frank Rijkaard, seu treinador no espanhol Barcelona.
Contra o "bambala árabe", o técnico brasileiro não insistiu com ele. Ronaldinho saiu no intervalo, dando lugar a Kaká.
Contra um rival sem o menor gabarito, o Brasil tinha muita facilidade para penetrar, mas, displicente, falhava nas finalizações e demorou "intermináveis" 17 minutos para vazar provavelmente o seu mais frágil adversário em muito tempo.
E o autor do gol foi Rafael Sobis, mais um que balançou as redes com a camisa da seleção brasileira pela primeira vez, marca da gestão Dunga.
O treinador poupou sua zaga titular (Juan e Lúcio). Alex e Luisão foram testados e até correram riscos de ver o time árabe marcar, principalmente em contra-ataques.
A espera para o segundo gol foi mais longa. Só aos 36min, em lance que o goleiro dos anfitriões foi prejudicado por um desvio na zaga, o Brasil marcou, com Robinho. "Seleção brasileira tem que ter qualidade", disse Dunga, insatisfeito com o time, à Globo no intervalo.
Além de Ronaldinho, o treinador fez outras três substituições para o segundo tempo. As maiores novidades foram o lateral-esquerdo Adriano e o volante Lucas -Daniel Carvalho, que vinha sendo titular com Dunga, também entrou.
E sem Ronaldinho a seleção foi mesmo mais eficiente. O terceiro gol saiu aos 9min, em jogada tramada por dois ex-jogadores do Internacional. Rafael Sobis serviu para Daniel Carvalho marcar.
O clima de pelada ficou ainda mais evidente com o excesso de substituições. Com 15min do segundo tempo, o Brasil tinha em campo só três jogadores que começaram a partida. Herdeiro da tarja de capitão que começou com Ronaldinho, Kaká, outro que não passa por boa fase, fechou o placar aos 33min.
Em banho-maria o jogo seguiu até o final. Um amistoso que só serviu para Ronaldinho perder uma oportunidade de ouro para sair do buraco em que está na seleção.
O Brasil volta a campo na terça-feira, quando pega o Equador em Estocolmo, na Suécia.
Logo depois de jogar no calor do deserto, o time viajou para o frio país da Escandinávia. Pelo planejamento original da CBF, o time já treina hoje em Estocolmo. Em 2006, o Brasil ainda pega a Suíça.


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