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desforra
Betão encerra "seu" tabu no Morumbi
Com um gol do zagueiro, Corinthians bate líder São Paulo e não deixa a zona de rebaixamento, mas dá alento à torcida
Ridicularizado em vídeos na internet, jogador conquista a primeira vitória como profissional sobre o rival do Morumbi, desabafa e chora
EDUARDO ARRUDA
MÁRVIO DOS ANJOS
DA REPORTAGEM LOCAL
No apito final de Leonardo
Gaciba, o zagueiro Betão desaba no gramado do Morumbi,
chorando copiosamente. As lágrimas do defensor, herói do
clássico de ontem contra o São
Paulo, tiraram um enorme peso das costas do Corinthians.
O gol solitário de Betão, no final da partida, encerrou um
longo jejum de mais de quatro
anos e 13 jogos sem vencer o rival, líder folgado do Nacional.
O 1 a 0 não serviu para o Corinthians sair da zona de rebaixamento, mas o triunfo e o fim
do tabu dão nova perspectiva
ao clube alvinegro, que atravessa a pior crise de sua história.
E o mais simbólico é que a vitória de ontem saiu da cabeça
de um dos atletas mais criticados da equipe, ridicularizado
por suas falhas em vídeo espalhado pela internet e batizado
de "Betão Eterno".
Ontem, como centro das
atenções, recebeu afagos de
conselheiros do clube.
"Eu agüento muita coisa. Fui
perseguido também por não
ganharmos do São Paulo. Tirei
uma carga enorme", disse o herói corintiano, que marcou ontem apenas seu terceiro gol como profissional e foi elogiado
até pelos rivais são-paulinos.
"Eu sou desportista. Já que
era para perder, que perdêssemos com um gol do Betão, tão
combatido. Ele e o Corinthians
estão de parabéns", disse o superintendente do São Paulo
Marco Aurélio Cunha.
Foi a primeira vez que o clube do Parque São Jorge derrotou o adversário na era dos
pontos corridos (instituídos
em 2003). Além disso, foi o primeiro clássico perdido pelos
são-paulinos na temporada.
Ao final do jogo, a torcida
são-paulina gritou "campeão"
para seu time, que, além do revés, pode perder atletas para os
próximos jogos -Borges, Rogério e Dagoberto tiveram lesões.
"Ganhamos do campeão, do
líder absoluto. Então podemos
tudo", disse Vampeta.
O técnico Nelsinho Baptista
também estava eufórico. Ele
festejou como se tivesse obtido
um título. "Vibrei porque colhi
o primeiro fruto do meu trabalho", disse ele, que conquistou
sua primeira vitória na equipe.
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